Polícia diz que dinheiro teria motivado assassinato de colunista

O assessor pessoal do colunista Marcolino Junior, Davi Fernando Ferreira Graciano, 22, é o principal suspeito de ter planejado a morte do jornalista, cujo corpo foi encontrado na segunda-feira em Sairé, a 30 km de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O assessor foi preso ainda na segunda-feira junto com Rafael Leite da Silva, flagrado tentando vender o veículo da vítima.

De acordo com a polícia, o assessor planejou a morte do jornalista para roubar o carro da vítima. Em depoimento, ele contou à polícia que recebia pouco pelo trabalho, cerca de R$ 200 por semana. “Ele não se achava reconhecido no trabalho, foi o que alegou no depoimento, mas o crime foi cometido por causa do patrimônio da vítima”, explicou o delegado Márcio Cruz. Ainda de acordo com a polícia, Rafael confessou ter recebido R$ 1 mil para se desfazer do carro. Os dois estão presos na penitenciária de Caruaru.
Apesar das prisões, a polícia não dá o caso por encerrado e considera a hipótese de outras pessoas terem participado do crime. Ontem, o carro do colunista foi periciado para identificar possíveis materiais genéticos.

A Prefeitura de Caruaru emitiu uma nota de pesar pela morte do colunista.”Foi com muita tristeza que recebemos esta notícia. Marcolino marcou a sociedade caruaruense com o seu carisma e trabalho”, disse o prefeito José Queiroz. O sepultamento foi realizado ontem às 21h no Parque dos Arcos, em Caruaru.

ENTENDA O CASO
Marcolino Júnior estava desaparecido desde a noite de sábado. Após almoçar com a mãe, o colunista social havia deixado de responder aos amigos e à família e não compareceu a um casamento no qual trabalharia. No domingo a família registrou um Boletim de Ocorrência do desaparecimento. O jornalista e colunista social Marcolino Júnior, 46 anos, tinha uma carreira de mais de 20 anos. Ele trabalhava na TV Asa Branca e assinava a coluna social do Jornal Vanguarda.

Imagens podem ajudar a polícia a esclarecer morte de jornalista goiano

Muitas dúvidas ainda estão por trás do assassinato do jornalista goiano de 28 anos encontrado morto nesse final de semana no Cabo de Santo Agostinho. Nesta segunda-feira, uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vai até o Cabo para começar a investiga o caso que teve repercussão nacional. Por enquanto, a polícia não descarta nenhuma possibilidade. Segundo os investigadores a morte pode ter sido um crime passional, um latrocínio, um crime de homofobia ou até mesmo uma morte por acidente. Leia abaixo matéria publicada no Diario desta terça-feira.

 

Do Diario de Pernambuco

As imagens das câmeras de segurança da Pousada Caravelas de Pinzón, onde o jornalista goiano Lucas Cardoso Fortuna, 28 anos, estava hospedado antes de ser encontrado morto, serão solicitadas hoje pela polícia. Segundo amigos, a vítima teria sido vista na noite da última sexta-feira, tentando entrar no local com um homem desconhecido. Na noite do sábado, Lucas saiu da pousada e seu corpo foi encontrado na manhã do domingo. Exames toxicológicos, sexológicos e subungueal (coleta de material nas unhas que servirá para a identificação de suspeitos por meio de DNA) também foram solicitados ao Instituto de Medicina Legal (IML), que, preliminarmente, informou que a causa da morte do jornalista foi espancamento e afogamento. O pai dele, Avelino Fortuna, e amigos acreditam, no entanto, que o assassinato teve motivação homofóbica.

Pai de Lucas veio liberar o corpo do IML. Foto: Carolina Braga/DP/D.A/Press

O gestor da Diretoria Geral de Polícia Judiciária Especializada, Joselito Kehrle, informou ontem à noite que nenhuma hipótese está descartada. “A mais frágil é o latrocínio (assalto seguido de morte), mas por enquanto é cedo para dizer que a morte foi passional ou homofobia. Pode inclusive ter sido apenas um afogamento. Os cortes podem ter sido provocados pelas pedras do mar”, afirmou. Vestindo apenas uma cueca, o corpo de Lucas foi encontrado com várias marcas de espancamento, próximo ao mar, entre as praias de Gaibu e Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho. Um documento de identidade, sujo de sangue, também estava rasgado. A delegada Gleide Ângelo, do DHPP, irá hoje ao Cabo dar início às diligências.

Homossexual assumido, militante ativista do movimento LGBT e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Santo Antônio de Goiás, Lucas chegou à capital pernambucana na última quarta-feira para arbitrar a Série A do Campeonato Brasileiro de Vôlei Paralímpico. A passagem de volta estava marcada para o domingo, mas o jornalista conseguiu adiar por mais dois dias, que seriam usados para visitar amigos recifenses. Estava feliz com a possibilidade de se tornar um árbitro nacional. Ele pode ter sido a 30ª vítima de intolerância sexual contabilizada neste ano em Pernambuco, de acordo com o Movimento Gay Leões do Norte. Em 2011, foram 25 casos.

“A violência roubou o futuro de um jovem que contribuía e poderia contribuir muito mais na luta contra a intolerância. Espero que tudo isso não tenha sido em vão”, afirmou o pai, Avelino Fortuna. O sepultamento está previsto para hoje, em Goiás. Para Luciano Freitas, amigo da vítima e integrante do Grupo Leões do Norte, alguém teria atraído o jornalista até o local. “O que importa agora é entender o porquê de um assassinato cruel desses ter sido cometido e não quais foram as circunstâncias que o levaram para aquele local, àquela hora”, disse.

Saiba Mais

Pernambuco

30 homossexuais assassinados neste ano
25 homossexuais assassinados em 2011
20% é o aumento nos casos já registrados

Brasil

266 homossexuais assassinados em 2011
260 homossexuais assassinados em 2010

118% é o aumento de casos registrados entre 2005 e 2011
A cada 33 horas um homossexual foi assassinado em 2011

Ranking dos estados com maior número de casos (2011)

Bahia    28
Pernambuco    25
São Paulo    24
Paraíba    21
Alagoas    21
Minas Gerais    21
Rio de Janeiro    20

As formas de assassinato (2011)

70 por arma de fogo
67 por arma branca (faca, foice, machado, tesoura)
56 por espancamento (pauladas, pedradas, marretadas)
8 por enforcamento
65 outros (afogamentos, atropelamentos, carbonização, degolamentos, tortura, violência sexual)

Fontes: ONG Leões do Norte, Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais de 2011