Peritos do caso Sérgio Falcão na mira do MPPE

Por Raphael Guerra
Do Diario de Pernambuco

A perícia pernambucana mais uma vez se vê encurralada diante de questionamentos sobre o trabalho desenvolvido por seus profissionais e pela demora excessiva no cumprimento dos prazos de entrega dos laudos, o que acaba causando prejuízos ao inquérito policial. A morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52, em Boa Viagem, que completou nove meses ontem, virou mais um caso emblemático. Faz 68 dias que o promotor de Justiça André Rabelo aguarda respostas de 17 dúvidas enviadas ao Instituto de Criminalística (IC). O laudo apontou suicídio como causa da morte da vítima. Rabelo afirmou que pode responsabilizar criminalmente os peritos, se entender que houve protelação para divulgação dos resultados exigidos por ele.

Após a simulação, no apartamento do empresário, na Avenida Boa Viagem, o laudo apontou suicídio (BLENDA SOUTO MAIOR/DP/D.A PRESS)

O inquérito aguarda apenas essas respostas para ser concluído. “O IC está retardando o que tem obrigação de fazer. O requisitório enviado pelo Ministério Público precisa ser respondido, pois é uma exigência. Se observar que os profissionais estão se omitindo a cumprí-lo, eles serão responsabilizados”, disse o promotor, que resolveu quebrar o silêncio ontem, após a TV Clube exibir, com exclusividade, uma reportagem em que o perito George Sanguinetti analisa o material colhido pela perícia pernambucana e contesta a versão de suicídio. Para ele, as provas apontam para um assassinato. O perito, que vive em Alagoas, é famoso por investigar casos como a morte de PC Farias e de Isabela Nardoni.

Rabelo disse que, diante do que analisou até agora, Sérgio não pegou na arma que tirou a sua vida. Uma lesão na testa e outra na na região esquerda da cabeça, além de marcas no chão, apontariam para uma luta corporal entre vítima e suposto assassino, o PM reformado Jailson Melo, que trabalhava como segurança dela. “Nem exame residuográfico nas mãos do suspeito foi feito pela perícia. Os peritos deram um tiro no pé. Se comprovar que houve obstrução de provas, posso denunciá-los à Justiça. Não há justificativa para a demora dos resultados dos questionamentos. Isso acontece porque eles não têm as respostas”, completou o promotor, que, assim como a polícia, crê em assassinato a mando de outras pessoas.

Silêncio
A delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo inquérito da morte do empresário, preferiu manter o silêncio sobre a polêmica. Mas, nos bastidores, ela também não esconde a insatisfação pelos resultados do laudo assinado pelos peritos criminais Sérgio Almeida e Jairo Lemos. Ambos estão proibidos de se pronunciar. Nem mesmo diante das críticas, a direção do IC quis falar.

Crueldade sem limites

Depois de mais de 50 dias sem registrar crimes de homicídio, a cidade de Pesqueira, no Agreste do estado, contabilizou duas mortes nesse final de semana, na Zona Rural do município. Segundo a polícia, um adolescente de 17 anos e um homem ainda não identificado foram encontrados mortos no Sítio Recanto. Um dos corpos estava totalmente carbonizado, o outro, parcialmente.

Carro ficou destruído. Foto: Marcos Antônio/Divulgação
Carro ficou destruído. Foto: Marcos Antônio/Divulgação

Ainda de acordo com informações da polícia, os criminosos atiraram nas vítimas antes de atear fogo no carro, um Gol que tinha placa de Caetés. O carro foi encontrado incendiado. O caso já está sendo investigado pela Polícia Civil. Um dos corpos foi encontrado fora do carro com várias queimaduras, o que indica que a pessoa tentou correr para se livrar das chamas e dos tiros, mas não conseguiu.

Será que as pessoas que cometeram esse duplo assassinato pensaram que suas vítimas poderiam ter escapado da morte e por isso resolveram tocar fogo no veículo com elas dentro? Não bastava já ter efetuado vários disparos de arma de fogo? São casos como esses que nos fazem ver o quanto as pessoas são cruéis e como a vida está banalizada. Resta agora à polícia descobrir o que aconteceu e prender os acusados.

Furtos de iPhones em festa e camarotes vips em alta no Recife

Quadrilhas especializadas em furtar aparelhos telefônicos modernos estão agindo dentro de camarotes vips e festas particulares do Grande Recife. A Polícia Civil sabe dos casos e diz que são de difícil solução, já que os autores dos crimes estão entre os próprios participantes dos eventos. Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam que houve o registro de 46 furtos de aparelhos iPhone na Delegacia Interativa apenas entre os dias 1º e 13 de maio. O número é maior do que o computado nos quatro primeiros meses deste ano, que foi de 37 casos. As estatísticas não indicam os locais das ocorrências, mas servem de alerta para quem costuma ir a festas portando objetos de valor.

Crime é muito comum em lugares lotados Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press
Crime é muito comum em lugares lotados Foto: Wagner Oliveira/DP/D.A Press

Para tentar barrar a onda de furtos, produtores de eventos montaram estratégias para identificar e deter os envolvidos nos furtos. No fim de semana passado, em um evento realizado na Zona Oeste do Recife, várias pessoas tiveram pertences tirados de dentro das bolsas. Os artigos mais cobiçados são os iPhones.

De acordo com o gestor do Departamento de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), delegado José Cláudio Nogueira, a polícia já recebeu algumas informações sobre essas quadrilhas. “O problema é que as pessoas não procuram à polícia para registrar o crime e contar onde estavam. A falta dessas informações dificulta o início de uma investigação”, disse.

José Claúdio Nogueira destacou que já vem recebendo, extraoficialmente, notícias sobre furtos em eventos fechados, principalmente nos shows particulares onde os ingressos são mais caros. “Quem vai a esse tipo de evento deve ficar bastante atento. Além disso, os organizadores das festas têm que oferecer segurança particular para esse público”, ponderou o gestor do Depatri.

A profissional de marketing Adélia Campos, 33 anos, teve a bolsa aberta numa festa na última sexta-feira. “A pessoa tirou uma carteira de cigarro e um estojo de maquiagem, e só não levou o celular porque notei que a bolsa estava aberta e fechei”, contou Adélia Campos.

Leia matéria completa na edição do Diario de Pernambuco desta quinta-feira

Caso Sérgio Falcão: reconstituição será nesta terça-feira

A nova reconstituição da morte do empresário da construção civil Sérgio Falcão, 52 anos, está confirmada para a próxima terça-feira. A defesa do PM reformado Jailson Melo, suspeito de ter matado a vítima com um tiro na boca, em 28 de agosto do ano passado, ainda não decidiu, entretanto, se ele participará da simulação.

Reprodução simulada será no dia 30 deste mês. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A. Press
Reprodução simulada será no dia 30 deste mês. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A. Press

O advogado André Fonseca disse que só definirá isso no dia da simulação, quando se encontrar com o seu cliente. A delegada responsável, Vilaneida Aguiar, garantiu que mesmo sem a presença do principal suspeito, a reconstituição acontecerá, inclusive com três novas testemunhas, entre elas a irmã do empresário, a médica Alda Falcão, que chegou ao apartamento dele antes da polícia, mas não entrou no quarto onde estava o corpo.

Quatro peritos diferentes dos que participaram do primeiro laudo irão participar. A nova simulação foi solicitada pelo MPPE, que acredita no assassinato a mando de outra pessoa. Já a perícia apontou suicídio.

Polícia investiga exposição de fotos de adolescentes nuas do Facebook

A Polícia Civil está investigando a divulgação de várias fotos onde alunas de escolas de classe média alta das zonas Norte e Sul do Recife aparecem nuas em um grupo fechado no Facebook. O caso que envolve adolescentes de 12 a 17 anos está sendo investigado pela Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), desde o início do mês passado. Cerca de 60 estudantes faziam parte do grupo que já foi retirado do ar. Mais de 40 fotografias das alunas estavam expostas.

A investigação corre em segredo de Justiça, no entanto, o Diario descobriu que muitos adolescentes já prestaram depoimento e que as imagens que estavam sendo compartilhadas foram enviadas aos meninos pelas próprias garotas. Porém, elas não tinham conhecimento de que as fotos seriam divulgadas para o grupo. O caso traz à tona a exposição dos jovens na internet.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é crime adquirir, possuir ou armazenar vídeo ou fotos com pornografias ou cenas de sexo explícito que envolvam crianças e adolescentes.

Leia matéria completa na edição impressa do Diario de Pernambuco deste sábado.

Saiba mais sobre crimes em internet no link abaixo:

Canal de denúncias da Polícia Federal recebe até queixas de desilusões amorosas

Quadrilhas que explodem caixas eletrônicos desafiam a polícia

As quadrilhas de arrombamentos de caixas eletrônicos em Pernambuco continuam desafiando a polícia. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), foram registradas 23 investidas em 2013, contabilizando os casos ocorridos até a sexta-feira passada. Em todo o ano de 2012 foram 32 crimes. O 24º caso deste ano aconteceu no supermercado Pão de Açúcar da Avenida Rosa e Silva, no bairro dos Aflitos, Zona Norte do Recife. Na madrugada dessa segunda-feira, quatro criminosos invadiram o estabelecimento, renderam um vigilante e, com uso de maçaricos, arrombaram um terminal de autoatendimento. A quantia levada não foi revelada. Cerca de dez garrafas de uísque também foram roubadas pelo grupo. Imagens do circuito interno de segurança serão usadas pela polícia tentar identificar os suspeitos.

O gestor do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), José Cláudio Nogueira, explicou que o crescimento dessa prática criminosa não se restringe a Pernambuco. “Todo o Brasil está vivenciando essa onda de quadrilhas especializadas tanto em explosões de caixas eletrônicos, com uso de bananas de dinamites, como arrombamentos com maçaricos”, afirmou Nogueira. Ainda segundo ele, há grupos que também estão furtando os terminais de autoatendimento porque observam facilidades para entrarem nas agências bancárias ou estabelecimentos comerciais. “Mas muitas vezes essas pessoas são bastante despreparadas”, disse.

A quadrilha que agiu no Pão de Açúcar entrou pela porta dos fundos. O segurança, cuja identidade está sendo preservada, foi imobilizado, amarrado em uma cadeira e amordaçado. Sob ameaças de ser morto a tiros, passou mais de uma hora – após a saída dos criminosos -, para se soltar da cadeira e telefonar para a polícia pedindo ajuda. O perito Severino Arruda, do Instituto de Criminalística (IC), informou que duas luvas usadas pelo grupo foram encontradas, provavelmente para evitar que impressões digitais ficassem registradas nos caixas eletrônicos.

Em nota oficial, a assessoria de imprensa do supermercado confirmou o assalto e garantiu que “toma todas as medidas de cautela para evitar situações deste tipo, tais como empresa terceirizada responsável pela segurança do local, controle de entrada e saída dos veículos através de câmeras de monitoramento e equipe treinada para acionar as autoridades competentes mediante qualquer atitude suspeita”.

Do Diario de Pernambuco

 

 

Bancos voltam a ser alvos de criminosos

A Polícia Civil acredita que o assalto ao Banco Santander da Avenida João de Barros, Boa Vista, na manhã dessa sexta-feira, pode ter sido realizado pelo grupo de criminosos que invadiu o Itaú da Avenida Visconde de Albuquerque, Madalena, no dia 1º. O modo de agir foi semelhante: os criminosos abordaram os vigilantes, anunciaram o assalto e roubaram pertences dos clientes, o dinheiro dos caixas e as armas dos vigias. Ambas as investidas duraram poucos minutos. Até a noite dessa sexta-feira, nenhum suspeito havia sido preso.

Esse foi o oitavo roubo a banco registrado no estado neste ano, segundo o Sindicato dos Bancários de Pernambuco.  O crime no Santander, que ocorreu por volta das 11h30, causou pânico em clientes e funcionários.

Agência foi assaltada no final da manhã dessa sexta-feira. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A. Press
Agência foi assaltada no final da manhã dessa sexta-feira. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A. Press

Testemunhas relataram à polícia que, a todo tempo, dois homens armados ameaçavam atirar se alguém reagisse. Na saída, para facilitar a fuga, um carro com pelo menos mais um suspeito aguardava a dupla. Não houve troca de tiros nem feridos. A quantia roubada não foi revelada. Uma câmera instalada na frente do estabelecimento pode ter registrado o crime. A polícia já solicitou as imagens.

A perita papiloscopista Therese Rattacaso, do Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB), informou que, pelas imagens, foi possível identificar um dos bandidos. Ela acrescentou que as impressões digitais dos dois suspeitos que entraram na agência passarão por análise. O Diario tentou entrar em contato com o delegado titular de Repressão ao Roubo e Furto, Mauro Cabral, mas as ligações não foram atendidas.

A prisão de um dos suspeitos de envolvimento no assalto ao Itaú da Madalena, na última quinta-feira, pode ajudar na identificação do grupo. Reinaldo da Silva Romão, 32 anos, foi capturado em Moreno, na RMR. Segundo a polícia, o suspeito já vinha sendo investigado por participação de homicídios. Durante a prisão, na residência dele, ainda foram encontradas 50 gramas de maconha e uma identidade falsa.

Do Diario de Pernambuco

O modelo de segurança de Bogotá e Medellín e os reflexos no Recife

Por Ana Cláudia Dolores

O que uma rua iluminada, calçadas acessíveis, espaços de convivência, parques, centros de serviços para o cidadão, bibliotecas e transporte público de qualidade têm a ver com segurança pública? Em Bogotá e Medellín, a resposta é tudo. Maculadas pelo histórico de violência do país, reduto das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do narcotraficante Pablo Escobar, morto em 1993, em Medellín, as cidades resolveram colocar um ponto final nessa trajetória e mostrar ao mundo que poderiam ser lugares bons para se viver. Para conseguir o feito, os prefeitos decidiram apenas assumir o papel deles: cuidar da cidade integralmente. Bogotá e Medellín não zeraram a conta da violência, mas podem se orgulhar por terem devolvido à população uma paz social e de espírito que não se podia ter quando os criminosos ditavam as regras do jogo.

Polícia está mais próxima da população. Foto: Divulgação
Polícia está mais próxima da população. Foto: Divulgação

No centro de Bogotá, uma intervenção emblemática aconteceu na região do antigo Cartucho, uma espécie de cracolândia onde se podia encontrar de drogas a matadores de aluguel. A prefeitura, que é responsável pela gestão da polícia, comprou a briga com os criminosos, retirou todos os casebres e transformou a área no Parque Tercer Milenio. Em San Javier, que já foi uma das favelas mais perigosas de Medellín, os resultados desse modelo de gerenciamento são reconhecidos pelos moradores. “Sem a reforma do espaço e a presença da polícia, não teria havido diminuição da violência”, admite o técnico de ar-condicionado Jhonny Benjumea, 22 anos. O local sofreu intervenções urbanísticas como um parque-biblioteca, teleféricos e escadas rolantes, mas ainda convive com conflitos internos. “É preciso reconhecer que o bairro está mais seguro, mas ainda temos fronteiras invisíveis”, confirma o professor de dança Andrés Posada, 17.

Nas duas cidades, a estratégia adotada foi a de cuidar da prevenção, mas sem deixar de lado a repressão. Em vez de ampliar o efetivo, os policiais tiveram aumento salarial e foram qualificados para serem parceiros do cidadão e agirem com dureza quando necessário. “É o que eles chamam de segurança cidadã, um conceito diferente que inclui o aparelho repressivo, com a polícia, o judiciário e a prisão, e o preventivo, com bairros de qualidade e centros de mediação de conflitos e acesso à Justiça. Se o prefeito tiver esse entendimento do espaço urbano, já estará contribuindo para a segurança”, analisa o secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, estudioso do modelo implantado em Bogotá e Medellín.

A prevenção, na visão dos colombianos, quer dizer não somente cuidar dos espaços públicos, mas aproximar o cidadão da Justiça e da polícia. A dona de casa Luzmary Echavarría, 38, era agredida fisicamente pelo companheiro e só criou coragem para denunciá-lo porque havia uma Casa da Justiça perto de sua residência, em Santo Domingo, Medellín. “Soube que poderia ter ajuda e procurei o serviço. Visitaram a minha casa e pediram para ele nos deixar em paz. Graças a Deus, ele foi embora. Hoje, sinto-me mais tranquila e segura com meus filhos”, comenta.

Já no Recife, a segurança foi, historicamente, tratada como um assunto apenas do estado, o que resultou numa geração de prefeitos omissos em relação ao assunto. Agora, a atual gestão está prometendo assumir sua parte na segurança da cidade a partir do trabalho a ser realizado pela recém-criada Secretaria de Segurança Urbana. Na pauta, a concepção de espaços de convivência cidadã nas áreas mais vulneráveis como arma contra a violência. Para Djanine Oliveira, 36, moradora dos Coelhos, um dos bairros mais perigosos do Recife, o raciocínio faz sentido. “Onde eu moro não tem nada para fazer. A gente vive com os pés na lama e dividindo a comida com os ratos. O que sobra para os jovens é a droga e a violência. Se pelo menos o lugar fosse melhor, acho que dava para pensar em ter um futuro”, acredita.

Do Diario de Pernambuco

A condenação antes do crime ser provado

Uma casa destruída e uma família de luto. Depois de perder a filha mais nova, de apenas seis meses, um casal teve o barraco onde moravam com duas crianças pequenas completamente derrubado pelos vizinhos. Os moradores do Alto dos Coqueiros achavam que o homem de 29 anos tivesse estuprado a filha, o que há levou à morte. No entanto, os pais do bebê de seis meses foram liberados pela polícia. De acordo com o laudo preliminar feito pelos peritos do Instituto de Medicina Legal (IML), não houve rompimento do hímen ou fissura no ânus, indícios que comprovam o que os familiares alegaram ao prestar depoimento, não houve abuso.

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Casa onde a família morava foi toda destruída. Foto: André Estanislau/TV Clube

O delegado Vitor Hugo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que abrirá um inquérito para investigar o caso como morte a esclarecer. Segundo o delegado, a criança pode ter morrido por asfixia ou engasgada com leite materno. “A família toda dormia na mesma cama, alguém pode ter dormido por cima da criança à noite ou a bebê pode ter se sufocado com o leite da mãe”, explicou. Apesar da liberação da polícia, moradores revoltados com a suspeita invadiram a residência da família no Alto dos Coqueiros, em Beberibe, e destruíram a casa. Ou seja, conderam o suspeito sem antes ter provas do que havia acontecido. Situações, infelizmente, cada vez mais frequentes.

Leia mais sobre o assunto em:

Quando o inocente paga o pato

Cenas da brutalidade contra um inocente

 

 

Crimes contra mulheres seguem sem freio em Pernambuco

No primeiro mês deste ano, segundo a polícia, um total de 20 mulheres foram assassinadas em Pernambuco. O número assusta e deixa a polícia de orelhas em pé. O caso mais recente de violência contra a mulher aconteceu nessa terça-feira, em Tracunhaém, Zona da Mata de Pernambuco. O canavieiro Carlos André da Silva, 38 anos, golpeou com uma faca peixeira a ex-mulher, Severina José Balbino, 28, após ela ter tirado R$ 5 da pensão paga por ele e dado ao sobrinho.

Homem foi preso após matar a mulher e a cunhada. Foto: Reprodução TV Clube

Na discussão, o suspeito também matou a ex-cunhada. O canavieiro foi encontrado pela polícia há cerca de 150 metros da casa das vítimas, no loteamento Liberdade, após ser denunciado por moradores. Por pouco ele não foi linchado. Ele prestou depoimento na delegacia da cidade e foi conduzido para o presídio de Vitória de Santo Antão. As mortes aconteceram na frente da mãe das vítimas e de duas crianças. O suspeito, que confessou o crime, estava separado há três meses e tentava reatar o relacionamento, mas a ex-mulher não queria voltar porque era muito agredida pelo acusado.

Campanha – Preocupado com a demora de algumas mulheres em procurar a ajuda da polícia, o Núcleo de Apoio à Mulher do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), deu início a uma campanha. Segundo o MPPE, elas esperam, em média, cinco anos para quebrar o silêncio e denunciar à polícia uma situação de violência doméstica praticada pelo companheiro. Essa demora para tomar uma decisão pode ser fatal. Em 30% desses casos é configurada a violência doméstica.

Muitas vítimas demoram para denunciar as agressões. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A.Press

Crimes- A gestora do Departamento de Polícia da Mulher, a delegada Lenise Valentim, disse que entre os anos de 2011 e 2012 o número de homicídios de mulheres em Pernambuco caiu, passando de 273 casos para 207. Porém, o início deste ano tem preocupado a polícia. “Estamos com o sinal de alerta ligado. Registramos casos de assassinatos com uso de muita violência”, comentou a delegada. Continue lendo Crimes contra mulheres seguem sem freio em Pernambuco