Corregedoria da SDS vai ouvir PM que postou vídeo com tricolores

A Secretaria de Defesa Social (SDS) identificou o responsável por postar o vídeo em que torcedores da facção organizada Inferno Coral foram obrigados a entoar o grito de guerra do rival Sport “Ccazá, cazá”. O nome não foi divulgado, mas trata-se de um policial, que será interrogado pela corregedoria. A comissão de sindicância vai avaliar o caso e a partir de hoje serão convocados os interrogatórios.

A partir do depoimento deste policial a Corregedoria quer identificar os demais envolvidos no caso, que também serão ouvidos. A investigação também conta com informações dadas por testemunhas. “Já identificamos o responsável por postar o vídeo e estamos apurando os demais responsáveis pelo que aconteceu”, afirmou o corregedor da SDS, Sidney Lemos.

Ainda não se sabe qual tipo de punição será aplicada aos envolvidos nos casos. Isso só vai ser possível após a apuração completa. “Temos que ouvir os envolvidos primeiro para saber a responsabilidade de cada um. Depois disso é que a comissão vai avaliar o que será feito com cada um”, explicou Sidney Lemos.

Afinal, de quem é a culpa?

Na tarde desse domingo, um menino de apenas dois anos foi alvo de uma pedrada no rosto. Ele estava em um ônibus da linha Curado IV/Rua 14 e seguia com os familiares para uma tarde de passeio. Sua viagem terminou no hospital. O garoto foi a mais nova vítima de indiscriminada rivalidade entre alguns torcedores dos times pernambucanos. Um confronto entre rubro-negros e tricolores, que nem jogaram um contra um outro nesse domingo, foi o que motivou a agressão à criança.

Se as brigas de torcidas organizadas já causam revolta, nos casos onde inocentes são os maiores prejudicados, a indignação é maior ainda. Após ser atingido quando o veículo estava nas imediações do Hospital Pelópidas Silveira, o garoto foi levado para a unidade de saúde com o rosto bastante machucado. De lá, seguiu para o Hospital da Restauração, onde permanece internado. O estado de saúde dele não é grave, disseram os médicos. Bem, o que não se pode discutir é se o menino foi vítima ou não de briga de torcedores. Isso ficou claro com os relatos das testemunhas.

Rubro-negros que estavam no ônibus discutiram com os tricolores que estavam numa moto. Rojões para um lado. Pedras para o outro e o menino ferido. E agora, de quem é a culpa? Para esse clássico do final de semana, a Secretaria de Defesa Social montou um esquema de segurança pouco visto nos jogos anteriores. O policiamento foi reforçado dentro e fora do estádio, e inclusive nas vias de acesso como os principais corredores. Infelizmente, o incidente do menino aconteceu na BR-232, local onde não costuma ocorrer esse tipo de confusão.

Será que o problema que gera esse tipo de ocorrência é a falta de policiamento? Ou seria a falta de educação e consciência de alguns torcedores que insistem em sair às ruas fazendo o que bem querem? O que sabemos até agora é que a cada dia fica mais temeroso sair de casa em dias de jogos nos estádios de Pernambuco.

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