Pai, mãe e três filhos atrás das grades por causa das drogas

Uma família inteira atrás das grades por causa das drogas. Herdeiros de um “negócio” que se espalha com a rapidez de um cometa e, infelizmente, atraí cada dia mais gente. Nesse final de semana, a Polícia Federal divulgou a prisão de uma mulher e a apreensão de dois adolescentes. Era um casal de irmãos de 17 e 15 anos, cujos pais e outro irmão já cumprem pena por tráfico de entorpecentes. O garoto e a garota estavam envolvidos em uma transação onde estava em jogo 34 quilos de maconha para comercialização ilegal. Eles foram apreedidos no bairro de Pau Amarelo, em Paulista, e agora terão, pelo menos enquanto não completarem a maioridade, o mesmo destino do pai, da mãe e do irmão mais velho.

A polícia suspeita que o pai dos adolescentes comandava o esquema criminoso de dentro do presídio. Como está privado de liberdade, deve ter obrigado a família a continuar o trabalho sujo que realizava na rua. Agora, talvez esteja feliz por ter oferecido a eles uma vida atrás das grades. Tirou dos filhos o direito de ter uma adolescência sadia e de frequentar a escola. Da esposa, tirou a tarefa de cuidar dos filhos. O final dessa história, não deve ser das melhores. Quem conhece um pouco da realidade do nosso sistema prisional e das nossas unidades de internação para adolescentes infratores sabe do que estou falando. Uma pena. Mais uma família provavelmente destruída pelas drogas.

Adolescentes estavam com essa quantidade de maconha. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Confira a matéria publicada no Diariodepernambuco.com.br nesse domingo sobre o caso:

Dois irmãos adolescentes e uma diarista foram capturados pela Polícia Federal com 34 quilos de maconha em Pau Amarelo, Paulista, na última sexta-feira (18). Os pais dos adolescentes e outro dos irmãos já estão presos por tráfico de drogas. Os irmãos, um de 15 anos e uma menina de 17, estavam com Ana Caroline Mendes, de 29 anos, e foram abordados durante uma investigação sobre tráfico de drogas na Rua Marrocos. De acordo com a polícia, o esquema criminoso era comandado por reeducando do Complexo Prisional Professor Aníbal Bruno.

As prisões foram realizadas quando Ana Caroline foi comprar dez quilos de maconha na casa dos adolescentes. A droga estava escondida em um imóvel em construção utilizado para armazenamento de entorpecentes. No local, foram encontrados vários tabletes de maconha prensada, oriunda do Paraguai. De acordo com a adolescente, ela receberia R$ 3 mil para guardar os papelotes.

Vender Jack3D agora é considerado tráfico de drogas

Depois de toda a repercussão sobre a proibição da comercialização e crescente consumo do suplemento Jack3D no Brasil, a Anvisa decidiu que uma das substâncias contidas no produto passou a ser considerada entorpecente e sua comercialização seria enquadrada como tráfico de entorpecentes. Veja matéria publicada no Diario de Pernambuco desta sexta-feira. O blog tentou contato com o escritório de advocacia que representa o Jack3D, mas não obteve sucesso.

 

Do Diario de Pernambuco

A substância dimethylamylamine (DMAA), presente no suplemento Jack3D, passou a fazer parte da lista de entorpecentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que pode levar à prisão, por tráfico de drogas, das pessoas que comercializarem o produto. A inclusão, no entanto, só ocorreu em junho. O estagiário que vendeu o suplemento ao estudante Wilson Sampaio Júnior, morto aos 18 anos, em 2011, não poderá ser enquadrado nesse crime nem indiciado por homicídio. Segundo a delegada Gleide Ângelo, como os laudos periciais não apontaram a causa da morte nem a presença da substância no corpo de Wilsinho, não há como se apontar homicídio. A notícia revoltou os pais do estudante, que ficaram emocionados durante a entrevista coletiva realizada pela delegada e pelo chefe do laboratório do Instituto de Criminalística (IC), Gilberto Pacheco.

Pais de estudante (E) creem que substância causou morte (BRUNA MONTEIRO ESP.DP/D.A PRESS)

Pais de Wilsinho conversaram com delegada e perito. Foto: Bruna Monteiro/DP/D.A/Press
O inquérito que seguiu para a Justiça pedia o indiciamento do estagiário que vendeu o suplemento ao estudante em uma academia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O professor foi indiciado pelos crimes contra a saúde pública e de relações de consumo e responde em liberdade. “É um absurdo que o país não tenha uma metodologia para encontrar essa substância no corpo de quem usa o Jack3D. Quantas pessoas vão precisar morrer para que alguém seja indiciado por isso?”, indagou o pai de Wilsinho, o dentista Wilson Sampaio. A mãe do estudante também desabafou. “Nós não vamos desistir de provar que o Jack3D matou o nosso filho. Não vamos nos dar por derrotados”, afirmou Marcelle Sampaio.

Atleta tinha 18 anos (REPRODUÇÃO DA INTERNET/FACBEOOK)

Wilsinho tinha 18 anos. Foto: Divulgação

“Entendemos a dor da família, mas não temos como indiciar por homicídio o rapaz que vendeu o produto. Os laudos não afirmam que houve homicídio”, ressaltou a delegada. “Peço desculpas em não poder avançar nas análises, mas não conheço um laboratório que tenha metodologia para identificar a presença do DMAA no corpo das pessoas”, afirmou o perito Gilberto Pacheco.