Pais que dão o exemplo

Passageiros de uma geração impaciente e acelerada, as crianças têm sido a cada ano mais vítimas de acidentes de trânsito. A cada três horas, uma menino ou menina de até 14 anos sofre no mínimo escoriações decorrentes de uma colisão em Pernambuco. Tirar o pé do acelerador não significa somente proteger os pequenos, mas transformar a dinâmica do trânsito, a médio e longo prazo, usando uma arma simples e potente: o exemplo.

“Dar exemplo é fundamental, é coerência. Obrigar-me a seguir as leis mostra as minhas filhas que outro comportamento é possível e melhor para todo mundo. É pensar para o coletivo”, afirma o designer gráfico Cláudio Tavares de Mello, 50 anos.

Pelo menos três vezes por semana, ele leva as filhas à escola, nas Graças. Dentro do carro, faz questão de observar a sinalização. “Jamais” para em fila dupla ou em cima da faixa de pedestres, assim como vê outros pais fazerem constantemente. Quando as meninas eram menores e ele precisava deixá-las na porta da escola, estacionava nos quarteirões próximos para evitar infrações. “A ideia é criar nas minhas filhas a consciência de que os problemas de trânsito têm solução e temos papel nisso.”

Enquanto se esforça para manter a coerência, Cláudio contabiliza as infrações alheias. “O discussão é levantada em sala de aula, mas os próprios pais deseducam. É impressionante.”

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