Dois condenados e um absolvido por morte do promotor Thiago Faria

Três anos e 15 dias após o crime, duas pessoas foram condenadas pelo homicídio do promotor Thiago Faria Soares e tentativa de homicídio contra a advogada Mysheva Martins e o tio dela Adautivo Martins. O julgamento começou na última segunda-feira e acabou às 4h30 desta sexta-feira, quando a juíza federal Amanda Torres leu a sentença, na sede da Justiça Federal, no Jiquiá. Além dos condenados, ainda será julgado separadamente o réu José Maria Domingos Cavalcante, em 12 de dezembro. Está foragido Antônio Cavalcante Filho. O terceiro réu que estava sendo julgado, Adeíldo Ferreira dos Santos, foi absolvido.

Julgamento durou quatro dias. José Maria teve a maior condenação. Foto: Anderson Freire/Esp.DP
Julgamento durou quatro dias. José Maria teve a maior condenação. Foto: Anderson Freire/Esp.DP

José Maria Pedro Rosendo Barbosa, apontado como mentor do crime, foi condenado a 50 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de homicídio contra o promotor e tentativa de homicídio contra Mysheva e Adautivo. José Marisvaldo Vitor da Silva foi condenado a 40 anos e oito meses de reclusão pelos mesmos crimes. Adeíldo recebeu o alvará de soltura expedido pela juíza. Os jurados não consideraram as provas contra ele consistentes para condená-lo.

A mãe de Thiago, Maria do Carmo Faria, e o filho dela, Daniel, acompanharam o longo julgamento desde o primeiro dia. Maria do Carmo tatuou uma frase nas costas em homenagem ao filho assassinado: “Que as nossas lembranças não sejam o que ficou por viver”. “Achei muito justo. Meu filho merecia justiça. Meu coração ainda está despedaçado porque não tenho meu filho em casa, mas é um ciclo terminado”, falou Maria do Carmo.

Com informações da repórter Marcionila Teixeira, do Diario de Pernambuco

Suspeito de mandar matar promotor se reuniu com pistoleiros antes do crime

Uma reunião entre três pistoleiros e o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, o Zé Maria, ocorrida 15 dias antes do assassinato do promotor Thiago Faria Soares, além das imagens de câmeras de pontos comerciais de Águas Belas que mostram José Maria e Edmacy Cruz Ubirajara circulando pelo município na manhã do crime, fazem a polícia relacionar diretamente a dupla ao assassinato.

Polícia continua buscando suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Polícia continua buscando suspeitos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

No entanto, embora a disputa de terra entre o fazendeiro Zé Maria e Mysheva Martins continue sendo a principal linha de motivação para a execução do promotor, a polícia disse que ainda não descartou nenhuma outra possibilidade para o assassinato. Ontem, a Polícia Civil afirmou que existe a possibilidade de Zé Maria, que ainda está foragido, ter sido o motorista do veículo que interceptou o carro do promotor, e de onde saíram os disparos de espingarda calibre 12 que o mataram.

Já as imagens que foram solicitadas de um estabelecimento na PE-300, via onde o atentado ocorreu, foram encaminhadas para o Instituto de Criminalística (IC), no Recife, para serem melhoradas. A polícia informou que elas têm baixa qualidade. Segundo o chefe da Polícia Civil do estado, delegado Osvaldo Morais, através dos depoimentos colhidos até agora, foi constatado que havia vários rumores na localidade de que o promotor seria executado por defender os interesses da noiva.