Rotina de assaltos e medo em Santo Amaro e na Boa Vista

O medo faz parte da rotina de moradores, comerciantes e funcionários de empresas dos bairros de Santo Amaro e da Boa Vista, na região central do Recife. Eles reclamam que os assaltos têm sido constantes. Os crimes acontecem em ruas próximas de órgãos policiais e à luz do dia.

Os bairros integram a Área de Segurança 01, uma das que mais reduziram a violência após a criação do Pacto Pela Vida, em 2007. De acordo com um levantamento da Secretaria de Defesa Social (SDS), a quantidade de roubos na região aumentou 5% nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, em comparação ao mesmo período em 2013.

Ruas pacatas são ponto preferencial para abordagens (DEBORA ROSA/ESP.DP/D.A.PRESS)

A presença da sede da SDS, que fica na Rua São Geraldo, em Santo Amaro, não tem inibido ações criminosas nas proximidades. Na última segunda-feira, um estudante de 19 anos foi assaltado por volta das 15h enquanto caminhava na Rua Araripina, a cerca de 650 metros da secretaria. O relógio e a carteira dele foram levados. “Vi um homem vindo de bicicleta no sentido Aurora/Cabugá. Ele tirou uma arma de debaixo da camisa, apontou para mim e mandou passar a carteira”.

O estudante, que fez boletim de ocorrência pela internet, disse temer novos assaltos. Outro problema na região tem sido os constantes casos de arrombamentos de carros e casas. Já na Rua Gervásio Pires, na Boa Vista, lojistas dizem que em uma semana quatro estabelecimentos foram assaltados, mesmo perto de uma delegacia. Um comerciante de 34 anos, dono de uma loja de roupas e bijuterias, está assustado.

Nos últimos seis meses, foi assaltado duas vezes. Em uma delas, foi amarrado e teve uma arma apontada para si. O prejuízo passou dos R$ 8 mil. “Os assaltos ocorrem entre 13h e 15h. No último, em 10 de fevereiro, levaram 35 relógios, dois iPhones, dinheiro do caixa e celulares de funcionárias. Vários empregados deixaram de trabalhar. Estou desesperado. Nem consigo ficar na loja, com medo”.

A Polícia Militar, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que o policiamento na área é feito por uma viatura da Patrulha dos Bairros, uma guarnição do programa Polícia Amiga, uma dupla de motopatrulhamento, uma guarnição tática, um Posto de Policiamento Ostensivo, além do recobrimento do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati). Não informou, entretanto, se vai reforçar o policiamento.

Do Diario de Pernambuco

População de Cupira e Solidão pede mais atenção para segurança

Nesta semana estive viajando por vários municípios do interior de Pernambuco produzindo uma matéria para o Diario de Pernambuco. Passei por cidades do Sertão, do Agreste e das matas Norte e Sul do estado. Nas conversas com os moradores, muitos deles relataram a falta de policiamento e os constantes assaltos que estão acontecendo nas regiões.

No município de Solidão, por exemplo, segundo os moradores, falta efetivo policial. Em Cupira, também no Agreste, muita violência e a falta de policiais amedrontam famílias e comerciantes, que dizem já não ter mais para quem apelar. A população relata que as delegacias ficam fechadas à noite e nos finais de semana.

“No sertão e em várias regiões do estado, a situação não é diferente. Enfim, peço que as autoridades saibam que não é só a capital que precisa de segurança pública, o interior também clama por ela urgentemente”, disse uma moradora de Cupira, que preferiu o anonimato. Fica, então, o alerta para a Secretaria de Defesa Social (SDS), para verificar os problemas relatados pela população nas referidas cidades.

Mortes de gays assustam moradores do Cabo de Santo Agostinho

Os assassinatos de sete homossexuais num período de pouco mais de um ano registrados no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), deixaram a população LGBT da cidade em estado de alerta. Segundo os registros da Delegacia Seccional, os crimes aconteceram entre os dias 21 de maio do ano passado e 17 de junho deste ano.

Dessas sete mortes, quatro foram entre as praias de Gaibu, Calhetas e Enseadas dos Corais, onde há grande fluxo de visitantes nos finais de semana. Apesar do medo entre os gays que moram na localidade em relação às mortes, a Polícia Civil afirma que, por enquanto, nenhuma das investigações desses homicídios teve motivação homofóbica.

“Os pontos onde aconteceram os crimes são locais de curtição à noite. Estamos com medo de sair”, Jovem gay, morador de Gaibu

De acordo com o delegado seccional do Cabo, Manuel Martins, as mortes de homossexuais anotadas no município no período em questão não representam nem 5% dos homicídios registrados em um ano e não se pode afirmar que  há mortes em série. “Algumas dessas mortes ainda estão em investigação. Até agora, nada indica que houve crimes de homofobia”, disse o delegado.

Violência no Cabo de Santo Agostinho

  • 172 crimes de homicídios registrados de junho de 2012 até maio de 2013
  • 7 homossexuais morreram entre os meses de maio de 2012 a junho de 2013
  • 23 assassinatos foram registrados no mês de junho deste ano
  • 21 crimes de assassinatos foram notificados em junho de 2012

Leia matéria completa na edição impressa do Diario desta segunda-feira.

BR-101 Sul e Avenida Sul são campeãs em registros de assalto a ônibus

A sensação de medo rotineira para os usuários de ônibus que passam pela BR-101 Sul e pela Avenida Sul se justifica também pelos números. Os dois pontos são os que mais tiveram assaltos a coletivos no Grande Recife em 2012, segundo dados da Polícia Militar. Dos 580 crimes registrados, 150 aconteceram nas duas localidades. O Ibura, no Recife, foi o campeão de investidas, com 78. Outra área cortada pela BR-101 Sul, o bairro de Prazeres, em Jaboatão, onde houve 23 casos, também é crítica. Nessa parte da rodovia a auxiliar de almoxarifado Suany Muniz Rodrigues, 33 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça há 15 dias, durante um assalto a um ônibus da linha Barra de Jangada/Curado IV. Segundo local mais perigoso para usuários do sistema de transporte na RMR, a Avenida Sul, que corta os bairros de São José e Afogados, no Recife, contabilizou 72 assaltos em 2012. Em terceiro ficou a Ilha Joana Bezerra, com 53. O número de investidas na RMR, porém, diminuiu 47% neste mês de janeiro em comparação ao mesmo período do ano passado.

Passageiros não sentem segurança nos coletivos. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A.Press

A dona de casa Adriana Alves, 39 anos, que costuma pegar ônibus na parada dos Milagres, no Ibura, está assustada. “Eu nunca fui assaltada, mas sempre que entro num ônibus fico com medo. Isso acontece em qualquer linha e em qualquer lugar”, ressaltou. O motorista de ônibus Carlos Alberto trabalha na linha Barro/Prazeres e revela que não se sente seguro em trafegar pela BR-101 Sul. “Eu, graças a Deus, nunca fui assaltado, mas vários colegas já foram vítimas dos criminosos. Eles não escolhem dia nem hora para agir. Praticam os assaltos quando querem. Precisamos de mais policiamento por aqui”, desabafou.
De acordo com o subdiretor da Diretoria Especializada da Polícia Militar, tenente-coronel Vanildo Maranhão, apesar dos constantes crimes na BR-101 Sul, o número de casos diminuiu em relação ao ano passado. “Em janeiro deste ano conseguimos reduzir os assaltos a ônibus em todo Grande Recife”, destacou. A PM aumentou a fiscalização em alguns corredores de transporte coletivo da RMR para evitar as ocorrências. No último domingo, um homem de 18 anos foi preso e uma adolescente de 14 anos apreendida durante uma abordagem. O casal estava com um revólver calibre 38 dentro de um ônibus da linha Barro/Prazeres.

Câmeras
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE), toda a frota de 2,7 mil coletivos do Grande Recife tem câmeras de monitoramento interno. Esse equipamento foi fundamental para identificar e prender os dois suspeitos de matar Suany Muniz.

Do Diario de Pernambuco