Secretaria Nacional de Direitos Humanos será comunicada da morte de universitário da UFPE

Depois de passarem por situações de constrangimento durante o final de semana, os parentes e amigos do universitário Raimundo Neto, 25 anos, finalmente conseguiram a ajuda que precisavam para exigir o direito que eles têm de saber o que aconteceu com o jovem. Samambaia, como era conhecido, era o mais novo de cinco irmãos e foi o primeiro membro da família a chegar à universidade. Por uma fatalidade ou crueldade, não sabemos ainda, seus sonhos foram interrompidos.

Secretário da SDS conversou com parentes do estudante. Foto: Raphael Guerra/DP/D.A.Press

Com Raimundo, morreram também as esperanças dos familiares de uma vida melhor. Os amigos da universidade não param de lembrar como o rapaz era querido e alegre. Seu corpo, enfim, deve ser velado e sepultado nesta terça-feira, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. Nessa segunda, um grupo de parentes e amigos falou com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, e com o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro.

Confira notícia publicada no portal Diariodepernambuco.com.br

A reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) afirmou que irá acionar o Ministério da Educação e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos para pedir apoio no caso da morte do estudante de ciências sociais Raimundo Neto, mais conhecido como Samambaia. Além disso, a UFPE dará apoio psicológico à família e também criou um Grupo de Trabalho formado por docentes e estudantes para debater quais as novas medidas que irá tomar em relação ao caso.

Durante a manhã, a delegada Gleide Ângelo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi designada para ficar responsável pelo inquérito. O rapaz saiu de casa na quarta-feira (2) passada, dizendo que iria comprar um notebook no Centro do Recife e desapareceu. Seu corpo foi encontrado na manhã da sexta-feira (4), na praia de Boa Viagem, em frente ao edifício Brigadeiro Eduardo Gomes, trajando apenas uma bermuda com a Carteira de Reservista no bolso. A Declaração de Óbito foi assinada pela médica legista Ana Dolores do Nascimento que identificou “asfixia por afogamento”.

Amigos realizaram protesto na UFPE. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press

Anísio Brasileiro, reitor da UFPE, também se comprometeu a entrar em contato com autoridades do governo do estado a fim de auxiliar nas tratativas para custear o enterro e agilizar a apuração do episódio.  “Estou confiante de que essa morte será esclarecida o mais rápido possível, inclusive estamos acompanhado a apuração dos fatos desde a sexta-feira, quando acionamos nosso setor de segurança institucional para ajudar no que for possível”, afirmou Anísio.

Em nota, o Departamento de Sociologia e a Coordenação do Curso de Ciências Sociais da UFPE também se posicionaram.

Leia o documento abaixo:

O Departamento de Sociologia e a Coordenação do Curso de Ciências Sociais da UFPE, diante da trágica morte do estudante do Curso de Ciências Sociais Raimundo Matias Dantas Neto, encontrado morto na madrugada do último dia 04, em circunstâncias ainda não esclarecidas e que dão margem à suspeita de que não teria sido uma morte acidental por afogamento, vêm de público reivindicar das autoridades responsáveis pela investigação em curso uma apuração rigorosa das condições que provocaram seu trágico desaparecimento. Esta nota vem juntar-se às manifestações do corpo discente  no sentido de um esclarecimento cabal dessas condições, de modo que à dor de sua perda tão sentida por seus colegas e familiares, a quem prestamos solidariedade, não venha somar-se o sofrimento, para o qual não há luto, de qualquer dúvida sobre as circunstâncias de sua morte.

Recife, 7 de janeiro de 2013


Maria da Conceição Lafayette de Almeida –  Chefe do Departamento de Sociologia
Eliane Maria Monteiro da Fonte – Coordenadora do Curso de Ciências Sociais
José Luiz Ratton – Coordenador do Programa  de Pós-Graduação em Sociologia
Patrícia Pinheiro de  Melo – Chefe do Departamento de História
Maria do Socorro Abreu de Andrade Lima  – Coordenadora do Curso de história
Gabriela Tarouco – Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Daniel Rodrigues – Diretor do Centro de Educação

Menina de seis anos baleada em tiroteio passa bem

O zelador José Givanildo Agostinho, 35 anos, começou o ano com lágrimas nos olhos. E não foram de alegria. Na primeira tarde de 2013, ele estava descansando em casa, no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, quando ouviu um disparo. Correu assustado para fora. “Senti como se o tiro tivesse sido em mim”. Não foi, mas lhe machucou mesmo assim. Uma bala perdida – supostamente, resultante de um tiroteio entre traficantes – atingiu o abdômen da sua filha de 6 anos. A menina foi socorrida às pressas para o Hospital Agamenon Magalhães e, de lá, transferida para o Hospital da Restauração (HR), onde foi submetida a uma cirurgia para retirada do projétil. Ela não corre risco de morte, segundo a assessoria de imprensa do HR.

Bastante abalado, o pai passou boa parte do dia na frente do HR, com amigos e parentes, enquanto a mãe, a empregada doméstica Jeane Vieira, acompanhava a criança dentro do hospital. Foi o próprio zelador que socorreu a menina às pressas, pouco após o almoço. “Eu estava em casa, descansando, e nem sabia que minha filha (a segunda mais nova de um total de seis, com idades entre 5 e 18 anos) tinha ido para a rua. Foi quando ouvi o disparo e saí correndo. Lá fora, vi a mãe do rapaz que atirou com a menina nos braços”, contou. Desesperado, José Givanildo levou a criança ao Hospital Agamenon Magalhães, no Parnamirim. A transferência para o HR foi feita em uma ambulância.

Segundo ele, a filha não perdeu a consciência em momento algum. “Ela gritou muito de dor. Mas confio na recuperação dela, em nome de Jesus”, disse. José Givanildo descreveu a filha como uma menina alegre e divertida. “Ela vive na rua, brincando com as outras meninas. É totalmente inocente. Passamos a noite da virada de ano em casa, em família, e não podíamos esperar que isso acontecesse”. Questionado se pensa em mudar de endereço após o incidente, o zelador não mostrou muitas esperanças. “Sou nascido e criado lá no Alto José do Pinho. Não tenho nem para onde ir”. O Boletim de Ocorrência (BO) do caso foi registrado pela delegada de plantão da força-tarefa do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Alcilene Marques. Se a hipótese de bala perdida for confirmada, a investigação será conduzida pela Delegacia de Casa Amarela. Se a polícia concluir que o tiro foi intencional, a responsabilidade será do DHPP.

Do Diario de Pernambuco

 

 

Amepe e juiz falam sobre denúncia feita pelo MPPE

Após a Corregedoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) iniciar uma investigação contra o juiz Márcio Fernando de Aguiar Silva baseada em denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e dois advogados, a Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) divulgou nota afirmando que o magistrado agiu de acordo com a lei ao determinar que o empresário que estava preso por abusar das duas filhas em Fernando de Noronha fosse solto.

Procurado pela assessoria de imprensa do TJPE, o juiz não quis falar. Agora, junto com a Amepe, diz que “o caso em questão trata-se de pedido de prisão preventiva nos autos da ação penal movida pelo MP contra o acusado. Ou seja, prisão processual na qual o magistrado tem que observar os requisitos para a sua necessidade, o que não é o caso”. A Amepe e o magistrado afirmam que não há nenhum dispositivo legal que determine a ouvida do MPPE no caso de revogação de prisão preventiva. Esse foi o principal motivo da reclamação do promotor André Rabelo para fundamentar a denúncia.

 

Leia na íntegra a nota enviada à redação:

 

Sobre a matéria publicada no Diario de Pernambuco dessa quinta-feira (que também foi postada no blog Segurança Pública), intitulada MPPE faz denúncia contra juiz, a Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) vem a público demonstrar seu repúdio as acusações dos representantes do Ministério Público de Pernambuco contra o juiz Márcio Fernando Silva, que agiu em conformidade com a Lei e, nesses 27 anos de magistratura, nunca sofreu uma sanção administrativa, sempre cumprindo com zelo e probidade a função jurisdicional.

Sobre o fato relatado na matéria, de que o magistrado revogou, no dia 5 deste mês, a prisão de um empresário que estava detido no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel) sem consultar o MPPE, a  AMEPE e juiz Márcio Fernado Silva esclarecem:

Inicialmente, o caso em questão trata-se de pedido prisão preventiva nos autos da ação penal movida pelo MP contra o acusado, ou seja, prisão processual na qual o magistrado tem que observar os requisitos para a sua necessidade, o que não é o caso.

Também é importante esclarecer que não existe nenhum dispositivo legal que determine a ouvida do Ministério Público no caso de revogação de prisão preventiva.

Em nenhum momento o juiz Márcio Fernando e Silva praticou qualquer ilegalidade no exercício da sua função, restando claro o direito de livre convencimento do magistrado que apenas apreciou juridicamente o pedido de liberdade provisória.

Vale destacar, ainda, que além do histórico de prisões preventivas que já tinham sido negadas por outros magistrados, o juiz Márcio analisou com cuidado os autos do processo e não encontrou comprovações alegadas pelo MPPE de que o acusado, por ser o mesmo pessoa agressiva, com outras imputações penais em seu desfavor, seria uma ameaça a ordem pública e ao normal desenvolvimento da persecução penal.

O juiz Márcio Fernando e Silva verificou que todos os processos citados no autos tiveram início após a interposição da ação de guarda pelo acusado em desfavor da mãe de uma das vítimas, restando todos ainda em fase inicial não tendo ocorrido sequer o início da fase instrutória, sendo apenas estes as únicas pendências do acusado perante a Justiça.

Assim, o juiz Mário Fernando e Silva asseverou desnecessária a decisão que decreta o retorno ao cárcere, antes do transito em julgado da sentença condenatória, sem apontar nenhum fato novo a ensejar algumas das condições previstas no art. 312 do Código de Processo Penal

Causa espanto que um membro do Ministério Público, sem apresentar o cabível recurso processual, afirmando inclusive que ainda não tinha analisado o teor da decisão, utilize a mídia para atacar o magistrado.

 

 

Agentes da Polícia Federal pedem o fim do inquérito policial

Da Agência Brasil (texto e fotos)

Policiais federais pediram na manhã deste domingo, na capital federal, mudanças nos processos de investigações criminais e o fim do inquérito policial. Para simbolizar a reivindicação, eles usaram um balão inflável no formato de um elefante branco, de quase três metros de altura, onde está escrita a expressão “inquérito policial”.

“No mundo todo, somos o único país que trata a questão criminal com esse instrumento. Será que somos os únicos certos ou será que estamos ultrapassados? Isso tem que acabar. Polícia tem que investigar, relatar e passar os fatos para o Ministério Público. Polícia não tem que julgar”, defendeu o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sinpol/DF), Jonas Leal.

Durante todo o dia, um grupo de agentes ficou em frente à Torre de TV, uma das principais atrações turísticas da cidade, para iniciar a campanha na capital federal. Nos próximos dias, os moradores de Brasília poderão se deparar com o balão, que será instalado em diferentes locais da cidade. O elefante branco já passou pelas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Agentes federais relataram que o inquérito tem sido usado em ações corruptas. Segundo eles, o processo facilita o objetivo de pessoas que têm interesse em retardar o julgamento de crimes ou ainda esconder as investigações. “As consequências do inquérito são sempre a impunidade e corrupção”, disse Leal.

O presidente do Sinpol/DF acrescenta que o procedimento representa pouca qualidade na apuração dos fatos. Ele lembra que, durante o inquérito, não existe direito de defesa das partes acusadas. “É só inquisitório, só pergunta. O acusado só pode apresentar a defesa quando chega à Justiça”, disse o policial, destacando que, até o caso chegar aos tribunais, o acusado pode ficar preso por dias sem que exista comprovação de seu envolvimento no crime.

“Não seria mais prático fazer o relatório e entregar para o Ministério Público que avalia e manda para o Judiciário? Teria mais celeridade. Nos Estados Unidos, as coisas chegam a ser julgadas no mesmo dia. Aqui, você chega às delegacias e tem pilhas de inquéritos acumuladas ao longo de meses”, criticou Leal.

 

Comissão aprova PEC que exclui possibilidade de Ministério Público investigar crimes

 

O Ministério Público pode ser impedido de realizar investigações criminais por conta própria. Uma comissão especial da Câmara aprovou nessa quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição 37/11, que atribui exclusivamente às polícias Federal e Civil a competência para a investigação criminal. De autoria do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), a PEC deixa claro que o Ministério Público não pode conduzir a investigação e deve atuar apenas como titular da ação penal na Justiça.

O relator da PEC na comissão especial, deputado Fabio Trad (PMDB-MS), lamentou a decisão da comissão. Ele havia modificado o texto original da PEC, permitindo que o Ministério Público investigasse, em conjunto com as polícias, os crimes contra a administração pública – como corrupção – e delitos praticados por organizações criminosas. Durante a votação da PEC, no entanto, os deputados derrubaram o artigo que permitia essa investigação subsidiária do Ministério Público.

Para Fabio Trad, a medida é prejudicial à sociedade. “Hoje, lamentavelmente, perdemos a oportunidade de ter polícia e Ministério Público juntos no combate à criminalidade.” O relator disse que vai tentar retomar o texto do seu substitutivo na votação da PEC em Plenário. A proposta ainda precisa ser votada em dois turnos na Câmara, antes de seguir para o Senado.

Competência das polícias
O deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) foi quem apresentou o destaque para votação em separado que impede definitivamente a atuação do Ministério Público nas investigações. De acordo com o parlamentar, o texto da Constituição deixa claro que a competência para investigar crimes é das polícias Civil e Federal.

Vasconcellos lembrou que, por causa de interpretações diferentes, o Ministério Público passou a também realizar investigações criminais. “Houve alguns erros de interpretação durante os anos, mas (as competências) são muito claras e dividem os poderes. Até porque uma pessoa não pode, ao mesmo tempo, investigar e oferecer denúncia.”

Procuradores
O vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, disse que a aprovação da PEC é um retrocesso provocado pela pressão dos delegados de polícia.

“Da forma como foi aprovada, é muito ruim para o País. Principalmente com o cerceamento puro e simples [do Ministério Público]. Todas as provas criminais passarão a ser produzidas apenas pelos delegados de polícia. Não apenas o Ministério Público foi atingido, como também o Executivo. Toda a produção de provas por órgãos como a CGU e o TCU teria que ser repetida na mão de um delegado de Polícia Federal.”

Cavalcanti disse esperar que a PEC seja derrubada quando for votada no Plenário da Câmara.

Divergência
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) considerou que a votação na comissão especial foi inválida, uma vez que o presidente do colegiado, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), não permitiu que ele apresentasse aos parlamentares o teor de seu voto em separado, que também modificava o texto original da PEC.

Molon afirmou que vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) contra a decisão do presidente. Ele espera que a CCJ anule a votação da comissão especial.

Da Agência Câmara

 

 

Equipe do delegado preso por receber propina também será investigada

Diretores e delegados da Polícia Civil do estado passaram o final de semana monitorando a situação do delegado que está preso e internado após ter sido pego em flagrante, segundo a polícia, cobrando propina. O delegado pode seguir para a prisão a qualquer momento, mas tudo agora vai depender da evolução do seu quadro de saúde. A partir desta segunda, as investigações serão retomadas. Confira matéria publicada no Diario de Pernambuco desta segunda-feira. O texto é do repórter Raphael Guerra.

 

Policiais civis que trabalham diretamente com o delegado Carlos Gilberto Freire de Oliveira, 61 anos, preso em flagrante, de acordo com a polícia, por crime de concussão (extorsão cometida por funcionário público), também serão investigados. O objetivo é identificar se algum deles está envolvido em esquemas criminosos, como cobrança de propina, dentro da Delegacia de plantão da Várzea. O delegado passará nesta segunda-feira por novos exames no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), onde está internado desde a última sexta-feira, quando foi preso. Após receber alta, seguirá para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

“Testemunhas e pessoas citadas durante a prisão em flagrante do delegado serão ouvidas ao longo desta semana. Temos dez dias até a conclusão do inquérito, que também apura se mais algum policial tem participação no crime”, explicou a delegada de Repressão aos Crimes contra a Administração e Serviços Públicos Andrea Veras. Segundo ela, mesmo com a divulgação da prisão do suspeito, nenhuma nova denúncia contra ele foi registrada na delegacia. Na esfera criminal, o suspeito pode pegar de dois a oito anos de detenção.

Carlos Gilberto foi flagrado em frente à reitoria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no momento em que recebia R$ 700 para liberação de um caminhão apreendido pela Delegacia da Várzea, onde ele atua como plantonista. Antes, ele havia exigido o pagamento de R$ 1,5 mil, mas acabou aceitando receber menos da metade do valor. O dono do caminhão, vítima da extorsão, havia vendido o veículo a outra pessoa, que deixou de efetuar o pagamento de algumas parcelas. Na quarta-feira passada, a vítima foi até a delegacia prestar queixa e o veículo foi apreendido. Quando foi resgatá-lo, ela foi informada que deveria pagar a quantia estipulada pelo delegado.

Antes de ir à Cidade Universitária para entregar o dinheiro, a vítima procurou a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social e denunciou o crime. Uma sindicância foi aberta para investigar administrativamente a conduta do suspeito, que tem 26 anos de experiência na Polícia Civil. Ele pode, inclusive, ser expulso da corporação. O advogado de defesa, José Pessoa Lins Júnior, afirmou que iria se reunir na noite de ontem com familiares do delegado para decidir que providências seriam tomadas. Ele disse ainda que vai se pronunciar oficialmente hoje sobre o caso. “Meu cliente foi vítima de uma armação. Tudo será esclarecido”, garantiu o advogado.

Em março deste ano, o então delegado titular de Combate à Pirataria, Tiago Cardoso, e outros quatro policiais civis foram presos por suspeita de envolvimento num esquema de cobrança de propinas a grandes comerciantes do Recife. O grupo também teria liberado mercadorias apreendidas ou deixado de realizar prisões e apreensões de vendedores de mídias piratas, em troca de dinheiro.

Leia mais sobre o caso em:

Delegado preso por corrupção está internado no Procape

 

Polícia já sabe que o empresário Sérgio Falcão foi assassinado

Por Raphael Guerra

Do Diario de Pernambuco

Apesar de ainda aguardar alguns laudos periciais, a Polícia Civil já não tem mais dúvidas de que o empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, foi assassinado por seu segurança, o PM reformado Jailson Melo, 53. As investigações agora estão todas voltadas para colher provas que comprovem a participação do mandante do crime, ocorrido em 28 de agosto, no apartamento da vítima, no Edifício 14 Bis, na Avenida Boa Viagem. O inquérito, que é acompanhado pelo Ministério Público de Pernambuco, continua em sigilo.

Fontes da Polícia Civil garantem que a delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo caso, já sabe quem foi o mandante e a motivação do homicídio, mas os mandados de prisão ainda não foram solicitados à Justiça por falta de provas materiais suficientes, entre elas os laudos finais do Instituto de Criminalística (IC), confeccionados pelo perito Sérgio Almeida. O Diario tentou contato com a delegada, mas os telefonemas não foram atendidos.

Família pediu exumação para comprovar o crime (ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS)

Corpo foi exumado semana passada. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A/Press

O corpo do empresário, exumado há uma semana para que passasse por nova varredura, continua no Instituto de Medicina Legal (IML), sem previsão de retorno ao Cemitério Morada da Paz. O objetivo é detectar vestígios de pólvora em qualquer parte do cadáver. O advogado de defesa de Jailson, André Fonseca, ficou surpreso com o rumo das investigações. “Não tenho dúvida de que ele é inocente. Estão procurando algo que não existe.” Segundo versão da defesa, o PM foi ao apartamento armado porque o empresário solicitou. Num momento de distração, Sérgio teria puxado a pistola 380 da cintura do suspeito e atirado contra a boca.

A repercussão nacional do caso levou o famoso médico legista e perito criminal George Sanginetti a enviar um e-mail ao advogado da família do empresário, Ernesto Cavalcanti, solicitando a participação voluntária nas investigações periciais. “Tenho 40 anos de experiência. Posso, em sigilo, fornecer uma análise de todos os exames em oito dias. Conhecia socialmente Sérgio Falcão aqui em Alagoas”, disse ontem, por telefone. Sanginetti ficou conhecido por investigar assassinatos como o de PC Farias, o tesoureiro da campanha do ex-presidente Collor, e o de Isabella Nardoni.

Cronologia do caso

28 de agosto
O empresário da construção civil Sérgio Falcão é encontrado morto em seu apartamento, no Edifício 14 Bis, em Boa Viagem. Após exames preliminares, o DHPP acredita em assassinato praticado por segurança da vítima

29 de agosto
Técnicos do Instituto de Criminalística fazem nova perícia no apartamento para encontrar a bala que matou o empresário. Surge a hipótese de suicídio ou de que a vítima, atormentada por dívidas, tenha pago para ser morta

30 de agosto
A empregada doméstica do empresário, que estava numa área isolada do apartamento, prestou depoimento à polícia. Declarou que ouviu conversas entre a vítima e o suspeito. Ela não teria ouvido barulho de tiro

31 de agosto
O advogado Ernesto Cavalcanti é contratado pela família do empresário para acompanhar as investigações do DHPP. Ele confirma que os parentes acreditam que Sérgio foi assassinado porque tinha muitas dívidas

3 de setembro
O PM reformado Jailson Melo, suspeito de matar Sérgio, apresenta-se à polícia. Ele afirma que, no apartamento, teve a pistola 380 puxada da cintura pelo empresário, que atirou contra a própria boca. Uma reconstituição é realizada

5 de setembro
Acompanhada da viúva do empresário, a delegada Vilaneida Aguiar volta ao Edifício 14 Bis. No apartamento de Sérgio, recolhe documentos, fotografias e outros materiais para nova perícia do Instituto de Criminalística

11 de setembro
O PM reformado Jadilson Gomes, 58, irmão de Jailson Melo, presta depoimento no DHPP. Ele confirmou que foi o responsável por emprestar a pistola 380 para o suspeito. Também disse que já havia feito isso outras vezes

29 de outubro
Após a morte de Sérgio Falcão completar dois meses – sem respostas – a delegada Vilaneida Aguiar solicita que seja feita a exumação do corpo do empresário para que novas perícias sejam realizadas no IML

31 de outubro
A exumação do corpo de Sérgio é realizada no Cemitério Morada da Paz, com a presença da delegada, peritos e do promotor André Rabelo, que passou a acompanhar o caso. Duas irmãs da vítima estiveram presentes

 

Morte de dono de construtora ainda em investigação

 

Por Maiara Melo

Às vésperas de completar dois meses de investigação sobre a morte do empresário Sérgio Falcão, dono da Falcão Construtora, uma das últimas testemunhas do caso prestou depoimento nessa segunda-feira, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Durante cerca de três horas, a esposa do principal suspeito, o policial militar Jailson Melo contou à polícia detalhes  do comportamento do marido antes e depois do empresário ter sido encontrado morto dentro do seu apartamento de luxo na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A polícia ainda não sabe se foi um homicídio ou se o empresário cometeu suicídio.

Esposa do PM saiu do DHPP sem falar com a imprensa. Foto: Maiara Melo/DP/D.A/Press

De acordo com a delegada Vilaneida Aguiar, o caso está perto de ser concluído. Daqui a aproximadamente 10 dias, os laudos do Instituto de Criminalística (IC) serão liberados. “Ela só foi chamada para completar o inquérito. Algumas testemunhas ainda serão ouvidas. Nós temos algumas novidades, que não podem ser divulgadas no momento”, explicou a delegada.

Delegada Vilaneida está à frente do caso. Foto: Maiara Melo/DP/D.A/Press

O advogado do casal, André Fonseca, continua afirmando que o seu cliente é inocente e que Sérgio teria cometido o suicídio, mas que teria chamado o policial até o apartamento para montar um cenário de homicídio para receber o dinheiro do seguro de vida. “A apólice não é liberada em caso de suicídio, por isso ele precisava induzir um homicídio”, explicou. “Está no processo que ele tinha 20 anos de porte de arma e tinha uma arma em casa. Sérgio era um exímio atirador”, afirmou o advogado, tentando explicar como o empresário teria sido ágil ao tirar a arma da cintura de Jailson e disparado.

Advogado diz que seu cliente é inocente. Foto: Maiara Melo/DP/D.A/Press

André Fonseca apresentou um arquivo com 56 páginas onde depoimentos e ofícios de policiais militares retratam a conduta de Jailson Melo. “O documento é público e só constam elogios ao sargento. São 30 anos de prestação de serviço ao estado, sempre com boa conduta”, disse. O inquérito será encerrado em aproximadamente 15 dias. “Acreditamos que ele não será acusado e o caso será arquivado”, concluiu André.

Polícia já sabe quem matou idosa em Enseada dos Corais

Viver em casas de praia é uma alternativa buscada por muitas famílias que querem deixar a agitação da cidade. Além de estar perto do mar, as pessoas estão livres do engarrafamentos, exceto em feriados e finais de semana, distante do corre-corre e um pouco longe da violência urbana. No entanto, outros perigos moram nesses locais. Seja no litoral Sul ou no Norte, são frequentes casos de arrombamento de imóveis de veraneio, assaltos durante realização de festas e furtos. Essa semana, um crime brutal chocou os moradores da praia de Enseada dos Corais. Uma senhora de 69 anos foi assassinada dentro de casa, possivelmente numa tentativa de assalto. São fatos como esses que fazem refletir sobre a segurança nesses locais e traz o questionamento sobre a atenção da polícia para áreas como essas.

Veja matéria publicada no Diario de Pernambuco desta sexta-feira

A Polícia Civil já possui as características do suspeito de assassinar a aposentada Terezinha Sá de Lucena, 69 anos, numa casa de luxo na Praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho. O crime aconteceu na manhã da quarta-feira. A vítima foi encontrada de roupas íntima, com várias lesões espalhadas pelo corpo, dentro de um banheiro. O autor do assassinato seria uma pessoa bastante conhecida da família, cuja identidade está sendo mantida em sigilo. Apesar de não haver indicativo de que objetos ou dinheiro tenham sido roubados, a polícia não descartou a hipótese de latrocínio.

Crime aconteceu na casa da vítima, na quarta-feira, na praia de Enseada dos Corais (TV CLUBE/REPRODUÇÃO)

Crime aconteceu na casa da vítima, na manhã da quarta-feira. Foto: Reproção TV Clube/Record

O caso está sendo investigado pelo delegado Antônio Resende, titular da delegacia do município. “Estamos fazendo várias diligências em busca de pistas. Por enquanto, não podemos passar nenhuma novidade”, afirmou. De acordo com o perito do Instituto de Criminalística (IC) Jurandir Aureliano, a aposentada foi vítima de socos e pancadas no rosto e no tórax. O instrumento usado nas agressões ainda não foi identificado. “Há lesões em regiões distintas, como nos olhos e no queixo. A perícia deve apontar o que o suspeito usou para agredir a mulher”, disse o perito do IC. O laudo deve ser concluído em dez dias, mas pode ter o prazo prorrogado, caso seja necessário.

A vítima vivia com o marido, a filha e um neto. Segundo a polícia, nenhum dos três estava no local no momento do crime. Além dos parentes, vizinhos e amigos serão intimados, nos próximos dias, para prestar depoimento. O sepultamento do corpo de Terezinha Sá aconteceu na tarde de ontem, no Cemitério Memorial Guararapes, na BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes. Muito abalada, a família preferiu não comentar o assunto. O inquérito tem 30 dias para ser concluído. Quem tiver informações que possam ajudar a esclarecer o crime pode telefonar para o Disque-Denúncia, no número (81) 3421-9595.

 

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Mistério em morte na praia de Enseada dos Corais

A Delegacia do Cabo de Santo Agostinho começa a investigar nesta quinta-feira o assassinato de uma dona de casa ocorrido na manhã dessa quarta-feira dentro da casa dela, na praia de Enseada dos Corais, no município do Cabo. Dona Terezinha Sá de Lucena, 69 anos, foi encontrada morta no banheiro com vários ferimentos pelo corpo. O crime foi registrado pelo delegado Joaquim Braga, da Força-tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado, a vítima estava trajando apenas roupas íntimas. Os investigadores suspeitam que o assassino tenha pulado o muro da residência.

Ainda segundo a polícia, no imóvel de classe média alta onde aconteceu o assassinato moravam, além de Dona Terezinha, o marido dela, a filha e um neto. Não havia ninguém em casa no momento do crime. “Pelas primeiras investigações, ainda não podemos dizer quem foi o autor, mas outra equipe já está à frente do caso. Também não temos como dizer que tipo de objeto foi utilizado nas agressões”, explicou o delegado Joaquim Braga.

A partir de agora, o caso vai ser acompanhado pelo delegado titular do Cabo, Antônio Resende. “Estamos iniciando as diligências agora pela manhã. Por enquanto, não posso falar nada”, resumiu o delegado. O corpo de Terezinha já foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML).  O sepultamento está previsto para esta quinta-feira, no Cemitério Memorial Guararapes, na BR-101 Sul, em Jaboatão dos Guararapes. Quem tiver informações que possa ajudar a esclarecer esse crime pode telefonar para o Disque-Denúncia (81) 3421-9595.