Seis cidades sofrem ataques a bancos em 26 horas no estado

Em um intervalo de 26 horas, seis cidades foram alvo de explosões de caixas eletrônicos no Agreste e Zona da Mata do estado. As investidas ocorreram entre a madrugada do dia 12 e a madrugada de ontem. Eram 2h30 da quinta-feira quando um grupo de 30 homens invadiu o município de Barreiros, na Mata Sul. Os moradores viveram momentos de terror quando os criminosos explodiram os caixas eletrônicos de duas agências e efetuaram vários disparos de arma de fogo.

Agência do Santander do Cabo sofreu explosão. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP
Agência do Santander do Cabo sofreu explosão. Foto: Peu Ricardo/Esp.DP

A agência da Caixa Econômica Federal (CEF) ficou bastante danificada com as explosões, que abriram o cofre do banco. Durante uma perícia no local, uma bolsa com explosivos foi encontrada na agência. O outro banco alvo dos bandidos foi o Bradesco, onde os caixas eletrônicos foram explodidos e de onde foram roubados armas e coletes dos vigilantes. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), de janeiro a setembro deste ano 19 roubos a bancos e 40 explosões a caixas eletrônicos foram registrados no estado. Após a reunião do Pacto Pela Vida realizada ontem, o chefe da Polícia Civil falou sobre as providências do governo do estado para conter os crimes contra bancos.

Ainda na cidade de Barreiros, os criminosos arrombaram três lojas do comércio local, sendo uma de cosméticos e duas que comercializam aparelhos de telefone celular. Segundo a polícia, durante as investidas, os criminosos efetuaram vários disparos de arma de fogo, aterrorizando a população. Para impedir a perseguição policial, os assaltantes bloquearam a estrada que dá acesso ao município ateando fogo em um veículo utilizado na investida, espalhando grampos de ferro e pedaços de troncos de árvores. Os galhos das árvores foram deixados na PE-60, nas proximidades da entrada do município de Tamandaré. À tarde, o esquadrão antibombas da Polícia Federal foi acionado para desativar os artefatos encontrados na agência da Caixa Econômica Federal.

Já no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, a agência do Banco Santander foi alvo de bandidos por volta das 3h30 de ontem. De acordo com funcionários do banco, os seis caixas eletrônicos estavam sem funcionar na manhã de ontem, mas apenas um deles foi explodido e teve o dinheiro levado pelos criminosos. O impacto da explosão foi tão forte que danificou quase todas as portas de vidros da agência. Até o primeiro andar do prédio foi atingido. No bairro de Sucupira, em Jaboatão dos Guararapes, criminosos tentaram arrombar um caixa eletrônico dentro de um supermercado, mas não conseguiram.

Investidas contra bancos

De janeiro a setembro deste ano

  • 40 explosão de caixas eletrônicos
  • 12 quadrilhas foram desarticuladas
  • 80 pessoas foram presas
  • 194 pessos foram indiciadas
  • 77 inquéritos enviados à Justiça
  • 19 roubos a bancos

Ocorrências em setembro

  • 11 roubos em 2015
  • 6 roubos em 2016

Registros mais recentes

12 de outubro

  • 3h30 crime contra o Banco do Brasil em Goiana
  • 1h20 explosão de caixas eletrônicos em Iati
  • 2h cofre do Banco do Brasil explodido em Jataúba

13 de outubro

  • 2h30 ação criminosa em Barreiros
  • 3h30 explosão de caixa eletrônico no Cabo de Santo Agostinho
  • 2h tentativa de arrombamento a caixa eletrônico em Jaboatão

Polícia investiga ações de quadrilha de assaltantes de banco

A lista de crimes da quadrilha presa num apartamento em Boa Viagem, segundo a polícia, é extensa. Sete pessoas foram detidas por envolvimento com assaltos a bancos, explosões a caixas eletrônicos, roubos, furtos, clonagem de cartões de crédito, estelionato, uso de documentos falsos e outros delitos. Também de acordo com a polícia, Cláudia Josefa de Aguiar era a pessoa responsável pela coordenação do grupo criminoso. Os detalhes das prisões foram apresentados ontem pela Polícia Civil de Pernambuco. “É uma grande organização criminosa que foi desarticulada pela Políci Civil”, resumiu o delegado Paulo Berenguer.

Ação do grupo foi detalhada ontem pela Polícia Civil. Fotos: PCPE/Divulgação
Ação do grupo foi detalhada ontem pela Polícia Civil. Fotos: PCPE/Divulgação

O grupo, que tem alguns integrantes do estado do Ceará, teria começado a agir em Pernambuco em janeiro deste ano. Seis pessoas foram presas num apartamento na Rua dos Navegantes, na última sexta-feira. As investigações tiveram início a partir do assalto a um carro-forte, na Avenida Caxangá, em junho deste ano. “Os mandados de prisão e busca e apreensão foram originados a partir do assalto ao carro-forte, mas eles são suspeitos de muitos outros crimes. A organização criminosa é muito maior que essas sete pessoas presas. Somente no crime do carro-forte, 11 pessoas participaram. Outros mandados ainda serão cumpridos e as investigações continuam”, ressaltou o delegado.

Explosivo apreendido seria suficiente para derrubar o prédio na Rua dos Navegantes
Explosivo apreendido seria suficiente para derrubar o prédio na Rua dos Navegantes, em Boa Viagem

Com os suspeitos foram apreendidos três carros de luxo, cinco motos, vários explosivos, coletes balísticos, munições, R$ 4.922 em espécie, talões de cheques, cartões de crédito, máquinas de clonar cartões, mais de dois quilos de cocaína pura e documentos falsificados. “Tudo está sendo investigado e as ações desse grupo podem ter acontecido também no interior do estado. A quadrilha estava atuando em Pernambuco desde janeiro deste ano. Quantos aos explosivos apreendidos com o grupo, já encaminhamos para perícia. Caso se confirme que são os mesmo usados nas explosões a caixas eletrônicos, vamos investigar se els tiveram ligação com as ações criminosas”, completou Berenguer.

Além de Cláudia Aguiar, foram presos pela polícia Luiz Davi da Silva Júnior, o estudante de direito Luiz Davi Silva Neto, Alisson Souza Silva, Isabel Maciel da Silva, Wicente Leonardo Souza de Alencar e Ivancley Alves Gomes.

Caixas eletrônicos são os alvos da vez em Pernambuco

Não tem dia, nem hora, nem lugar. As investidas criminosas contra as agências bancárias e terminais de caixas eletrônicos estão assustando a população dos municípios do interior do estado e também da Região Metropolitana do Recife. A violência das ações, cada vez mais ousadas, também tem deixado as forças policiais de mãos atadas para resolver o problema. Quase todos os dias, o noticiário pernambucano relata casos de explosões a terminais bancários.

Na semana passada, um grupo formado por cinco homens invadiu, após disparar vários tiros e quebrar as portas de vidro, o prédio da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional da 5ª Região, na Avenida Agamenon Magalhães, no Espinheiro. Eles explodiram um caixa eletrônico do Banco do Brasil e levaram todo o dinheiro que havia no equipamento.

Caixa eletrônico ficou completamente destruído. Foto: Wagner Oliveira/DP
Caixa eletrônico do Banco do Brasil ficou completamente destruído. Foto: Wagner Oliveira/DP

Uma Força-tarefa para investigar esses crimes foi criada pelas polícias Federal e Civil. No entanto, as ações ainda não são suficientes para frear as ocorrências. De janeiro a junho deste ano, 55 pessoas foram presas pela Delegacia de Repressão ao Roubo e outras 33 capturadas pela Polícia Federal apenas por envolvimento em crimes relacionados a roubos de bancos ou explosões e arrombamentos a caixas eletrônicos em todo estado.

Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), indicam que nos primeiros seis meses deste ano Pernambuco registrou 28 casos de roubo ou furto a caixa eletrônico. No mesmo período do ano passado, foram computadas 30 ocorrências no estado.
Na década de 2000, uma onda de assaltos e explosões a carros-forte assolou Pernambuco. Além das investidas praticadas no Grande Recife, quando os carros estavam estacionados perto de bancos ou grandes redes de supermercados, dezenas de abordagens foram registradas na BR-232, que liga a capital ao Agreste e Sertão do estado.

Em alguns casos, os assaltos eram praticados no horário da noite. Atualmente, esse tipo de ocorrência quase não faz parte das estatísticas da SDS. É como se os criminosos tivessem encontrado um jeito mais fácil e menos perigoso de botar a mão em grandes quantias de dinheiro. Nos carros-forte existem seguranças armados. Nos caixas eletrônicos, às vezes, há apenas um ou dois vigilantes.

Quem mora perto dos bancos ou caixas eletrônicos que são alvos dos criminosos vive momento de pânico dentro de casa enquanto as ações estão sendo praticadas. Além dos muitos tiros disparados pelos assaltantes, inclusive com armas de grosso calibre e muito mais potentes que as usadas pelos policiais, os suspeitos ainda deixam encurralados os policiais militares que estão de plantão nos destacamentos. Em muitos crimes, viaturas foram baleadas e tiveram vidros quebrados e pneus furados pelos integrantes dessas quadrilhas. Além disso, em algumas ações, os bandidos espalham grampos no asfalto ao longo do caminho para que os policiais não consigam iniciar uma perseguição.

As ações criminosas costumam dar certo para os assaltantes, no entanto, no dia 10 de julho, quatro deles acabaram mortos após uma tentativa de arrombamento à agência do Banco do Brasil, no município de Buenos Aires, Zona da Mata Norte. O banco chegou a ser invadido por 10 homens que, utilizando maçaricos, começaram a arrombar os caixas eletrônicos quando foram surpreendidos por policiais militares. Houve troca de tiros e três suspeitos morreram no local. O quarto envolvido morreu no Hospital da Restauração. Nenhuma quantia em dinheiro foi levada da agência. Um fato que tem chamado a atenção da polícia são as datas escolhidas pelos criminosos. Geralmente escolhem os primeiros dias do mês, pois sabem que os terminais estarão abastecidos para a realização de pagamentos de salários e aposentadorias.

Os investigadores acreditam que o grupo que vem aterrorizando o interior do estado também possa estar agindo nas cidades do Grande Recife. Há uma suspeita de que sejam de estados vizinhos a Pernambuco e de que utilizem as rodovias federais para fugirem com facilidade. Segundo o assessor de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, os assaltantes que cometeram o crime no prédio da Procuradoria Regional da Fazenda usaram os mesmos procedimentos que são feitos no interior do estado. “Eles estavam com armamentos pesados, usaram a mesma logística das investidas do interior, agiram durante a madrugada e estavam em grande número de pessoas. Além disso, usaram artefatos explosivos para destruir o terminal eletrônico”, ressaltou Santoro.

Os dados da SDS revelam ainda que de janeiro a junho deste ano ocorreram dez roubos a bancos contra 18 no mesmo período do ano passado. No entanto, o número de furtos teve um aumento. Em 2015, apenas quatro agências sofreram furtos nos seis primeiros meses do ano. Já no mesmo período deste ano foram computadas 14 ações. Enquanto as autoridades de segurança pública não conseguem encontrar um jeito de barras essas investidas criminosas, as agências bancárias e os caixas eletrônicos seguem como alvos fáceis das quadrilhas de assaltantes.

Quatro mortos após arrombamento de banco no interior do estado

Mais uma ação criminosa contra agências bancárias no interior do estado foi registrada pela polícia. Dessa vez a cidade alvo dos bandidos foi Buenos Aires, na Zona da Mata Norte. Um grupo de seis homens invadiu e tentou roubar dinheiro do Banco do Brasil. Na fuga, após uma troca de tiros com policiais militares, quatro suspeitos foram mortos e dois presos e autuados em flagrante. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), de janeiro a maio deste ano, 44 investidas contra bancos, caixas eletrônicos e carro-forte foram registradas no estado.

Veja matéria da TV Club/Record sobre o assalto ao Banco do Brasil da cidade de Bueno Aires.

Quadrilhas de roubos a bancos no interior são de estados vizinhos

As quadrilhas que estão assaltando agências bancárias e espalhando o terror na população do interior de Pernambuco são de outros estados do Nordeste. A Polícia Civil já sabe que os criminosos são de Alagoas e Paraíba, por exemplo. Apesar dos números da Secretaria de Defesa Social (SDS) apontarem redução no número de roubos a banco no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, as investidas criminosas voltaram a acontecer em sequência e com violência neste mês. Só na madrugada de ontem, mais três agências foram alvos de criminosos, duas delas no interior, uma em Triunfo, no Sertão, outra em Timbaúba, na Mata Norte, e uma no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

PMs da Cioe foram acionados para detonar explosivo no Cabo. Fotos: Reprodução/TV Clube
PMs da Cioe foram acionados para detonar explosivo. Fotos: Reprodução/TV Clube

Segundo o chefe da Polícia Civil do estado, delegado Antônio Barros, todos os esforços estão sendo realizados para que os criminosos sejam identificados e presos. “Estamos em contato direto com as polícias de outros estados para chegar a esses suspeitos. Não temos dúvidas de que são assaltantes de fora de Pernambuco. Uma reunião com o superintendente da Polícia Federal de Pernambuco será agendada para que o nosso setor de inteligência possa trocar informações com os agentes federais sobre esses casos”, ressaltou Barros. A Polícia Federal é responsável por investigar os assaltos às agências da Caixa Econômica Federal. Já a Polícia Civil apura as investidas contra os demais bancos.

Em Timbaúba, bandidos usaram maçaricos para abrir caixas eletrônicos
Em Timbaúba, bandidos usaram maçaricos para abrir caixas eletrônicos

No caso do assalto no Cabo de Santo Agostinho, agentes da PF estiveram na agência da Caixa Econômica e fizeram a perícia no local. Segundo o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro, nenhuma quantia em dinheiro foi levada. “Vamos tentar identificar os suspeitos pelas imagens das câmeras de segurança e ainda a partir do veículo Gol de cor branca que foi deixado por eles no local. Os criminosos tentaram explodir os caixas eletrônicos mas não conseguiram. Então, policiais militares detonaram o explosivo”, detalhou Santoro. Uma equipe antibomba da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe) foi acionada para desativar o artefato deixado pelos suspeitos em um dos caixas no local onde saem as cédulas de dinheiro.

A operação de detonação do explosivo teve início por volta das 7h com o mapeamento no local. Com uma roupa especial que protege de possíveis combustões, o especialista utilizou um braço mecânico para retirar o explosivo, que por volta das 8h20 foi detonado em segurança. O trabalho foi acompanhado por uma multidão, num clima de curiosidade e tensão. O trânsito nas proximidades foi fechado e a área foi isolada para evitar acidentes.

De acordo com a Polícia Militar (PM), por volta das 3h da madrugada os criminosos chegaram em um carro branco. Enquanto parte do grupo efetuava disparos contra o posto de policiamento comunitário do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde havia apenas um PM de plantão, os demais entraram na agência. A explosão danificou o imóvel e a polícia encontrou no local um artefato intacto. Na fuga, os assaltantes também espalharam grampos pela estrada, com o objetivo de dificultar a perseguição policial. Nas vias, a polícia encontrou ainda diversas cápsulas de pistola nove milímetros disparadas durante a ação criminosa. Ninguém foi preso até o momento.

Novas investidas no interior do estado

Também na madrugada de ontem, a agência do Banco do Brasil da cidade de Triunfo, no Sertão de Pernambuco, foi invadida e explodida por crimonosos. O impacto das detonações danificou bastante o imóvel. A quantia roubada não foi informada pela polícia. Câmeras do circuito interno da agência flagraram a ação dos bandidos e poderão ajudar a identificá-los. Já na cidade de Timbaúba, dois caixas eletrônicos do Banco Santander foram alvos de bandidos também na madrugada de ontem. Segundo a polícia, os suspeitos utilizaram maçaricos para arrombar os terminais eletrônicos. O valor levado também não foi informado.

Além dos três casos registrados ontem, outros dois assaltos a banco ocorridos na semana passada mostrou a fragilidade da polícia para impedir a ação ousada dos bandidos, principalmente no interior do estado. No primeiro caso, na cidade de Macaparana, no Agreste, cerca de 15 homens fortemente armados invadiram a cidade, na madrugada do último dia 6 de abril. A quadrilha se dividiu em grupos. Um explodiu a agência do Banco do Brasil com explosivos potentes. Os outros grupos realizaram tiroteios pelas ruas do município e também na cidade vizinha de São Vicente Férrer. Viaturas da polícia foram alvos de vários disparos.

Dois dias depois, a agência do Banco do Brasil do município de Cupira, no Agreste, também foi invadida. Cerca de 30 homens chegaram ao local em quatro carros, espalharam grampos nas estradas que dão acesso à cidade e em frente ao destacamento da Polícia Militar. Em seguida, o grupo explodiu os caixas eletrônicos da agência e fugiu levando uma quantia em dinheiro não informada. Em nenhum dos casos há suspeitos detidos.

Assaltos a banco duplicam no estado

Por Afonso Bezerra, do Diario de Pernambuco

De janeiro a agosto deste ano, já foram registrados 23 assaltos a agências bancárias em Pernambuco. Esse número é mais que o dobro do mesmo período em 2014, quando foram anotadas 10 investidas contra os estabelecimentos. O mês de março foi o mais preocupante em 2015, com um índice de seis ocorrências, o que indica mais de um assalto por semana.

CEF de Casa Caiada foi alvo de investida nessa quinta-feira. Foto: WhatsApp/Divulgação
CEF de Casa Caiada foi alvo de investida nessa quinta-feira. Foto: WhatsApp/Divulgação

Esse número assusta e faz vítimas. Ontem, Claudete Maria de Oliveira Dantas, 44 anos, foi baleada durante um assalto à agência da Caixa Econômica Federal de Casa Caiada, em Olinda. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital da Restauração. A bala não chegou a perfurar a barriga e ficou alojada no tecido subcutâneo. De acordo com a assessoria do HR, até o final da tarde o quadro dela era estável e aguardava transferência para o Hospital Português, onde foi submetida a um cirurgia para retirar a bala.

Os assaltantes agiram por volta do meio-dia. De acordo com informações de um soldado do 1° Batalhão, o assalto foi praticado por seis homens armados, que chegaram em um HB-20 e numa motocicleta Titan vermelha. Na abordagem, eles levaram as armas dos vigilantes, um colete e uma quantia em dinheiro não foi informada. A cliente foi ferida no abdômen.

Medidas para tentar conter roubos a bancos em Pernambuco

As polícias Civil e Militar anunciaram ontem reforços para tentar reduzir os assaltos a bancos na Região Metropolitana. De acordo com o comandante da Polícia Militar, coronel Pereira Neto, o policiamento foi reforçado nos principais corredores bancários. “Haverá bloqueios e policiamento com motos perto das agências”, ressaltou. Ele informou que neste ano, 30 pessoas foram presas no estado por esse crime.

Assaltos no Grande Recife e no interior têm sido constantes. Foto: Rodrigo de Luna/TV Clube
Assaltos no Grande Recife e no interior têm sido constantes. Foto: Rodrigo de Luna/TV Clube

O chefe da Polícia Civil, Antônio Barros, anunciou que neste mês a Delegacia de Repressão ao Roubo receberá mais um delegado, totalizando três. “Acredito que o aumento do efetivo e a troca de informações entre a delegacia e as as agências ajudarão a prender os suspeitos”, ressaltou Barros. Neste ano, 12 pessoas foram presas pela Civil por assaltos a bancos.

Segundo a SDS, 24 assaltos foram registrados em 2015 no estado, até a última terça-feira. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o número de assaltos neste ano é de 35. Na manhã desta quinta-feira, o sindicato faz uma coletiva para apresentar os dados referentes aos últimos sete meses. Às 14h, uma reunião no Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor (Caop Consumidor) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai discutir a questão da segurança nos bancos.

Roubos em bancos sugerem cenário de “novo cangaço”

As características dos assaltos a banco no Nordeste mudaram nos últimos anos. Tornaram-se mais comuns as explosões a caixas eletrônicos. Foram 203 ataques em Pernambuco e nos cinco estados vizinhos: Paraíba, Ceará, Piauí, Bahia e Alagoas. Os ataques em série a cidades pequenas do interior nordestino ficaram conhecidos como “novo cangaço”.

Destruição no BB de Condado em 2012: quadrilhas são interestaduais e complexas (ALMEIDAALMEIDA/DP/D.A PRESS)

Para o historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Severino Vicente, o aspecto que aproxima o bando de cangaço de Lampião, que atuou no início do século 20, dos casos atuais, é a ausência do Estado. “Em muitas cidades do interior, o juiz, delegado, promotor não moram no local e acumulam a responsabilidade por vários municípios. A ausência das instituições públicas favorece a ação dos criminosos”, explicou. “Foi num contexto sem um estado presente que o cangaço se espalhou pelo Nordeste até que, nos anos 1930, o estado assumiu o controle social do Sertão”, completou o professor.

Por mais que haja contingente humano disponível, é difícil para o corpo policial garantir a segurança no Agreste e no Sertão nordestinos, em especial no período em que normalmente são liberados salários e pagamentos de benefícios. O desafio é grande, tanto que entre os dias 1º e 8 do mês são registradas 34% das tentativas de roubos com uso de explosivos, em especial no período que vai da quarta à sexta-feira.

Em todo o Nordeste, o Bradesco é o principal alvo dos bandidos. Não por coincidência, é a rede que concentra pagamentos de servidores públicos de Pernambuco e, pelo menos, outros três estados nordestinos. De acordo com o chefe de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, é a Polícia Civil de cada estado que atua na tentativa de coibir e prender grupos criminosos do gênero, no entanto, a PF pode fazer parte de investigações conjuntas justamente quando há características de interestadualidade das ações, o que dificulta a ação local.

“Como as quadrilhas são interestaduais, fica difícil informar quantos assaltantes foram presos este ano, já que eles podem ter sido detidos em outro estado”, explica. A Caixa Econômica Federal é o terceiro alvo mais recorrente quando o assunto são roubos com uso de explosivos, mas há registro cada vez menor de investidas contra as agências desse banco, fato atribuído a uma central de monitoramento 24 horas, que aciona a Polícia Militar local automaticamente assim que um movimento é detectado no interior da agência, após o horário de funcionamento tradicional.

Leia mais sobre o assunto em:

Explosões a caixas eletrônicos desafiam a polícia

Explosões a caixas eletrônicos desafiam a polícia

A ação acontece quase sempre do mesmo jeito: os bandidos chegam à noite ou de madrugada, invadem a agência bancária, explodem os caixas eletrônicos e fogem levando o dinheiro. A repetição dos casos de furto com explosivos aos bancos do estado expõe a falta de segurança nesses estabelecimentos, principalmente nas cidades do interior.

Agências do Banco do Brasil e do Bradesco em Machados foram invadidas e explodidas com minutos de intervalo (REPRODUCAO TV CLUBE)

Na madrugada de ontem, duas agências de Machados, no Agreste, ficaram completamente destruídas depois que um grupo usou dinamites para explodir os caixas. E o episódio passa longe de ser isolado no interior pernambucano: dos 36 casos de roubo ou furto a caixas eletrônicos registrados neste ano, 23 crimes ocorreram em municípios fora da Região Metropolitana do Recife.

Os bancos furtados em Machados ficam a 500 metros de distância um do outro. Segundo relatos de moradores da área, estiveram envolvidos na ação pelo menos 12 homens, divididos em três veículos. A primeira investida foi na agência do Bradesco. Os assaltantes atiraram na placa do estabelecimento e nas lâmpadas dos postes da rua para que o local ficasse escuro e, assim, as câmeras de segurança da prefeitura não filmassem a ação. Em seguida, o grupo foi ao Banco do Brasil.

As agências estão fechadas, sem previsão de reabertura. “Ouvimos muitos tiros e acordamos assustados. O clima na cidade é de medo”, relatou a aposentada Clarice Maria. Ninguém foi preso.

Fuga fácil
Somente este ano, a Secretaria de Defesa Social (SDS) registrou 17 roubos e furtos a caixas eletrônicos com explosivos e o foco é o interior, onde os criminosos acreditam terem mais chances de fuga.

Justamente por isso, concentram quatro em cada cinco crimes do tipo. Para se ter uma ideia, na capital, que registra o maior contingente de tentativas de roubo a bancos (nove em 2014), nenhuma envolveu explosivos. Na RMR, apenas três casos do gênero foram registrados.

Em Inajá, no Sertão pernambucano, foram dois casos. Em um deles, um PM foi morto. “A dinâmica desses grupos é agir, principalmente, nas divisas com outros estados. Na maioria das vezes, eles se articulam fora do local onde o crime acontece e, em seguida, migram para outro lugar, o que dificulta a investigação”, disse o gestor do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), Nelson Souto.

Do Diario de Pernambuco, por Anamaria Nascimento e Ed Wanderley

Assaltos a bancos podem passar a ser investigados pela Polícia Federal

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou proposta que inclui entre as responsabilidades da Polícia Federal (PF) investigar assaltos a banco. A atuação da PF, no entanto, será exigida apenas quando o crime envolver quadrilha ou bando e houver indícios de atuação interestadual.

A ação criminosa aconteceu por volta das 2h30 da madrugada deste sábado. Foto: PF/ Divulgação  </p>
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Essa exigência de que o crime envolva agentes de mais de um estado foi prevista pelo relator, deputado Guilherme Campos (PSD-SP), no substitutivo aprovado. Pela proposta original (PL 6648/13), do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a PF seria sempre responsável pela investigação desses casos. O texto original também torna assalto a banco crime contra o sistema financeiro nacional.

Para Campos, “as polícias dos estados, de forma isolada, não dispõem das melhores condições de investigar crimes praticados por quadrilhas ou bandos que atuam em diversos estados da federação”.

O relator também modificou a legislação a ser alterada pelo projeto. Para ele, o mais adequado é modificar a Lei 10.446/02, que dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão uniforme. No projeto original, a alteração seria na Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro (7.492/86).

Tramitação
Em caráter conclusivo, o projeto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, inclusive quanto ao mérito.

Da Agência Câmara