Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte, é finalmente inaugurado

Depois de muita espera, o governador Paulo Câmara entregou nesta segunda-feira a Unidade I do Centro Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, na Mata Norte do estado. Durante visita ao local, Câmara também assinou a Ordem de Serviço para o início das obras da Unidade II do empreendimento. As intervenções, que inicialmente foram concebidas para ser uma Parceria Público-Privada (PPP), custaram cerca de R$ 10 milhões aos cofres do governo do estado. Para a conclusão da segunda unidade, mais R$ 10 milhões serão investidos.

Governador esteve na unidade nesta segunda-feira. Fotos: Hélia Scheppa/SEI

“Hoje, a gente entrega o primeiro pavilhão aqui de Itaquitinga e estamos iniciando o segundo pavilhão. O que mostra que a gente não iria deixar um equipamento como esse, que foi conduzido pelo parceiro privado de maneira irresponsável, virasse um elefante branco. A gente já está dando serventia a ele e vamos superar, até o final de 2018, marcas que são fundamentais para o nosso governo”, declarou o governador.

Durante a visita ao CIR de Itaquitinga, Paulo Câmara frisou que a unidade atende requisitos importantes para a recuperação social. “Um equipamento como esse  mostra que é possível ser preso, mas, ao mesmo tempo, ter condições de estudar, trabalhar, de se desenvolver e de cumprir sua pena com dignidade. É isso que a gente quer fazer em todo estado de Pernambuco”, pontuou.

Refeitório da unidade está pronto. Presos serão transferidos nos próximos 40 dias

A unidade será ocupada gradativamente, após a composição de equipagem e pessoal. No entanto, por medida de segurança, não serão divulgados os dias das transferências e nem as procedências dos presos. A expectativa é que, nos próximos 40 dias, o processo de ocupação seja iniciado. A unidade – construída inicialmente para o regime semiaberto foi adaptada para abrigar cerca de 1.000 presos do regime fechado.

A construção da Unidade I do centro tem o objetivo de desafogar as unidades prisionais da Região Metropolitana. Em um total de 10 hectares, foram construídos 1.000 metros quadrados de estrutura, seguindo um novo conceito de arquitetura prisional, onde as paredes internas da administração são de gesso e toda a área externa e demais áreas são de concreto.

O complexo abriga celas de tamanhos variados; administração e recepção de visitantes; pavilhão destinado aos concessionados (presos que exercem atividades laborais); 12 salas de aula; área jurídica e de saúde; refeitório; 3 pavilhões de vivências coletivas; instalações para a Polícia Militar (vestiários, WCs); oito guaritas, além de muros com alambrados.

Padrasto de Alice Seabra ficará dez dias em isolamento no Cotel

Preso no isolamento, em uma cela do Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, Gildo Xavier, 34 anos, assassino confesso da enteada, Maria Alice Seabra, não recebeu nenhuma visita de parente ou advogado. Segundo a direção da unidade, ele aparentou traquilidade, falou pouco, dormiu bem e fez todas as refeições no primeiro dia de sua nova vida.

Gildo ainda não recebeu visita de parentes. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Gildo ainda não recebeu visita de parentes. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press

Após os dez dias de isolamento, ele será encaminhado ao pavilhão de segurança onde estão os presos de maior periculosidade ou dos crimes que tiveram grande repercussão na imprensa. Entre eles está o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 55 anos, apontado como mandante do assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria.

De acordo com o diretor do Cotel, Josafá Reis, a preocupação em deixar Gildo em cela isolada é para garantir a segurança dele. “Após o período de isolamento ele ficará na unidade de disciplina, onde as celas são individuais, devido à natureza do crime. O provável é que ele permaneça nesse pavilhão até ser julgado”, explicou. O pavilhão de disciplina conta atualmente com 19 detentos. Eles não têm contato entre si. Ficam em celas individuais.

Nos primeiros dez dias de isolamento, antes da transferência para o pavilhão, o detento não tem direito a visita ou banho de sol. A cela tem apenas uma cama e um vaso sanitário. Na sua primeira noite, antes de dormir, Gildo Xavier jantou sopa com pão. Pela manhã, o café da manhã teve pão e papa e o almoço arroz, carne e feijão. “Essa é a refeição de todos os detentos”, disse o diretor.

Enquanto o assassino confesso tenta se adaptar à sua nova rotina, a vida que ele deixou para trás ainda está longe de se refazer. Três becos dão acesso à casa onde a família mora, na Vila Tamandaré, no bairro da Estância. Pelo pouco espaço e proximidade das casas, os vizinhos se conhecem bem.