Policiais federais de Pernambuco param atividades nesta quinta-feira

Após deliberação em assembleia realizada pelo Sindicato dos Policiais Federais do Estado de Pernambuco – SINPEF/PE na última sexta-feira, os escrivães, papiloscopistas e agentes da Polícia Federal no Recife decidiram parar suas atividades (greve) nesta quinta-feira (Dia das Bruxas).

A greve de um dia acompanha o movimento nacional da categoria promovido pelo Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais – FENAPEF, que congrega os Presidentes dos Sindicatos dos Policiais Federais dos 26 estados do Brasil e do Distrito Federal.

Em Pernambuco, a paralisação ocorrerá na Superintendência Regional da Polícia Federal no Recife e Delegacias de Polícia Federal de Caruaru e Salgueiro, visando protestar e denunciar a insatisfação das categorias com o tratamento que a Administração da Polícia Federal e o Governo Federal têm lhes dispensado, especialmente sobre:

  • a péssima gestão de recursos humanos da Polícia Federal que ignora a Lei nº 9.266/96 que definiu o nível superior dos cargos de Escrivão, Papiloscopistas e Agentes Federais e que, por outro lado, não estabelece em lei as atribuições desses cargos, atualmente definidas em uma Portaria do MPOG, (523/89) e por isso inconstitucional, assim declarada pelo STF (Supremo Tribunal Federal);
  • a crise decorrente do sucateamento funcional e salarial desses policiais, caracterizada pela desvalorização, desmotivação, assédio moral, adoecimentos, perseguições e evasão de policiais para outros órgãos.
  • a ineficiente gestão da Polícia Federal, que aliada à redução sistemática do orçamento do Órgão,  vem produzindo inoperância, retrocesso e queda na persecução criminal, agravando as deficiências inerentes ao modelo ultrapassado de investigação que é feita através do inquérito policial.

A luta dos Policiais Federais é pela valorização de seus cargos que são os responsáveis pelas investigações policiais de combate à sonegação, à corrupção, aos crimes do colarinho branco, dentre outros tão relevantes para o Brasil.

Na paralisação programada, os Policiais Federais estarão trajando as camisas SOS POLÍCIA FEDERAL, (movimento decretado a partir da greve de 70 dias ocorrida em 2012 e até hoje sem solução do Governo Federal). Serão ainda ostentadas faixas de protestos e distribuídos panfletos informativos para o esclarecimento da população.

Durante o dia de greve serão mantidas as atividades dos Serviços Essenciais com 30% (trinta por cento) do efetivo grevista, conforme estabelecido pela Lei de Greve (Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989).

Com informações da assessoria de imprensa do Sinpef/PE

Professora de Bom Conselho pode ter sido morta por policiais

Depois da dor e da revolta, a dúvida. Familiares e amigos da professora Alexandra Machado, 33 anos, estão se perguntando até agora de onde realmente partiu o tiro que a matou após um intenso tiroteio entre policiais e assaltantes. O crime aconteceu no final da manhã dessa quarta-feira, no município de Bom Conselho, no Agreste, e deixou grande parte da população do estado revoltada.

Alexandra tinha 33 anos. Foto: Facebook/Reproducao da Internet.
Alexandra tinha 33 anos. Foto: Facebook/Reproducao da Internet.

Até o momento, a polícia não tem pistas dos dois suspeitos de assaltarem a agência dos Correios e fazeram Alexandra e uma criança de um ano reféns. A cidade de 45 mil habitantes está de luto. Nessa quinta-feira, a cidade parou para acompanhar o sepultamento do corpo da professora. Muita gente levou faixas e cartazes homenageando Alexandra e cobrando justiça.

Foto: Blog do Tiago Padilha/Reproducao da Internet
Carro da professora Alexandra. Foto: Blog do Tiago Padilha/Reproducao da Internet

O “Blog do Poeta”, editado em Bom Conselho, publicou supostas fotos do carro da vítima, no qual ela morreu. O veículo, um Fiat Uno, tem 14 marcas de tiro. Na cidade, circulou o boato de que Alexandra teria sido morta durante o tiroteio entre a polícia e o bandido e não assassinada pelo assaltante na zona rural do município, como foi divulgado pela polícia. Apesar do caso está sendo investigado pela Polícia Federal (PF), o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, comentou que apenas com o final do inquérito é que vai ser possível afirmar de onde partiu o tiro que matou Alexandra.

“Dentre em breve, a gente terá o desfecho desse caso. As informações preliminares davam conta que o tiro que a matou teria partido do assaltante, mas só o inquérito que está sendo conduzido pela Polícia Federal poderá dizer de que forma ela realmente foi morta”, afirmou Damázio. De acordo com o assessor de imprensa da PF, Giovani Santoro, a possibilidade de Alexandra ter sido morta por tiros disparados pelos policiais militares não está descartada. “Tudo está sendo investigado”, afirmou.

Tiroteio entre policiais reconstituído nesta 3ª feira

 

Esta marcada para a manhã desta terça-feira a reconstituição do tiroteio entre policiais civis e agentes da Polícia Federal (PF) que resultou na morte do policial federal Jorge Washington Cavalcanti de Albuquerque, 57 anos. O caso aconteceu no dia 5 de janeiro do ano passado, na BR-232, no bairro do Curado. O caso volta à tona porque o procurador da República Anderson Vagner Goes dos Santos do Ministério Público Federal (MPF) devolveu o inquérito feito pela PF, como divulgou o Diario de Pernambuco com exclusividade, alegando que havia algumas questões que precisavam ser esclarecidas e determinando a realização da reprodução simulada. O agente federal foi morto com um tiro no peito e um outro agente foi baleado na barriga durante uma operação para prender o jovem Wagner Alves do Nascimento, 25, apontado pela polícia como traficante de drogas. Classificado como um mal-entendido e fatalidade, o caso teve repercussão porque envolveu policiais do Departamento de Narcotráfico da PF e da Polícia Civil que estavam na mesma investigação.

Morte do policial federal criou um clima de mal estar entre as duas corporações

O inquérito voltou às mãos do delegado federal responsável pelas investigações, Renato Cintra. O pedido de reconstituição do procurador da República recomenda que todas as pessoas envolvidas no tiroteio voltem à cena do crime. Para isso, até o suspeito Wagner Alves, que está preso por tráfico, vai estar na BR-232. Além dele, o taxista que estava levando o jovem, os três policiais civis e os seis federais que também estavam investigando o suposto traficante estarão presente da reprodução simulada. O objetivo da reprodução simulada é esclarecer todas as dúvidas que o MPF não conseguiu encontrar justificativas no inquérito enviado pela PF. Durante a investigação do caso, peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) de Brasília vieram ao Recife e fizeram uma reconstituição virtual do tiroteio para ajudar a esclarecer de onde teriam partido os primeiros tiros. A equipe trouxe um equipamento de última geração, um scanner 3D. Porém, o resultado de toda a investigação não satisfez o MPF.

Sofisticada tecnologia usada em 2011 não esclareceu dúvidas do MPF