A polícia que prende e respeita o próximo

A imagem abaixo não teria me chamado tanto atenção se fosse vista em qualquer outro lugar. Uma pessoa precisando tomar água e outra ajudando a matar a sede. No entanto, o registro feito pela fotógrafa Maria Eduarda Bione, do Diario de Pernambuco, dentro do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mostra um jovem (que tinha acabado de ser preso suspeito de participar do assalto que vitimou com um tiro no pescoço um sargento da Polícia Militar) e o braço de um dos soldados responsáveis pela sua prisão dando água ao rapaz.

Num ato louvável, policial levou água para o suspeito. Foto: Maria Eduarda Bione

O suspeito e um adolescente, que também foi apreendido pelos PMs, confessaram participação no crime contra um companheiro de farda daqueles que os capturaram. A dupla foi levada para a delegacia para os procedimentos de rotina. Lá, após falar com a imprensa, o rapaz, que estava com as mãos algemadas para trás, pediu água ao soldado. Talvez outro militar não tivesse a mesma reação e ato correto que aquele policial teve. De pronto, ele pegou um copo descartável, foi até o gelágua e o trouxe cheio para o suspeito. Fez isso duas vezes e ainda perguntou se o mais novo queria também.

Diante dos inúmeros relatos de desrespeito aos direitos humanos, essa foi uma lição de civilidade e respeito com o próximo. Coisa que poucos de nós temos. O PM estava muito revoltado com a ação do suspeito que atirou no sargento sem que o mesmo tivesse reagido ao assalto, mesmo assim, não se negou a atender o pedido dele. E não fez isso para que a imprensa visse. Fez de maneira discreta, mas que eu a Maria Eduarda percebemos. Quero ressaltar ainda que os militares não estavam protegendo os suspeitos, apenas os tratando com respeito.

 

2 Replies to “A polícia que prende e respeita o próximo”

  1. É com muita alegria que leio uma reportagrm como esta, pois assim como este a Polícia Militar têm inúmeros casos diários de dedicação e proteção aos direitos humanos e ao cidadão pernambucano, que no entanto passam despercebido por serem invisíveis aos olhos dos demais, não daqueles que tiveram a sua proteção. Parabenizo aos responsáveis pela matéria e fico feliz de como este policial existirem profissionais na imprensa como eles que exercem sua profissão com responsabilidade e zelo pela imparcialidade.

  2. Realmente foi louvável…mas será que houve civilidade e respeito ao próximo no ato da abordagem ao sargento que restou vitimado pela barbárie desse sujeito e de tantos outros? Será que os familiares, esposa (viúva) e filhos (sem pai) do sargento receberão tratamento semelhante? Por qual razão os direitos humanos são apenas direitos dos que vivem à margem da lei? Me perdoem ambos os repórteres por terem se solidarizado e divulgado com tanto resplendor a cena, mas me soa muita hipocrisia…empreendam esforços NUMA MATÉRIA ACERCA DE QUANTAS FAMÍLIAS DE POLICIAIS PERDERAM SEUS LÍDERES NO SERVIÇO ATIVO combatendo elementos nocivos como esse…e gostaria de deixar um conselho: ESQUEÇAM A DITADURA…ISSO É PASSADO!!!…Será que repórteres e “pseudos” intelectuais nunca vão desassombrar da ditadura???