A polícia que brinca de “esconder” pessoas

Enquanto cidadãos e organizações de defesa dos direitos humanos cobram das autoridades do Rio de Janeiro o esclarecimento sobre o que ocorreu com o pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há 23 dias, a dona de casa goiana Maria das Graças Soares luta quase que sozinha, há oito anos, para saber o paradeiro de seu filho Murilo Soares. O garoto é umas das 39 pessoas que, segundo organizações sociais de defesa dos direitos humanos, desapareceram após serem abordadas por policiais militares na Região Metropolitana de Goiânia nos últimos anos.

“Eu também queria saber onde está o meu filho. Eu queria que os governantes, as autoridades, também me ajudassem”, disse Maria das Graças à Agência Brasil. “São 39 famílias de desaparecidos após abordagem policial que até hoje não tiveram respostas”, comentou a dona de casa, referindo-se aos números parcialmente revelados no ano passado, em um relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goiás.

Morador da Rocinha, Amarildo desapareceu no dia 14 de julho deste ano, após ser levado por policiais militares para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, no bairro de São Conrado, na Zona Sul do Rio. O caso gerou protestos de moradores da Rocinha aos quais, depois, se somaram os de segmentos da sociedade fluminense. Após chegar às redes sociais, a pergunta “Onde está Amarildo?” atraiu a atenção da imprensa brasileira e internacional. Já o caso de Murilo e das outras 38 supostas vítimas da abordagem policial goiana atraem cada vez menos a atenção da opinião pública.

Murilo tinha 12 anos quando, em 22 de abril de 2005, policiais do grupo Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) pararam o carro dirigido pelo servente Paulo Sérgio Pereira Rodrigues, de 21 anos. A pedido do próprio pai (que, na época, já estava separado de Graça), Murilo voltava para casa de carona com Paulo. Várias pessoas presenciaram o momento em que os policiais revistavam o motorista enquanto o garoto permanecia de pé, ao lado do veículo. Foi a última vez que Murilo e Paulo foram vistos. O carro foi encontrado no dia seguinte, carbonizado e sem a aparelhagem de som e as rodas. Os corpos dos dois ocupantes, no entanto, jamais foram localizados. Paulo tinha antecedentes criminais.

Oito policiais acusados de latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver foram absolvidos pela Justiça de Goiás por falta de provas materiais. O Ministério Público recorreu da sentença e o resultado do julgamento foi anulado pela Justiça Estadual, que decidiu levar os policiais ao Tribunal de Júri por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáveres. Por falta de indícios, a nova decisão também foi anulada e o novo julgamento não aconteceu.

Esses dois casos me fizeram lembrar uma matéria escrita por mim no carnaval de 2006 e publicada com exclusividade pelo Diario de Pernambuco onde um grupo de 14 adolescentes do bairro de Afogados que seguia para brincar carnaval no Recife Antigo foi parado por viaturas da Polícia Militar. Depois de terem sido obrigados a entrar nas viaturas e sofrerem várias agressões, parte do grupo foi obrigada pelos PMs a pular no Rio Capibaribe, nas imediações do Fórum Joana Bezerra. Dois deles, Diogo Rosendo e Zinael José de Souza, acabaram morrendo afogados tentando atravessar o rio.

Os corpos dos adolescentes que estavam como desaparecidos foram encontrados dias depois boiando no rio nas proximidades do bairro da Torre. Os PMs acusados do crime foram exonerados da corporação e condenados pelas duas mortes. As famílias lutam agora para receber uma indenização.

Com Agência Brasil

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Audiência do Caso Ponte Joaquim Cardoso adiada mais uma vez

Aprovada anistia para PMs e bombeiros grevistas

O Plenário aprovou nessa terça-feira (9) o Projeto de Lei 2791/11, do deputado Weverton Rocha (PDT-MA), que concede anistia a policiais e a bombeiros militares punidos por participar de movimentos reivindicatórios. A matéria, aprovada na forma do substitutivo da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, será enviada ao Senado.

De acordo com o substitutivo, de autoria do ex-deputado Francisco Araújo, serão beneficiados os policiais e bombeiros dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.

O relator acolheu sugestões de outros seis projetos que tramitam em conjunto (PLs 3103/12, 3424/12, 3579/12, 3635/12, 3666/12 e 4147/12) e tratam do mesmo assunto. Segundo o relator, “a anistia concedida não alcançará os excessos, os quais devem ser punidos para que não haja incentivo à desordem”.

O substitutivo concede anistia aos policiais e bombeiros que participaram de movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e condições de trabalho, ocorridos entre 1º de janeiro de 1997 e 11 de outubro de 2011; e aos que participaram de greves entre 13 de janeiro de 2010 e 11 de outubro de 2011.

O relator pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), lamentou que muitos manifestantes tiveram seus telefonemas grampeados durante o movimento. “Para acabar com isso tudo, é preciso votar a PEC 300/08”, afirmou, referindo-se à proposta de emenda à Constituição que estabelece piso salarial nacional para policiais.

Lei atual
A Lei 12.505/11 já concedeu anistia para os policiais e bombeiros militares dos estados de Alagoas, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de Rondônia e de Sergipe que participaram de movimentos reivindicatórios entre 1º de janeiro de 1997 e 11 de outubro de 2011.

A lei também anistiou os policiais e bombeiros militares dos estados da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa Catarina e do Tocantins, além do Distrito Federal, que participaram de movimentos reivindicatórios entre 13 de janeiro de 2010 e 11 de outubro de 2011.

Da Agência Câmara

PMs agora têm lugar reservado na Delegacia de Jaboatão

Quem já esteve em uma delegacia de polícia ou pelo menos conhece o cotidiano de uma deve saber que é para lá que são levadas as pessoas presas em flagrante pela Polícia Militar. No entanto, quando uma viatura policial chega à delegacia, para entregar a ocorrência aos agentes, é necessário que seja feita uma comunicação. Esse procedimento é realizado através de um Boletim de Ocorrência (B.O). Uma coisa que os PMs sempre se queixam é de que não há um lugar adequado para que esse B.O seja preenchido.

Eu mesmo já presenciei várias vezes policiais militares relatando a ocorrência dentro das viaturas que trabalham. Alguns preferem usar o carro como apoio para escrever e outros buscam o balcão ou uma mesa que estiver desocupada na delegacia para preencher a comunicação. A partir de agora, pelo menos os PMs que trabalham no 6º BPM e cobrem a área de Jaboatão Centro estarão livres dessa agonia.

PMs têm área reservada para fazer B.Os. Foto: Igor Leite/Divulgação
PMs têm área reservada para fazer B.Os. Foto: Igor Leite/Divulgação

É que a delegacia comandada pelo delegado Igor Leite reservou um local especialmente para receber os policiais militares. Uma mesa e uma cadeira estão destinados exclusivamente para os PMs preencherem seus boletins antes de repassarem o caso para a Polícia Civil. A ideia bem que poderia ser utilizada por outras delegacia, né? Iria otimizar o tempo de trabalho e beneficiar ainda mais a população.

 

PMs mortos em serviço serão homenageados

A homenagem, chamada PM Tombado, que homenageia os policiais militares mortos durante o serviço acontece nesta sexta-feira. O toque da marcha fúnebre, as honras militares, um minuto de silêncio, a execução do hino da corporação, a aposição da coroa de flores ao monumento do PM Tombado e a tradicional salva de tiros devem fazer parte da solenidade que é acompanhada pelas autoridades e pelos parentes dos policiais militares, a partir da 9h, na Alameda Frontal do Quartel do Comando Geral, no Derby.

Militares mortos em serviço serão homenageados. Ines Campelo/DP/D.A.Press.
Militares mortos em serviço serão homenageados. Ines Campelo/DP/D.A.Press.

O evento, que faz parte das comemorações alusivas aos 188 anos de existência da Polícia Militar de Pernambuco, contará com a participação do comandante geral da Corporação, coronel José Carlos Pereira, bem como oficiais e familiares dos policiais falecidos.

Com informações da assessoria de imprensa da Polícia Militar

Baderna e destruição antes e depois do clássico entre Sport e Santa Cruz

Por mais que a polícia esteja nas ruas para tentar minimizar os efeitos do temido encontro de torcidas rivais no Recife, a cada dia as cenas de violência são mais frequentes. Nesse domingo, passei em frente à Ilha do Retiro a caminho da redação antes das 9h e já havia muitos policiais no local. Ao longo do dia, mais policiais militares de diversos batalhões foram deslocados para as ruas com o objetivo único de deter baderneiros e garantir a ida e vinda dos verdadeiros torcedores ao clássico que deu o tricampeonato ao Santa Cruz.

Antes do jogo, torcedores foram revistados. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press
Antes do jogo, torcedores foram revistados. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A Press

No entanto, ainda antes da bola começar a rolar na Ilha, a pau já estava cantando dentro do estádio e nas ruas do Grande Recife. Em Olinda e em Paulistas, grupos de ambos os times foram detidos após brigas nas ruas. Na Avenida Norte, PMs estavam revistando torcedores que seguiam para o jogo. Cenas de violência também foram vistas nas dependências do campo do Sport, onde torcedores do Santa Cruz destruíram os banheiros e chegaram a jogar objetos sobre os carros estacionados. Bacias sanitárias chegaram a ser arremessadas.

O medo de sair de casa durante os dias de jogos, sobretudo os decisivos, já faz parte da rotina de muita gente. Leitores do blog relataram ter presenciado confusões na Avenida Conde da Boa Vista, na Madalena e em Olinda. Nem mesmo os profissionais da imprensa que estavam trabalhando foram poupados. Vários carros de empresas de comunicação foram danificados. E olhe que mais de 1,4 mil homens da PM estavam trabalhando apenas para a segurança do clássico. Resta saber até quando essas pessoas que se dizem torcedores vão continuar se aproveitando dos dias de jogos para fazerem o que querem.

Veja cobertura completa no portal do pe.superesporte.com.br ou no Diario de Pernambuco desta segunda-feira.

 

O tráfico que mata inocentes

Enquanto em Brasília os deputados irão discutir sobre a implantação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), em Pernambuco, a guerra do tráfico segue fazendo vítimas. A mais recente foi um menino de apenas 10 anos. Ele morreu na manhã desta terça-feira após ser atingido por um tiro quando estava na sala de casa, no bairro do Jordão, no Recife. O caso aconteceu por volta das 21h da segunda-feira durante um tiroteio entre traficantes e policiais militares do 19º Batalhão.

Criança estava em casa com a família. Foto: Reprodução/Facebook
Criança estava em casa com a família. Foto: Reprodução/Facebook

Krevison da Costa Gomes estava assistindo à televisão com a família quando os tiros trocados entre traficantes e PMs foram ouvidos. O pai da família, que estava na cozinha fazendo um suco de laranja, pediu que todos se baixassem. Quando o tiroteio terminou, todos os familiares se levataram, menos a criança, que havia sido ferida por um disparo na testa. A casa da família ficou toda marcada de bala e várias manchas de sangue no chão.

O menino, que completou 10 anos no domingo passado, foi socorrido pelos próprios PMs e levado para o Hospital da Restauração (HR), mas não resistiu ao ferimento e morreu. De acordo com a família, os policiais, muito nervosos, chegaram a pedir água à família, logo após a ação. Durante a operação, um homem foi preso e dois adolescentes de 16 anos foram apreendidos. Com o trio foram encontrados três revólveres. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no local e encontraram várias cáspsulas .40 e marcas de tiros na casa.

Veja matéria completa no programa Cardinot Aqui na Clube, às 12h

Leia mais sobre o assunto em:

Implantação das Unidades Pacificadoras em todo o país é discutida

Tapando o sol com a peneira

Todo nós sabemos que, infelizmente, algumas pessoas se aproveitam do carnaval para promover arrastões e se meterem em confusões que resultam em muita violência. Para conter os ânimos desses mais exaltados, as autoridades policiais são escaladas para trabalhar durante os quatro dias de folia nos diversos polos de animação do estado. Com um efetivo defasado, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) irá aproveitar a mão de obra dos alunos do curso de formação da PM para atuarem nos dias de festa. A decisão, no entanto, tem preocupado os alunos e seus familiares porque os mesmos estão indo para a rua sem proteção legal e ainda sem armas de fogo.

PMs têm muito trabalho no carnaval. Foto: Jaqueline Maia/DP/D.A.Press

Essa situação já havia sido divulgada pelo blog e a corporação chegou a responder porque estava agindo de tal forma (veja links abaixo). No entanto, o blog não para de receber e-mails e telefonemas voltando a alertar para os riscos dessa determinação. Entre as queixas dos futuros policiais e de seus parentes estão a falta de coletes balísticos para todos os alunos e os horários de trabalho da tropa. “Estamos trabalhando, muitas vezes, até as três da madrugada, quando deveríamos largar de meia-noite. Além disso, estamos sem coletes e o pagamento das bolsas sempre atrasa. Temos relatos de companheiros que estão passando dificuldades para se manterem”, disse um dos alunos.

Outro futuro PM revelou ao blog que a cúpula da corporação afirmou que o estado não teria como garantir um carnaval seguro para a população sem que os alunos do curso de formação fossem escalados para o serviço. Tudo bem que eles sejam necessários para evitar tragédias, mas que pelo menos fossem tratados com respeito. Mostrar que tem PM na rua talvez seja uma maneira de passar segurança aos foliões e para a imprensa. Mas é preciso muito mais que isso para que, de fato, o trabalho tenha bons resultados. Afinal, saco vazio não fica em pé.

Leia mais sobrre o assunto em:

Futuros PMs estarão nas ruas sem amparo legal

Comando da PM fala sobre estágio prático dos novos PMs

 

 

Dois PMs presos acusados de matar jovem de 20 anos com tiros na nuca

Uma vítima inocente e que perdeu a vida por motivo banal. No dia 11 de maio de 2012, o jovem Diogo Lourenço da Silva, 20 anos, estava conversando com alguns amigos em frente à Delegacia do Alto do Pascoal, quando por volta das 23h, dois homens em um Celta pararam o carro, revistaram os rapazes, disseram que eram policiais da Delegacia de Narcotráfico e levaram Diogo no veículo. Num ato covarde, tiraram a vida do jovem que estava prestes a ser pai. O corpo de Diogo foi encontrado na manhã do dia seguinte, com dois tiros na nuca, por trás do cube Bariloche, em Paulista. Dois policiais militares foram presos nesta terça-feira apontados como os autores do assassinato.

Diogo foi encontrado ajoelhado com dois tiros na nuca. Foto: Reprodução/Internet

Segundo a polícia, não restam dúvidas de que Diogo Lourenço foi vítima de uma execução. Ele foi encontrado morto e ajoelhado no chão. Morreu sem qualquer chance de defesa e sem dever nada à Justiça. Ainda de acordo com a polícia, Diogo não tinha envolvimento com drogas, nem com outros crimes. E nunca havia sido preso ou apreendido quando menor de 18 anos. Para a família e os amigos, restou o alívio de saber que dois acusados pelo crime foram identificados e presos. São dois policiais militares e que já estão recolhidos no Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Paratibe.

Um dos acusados é o PM Paulo Roberto Firmino de Paula, conhecido como Paulo Bomba, de 36 anos, e que era lotado no 13º BPM. O outro é Anderson Loiola Marques, 27 anos, que fazia parte da equipe do 16º BPM. O terceiro suspeito de participar do crime ainda não foi identificado.

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ACS-PE faz manual para orientar novos PMs na atuação durante o carnaval

A associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS – PE) elaborou um panfleto com dicas para os 1.390 alunos do Curso de Formação de Soldados (CFSd) que estarão estagiando durante a folia de momo em todo o estado (confira as dicas abaixo). A idéia é minimizar as possibilidades de riscos de vida para os mesmos, já que eles estarão fardados e sem armamento. O material já está no ar no site da entidade e será distribuído nos principais focos de animação.

“Além disso, disponibilizamos para todos os policiais e bombeiros militares (antigos e novinhos associados da ACS – PE) uma equipe de advogados”, conta o coordenador Renílson Bezerra. Esses profissionais estarão à disposição da tropa, 24 horas por dia, durante todo o carnaval. Das 18h da sexta- feira (08/02) até as 18h da Quarta-feira de Cinzas. As dicas a seguir são direcionadas ao efetivo militar, porém, algumas delas, servem também como orientação para o folião que vai aproveitar o carnaval.

Veja o que diz o panfleto que será entregue aos novos PMs:

NOVINHO, FIQUE LIGADO!

– EVITE ANDAR SOZINHO. ANDE SEMPRE EM GRUPO;
– NUNCA HAJA SOZINHO E NÃO TENHA VERGONHA DE PEDIR APOIO AOS ANTIGOS. LEMBRE-SE: VOCÊ NÃO É HERÓI, É DE CARNE E OSSO E NEM TEM EXPERIÊNCIA EM OCORRÊNCIAS;
– NÃO HAJA COM EMOÇÃO. NÃO LEVANTE A TONFA PARA AGREDIR ALGUÉM. HAJA SEMPRE COM CAUTELA AO USAR TAL EQUIPAMENTO;
– NEM SEMPRE O ATAQUE É A MELHOR DEFESA. GARANTA PRIMEIRO A SUA PROTEÇÃO E A DO SE COMPANHEIRO;
– ESTEJA SEMPRE ATENTO. CASO ALGUÉM LHE CHAME PARA ALGUMA OCORRÊNCIA FORA DO FOCO DA FOLIA, CHAME SEMPRE OUTRA PATRULHA;
– CASO HAJA OCORRÊNCIA COM TIROS, DEIXE QUE A POLÍCIA ESPECIALIZADA OU GRUPO DE POLICIAIS COM ARMAS CHEGUE AO LOCAL E ASSUMA OS RISCOS;
– SE HOUVER VÍTIMA, FAÇA O ISOLAMENTO DO LOCAL, POR PRECAUÇÃO;
– AO TERMINAR O SERVIÇO, TROQUE IMEDIATAMENTE DE ROUPA. NÃO SAIA FARDADO;
– SE PUDER, AO SAIR DO LOCAL DA FOLIA, PEGUE UM TAXI ATÉ PELO MENOS DOIS QUILÔMETROS LONGE DO LOCAL ONDE ESTAVA ATUANDO;
– SE FOR PEGAR ÔNIBUS, NÃO FIQUE EM PARADAS COM AGLOMERAÇÕES DE PESSOAS. AGUARDE AFASTADO E OBSERVE O AMBIENTE E EVITE ANDAR EM ÔNIBUS LOTADOS;
– ANDE COM POUCO DINHEIRO NA CARTEIRA. O SUFICIENTE PARA O TÁXI DA VOLTA PARA CASA;
– LEVE SEMPRE RG E CÓPIA DE CONTRA-CHEQUE OU QUALQUER DOCUMENTO QUE COMPROVE SUA PARTICIPAÇÃO NO CFSD.
– USE CELULARES SIMPLES, POUCO ATRATIVOS;
– EM CASO DE EMERGÊNCIA, LIGUE PARA O PLANTÃO JURÍDICO DA ACS- PE. ESTAREMOS FUNCIONANDO 24 HORAS.

Futuros PMs estarão nas ruas a partir desta sexta mas sem amparo legal

Nesta sexta-feira, a turma de 1.395 alunos do Curso de Formação da Polícia Militar que está em treinamento vai iniciar o estágio de prática policial. Os futuros policiais serão divididos em grupos e encaminhados aos batalhões de área da Região Metropolitana. Passar a essa fase do curso deveria ser algo comemorado pelos alunos, no entanto, tem sido motivo de medo e preocupação.

O blog recebeu diversas denúncias de alunos e dos seus parentes de que o grupo que ainda não tem matrícula na corporação será mandado para a rua sem nenhum amparo legal. As denúncias dão conta de que os alunos serão encaminhados para a rua usando a farda da PM e sem portar armas de fogo, numa situação, segundo os denunciantes, que os deixa em situação de perigo.

Ainda de acordo com as denúncias recebidas pelo blog, caso aconteça algo à integridade física de algum dos alunos, eles e suas famílias estariam desamparados e não teriam nenhuma assistência por parte do estado. Segundo os denunciantes, o que teria sido dito pelos responsáveis pelo curso foi: “Nós não sabemos o que iremos fazer com vocês, se algo acontecer.”

A reclamação dos futuros policiais e das famílias é extremamente oportuna. Como o estado pode mandar para as ruas e inclusive deixar que trabalhem durante o carnaval homens e mulheres que ainda não têm todo o material de segurança e estão desarmados para enfrentar as situações de perigo? O que se passa na cabeça dessas pessoas da cúpula da SDS? Talvez seja a necessidade de mostrar um efetivo grande de PMs nas ruas.

Uma das mensagens encaminhadas ao blog informa que a formatura da turma só acontecerá no dia 1º de março, quando de fato eles estarão formados como policiais militares. “Como nós alunos, futuros soldados militares, vamos dar segurança à sociedade se a nossa segurança está em jogo? Vamos para as ruas da Região Metropolitana do Recife usando só uma tonfa e o colete balístico?”, indagou um dos alunos do curso.