Carona solidária é saída para os congestionamentos

Os motoristas do Recife são pessoas solitárias no trânsito. Cada veículo que trafega na capital pernambucana leva, em média, 1,2 passageiro. Na prática, isso significa mais automóveis nas ruas e, consequentemente, engarrafamentos. Parar de se incomodar com as horas perdidas nos congestionamentos pode ser uma questão apenas de atitude, de mudar uma letra do alfabeto, e começar a ser solidário. Pelo menos 18 mil pernambucanos, em grupos de redes sociais, já toparam a ideia de convidar amigos, parentes e colegas de trabalho para uma carona.

A empresária Maria Paula Pragana, 41 anos, e a administradora Cláudia Marinho, 47, decidiram dividir a tarefa de levar os filhos à escola há três anos. As duas moram no mesmo prédio, no bairro do Rosarinho, enquanto os adolescentes estudam no Colégio Fazer Crescer. Conversando, as duas chegaram ao consenso de que “não fazia o menor sentido dois carros saírem para as ruas com destino idêntico”.

Até então, para deixar e buscar os filhos na escola, Cláudia precisava voltar de Boa Viagem, onde trabalha, até a Zona Norte. Depois, retornava ao escritório. Um percurso de no mínimo duas horas. “Não era fácil ir de uma extremidade a outra da cidade nesse trânsito caótico. Atrapalhava, inclusive, a rotina profissional”, lembra Cláudia, que sentiu os reflexos na economia doméstica. Hoje, ela gasta metade do combustível de antes.

As idas à escola foram como uma experiência piloto para as mães estenderem a parceria. Neste ano, Maria Paula mudou o filho de escola de idiomas para facilitar a carona. “O bairro é mais contramão, mas vale a pena para ter uma semana mais livre”, comentou Maria Paula Pragana.

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