Paraibano “expulso” pelos engarrafamentos

As imagens do cartão postal dão fama a Boa Viagem como o bairro ideal para os recém-chegados ao Recife. O estudante de medicina Vinícius Vianney, 22 anos, seguiu essa lógica ao sair da casa dos pais, em João Pessoa, para iniciar os estudos na capital pernambucana. Depois de oito meses de “trânsito infernal”, atrasos e horas em pé em coletivos lotados para chegar à universidade, ele simplesmente cansou. Desistiu e procurou outro endereço.

Agora, passa cerca de um hora no trânsito para sair de Olinda e entrar em sala de aula, no bairro de Santo Amaro. Ainda assim, um alívio. O transporte de Vinícius, em João Pessoa, sempre foi o ônibus. Entre as vantagens enumeradas por ele no sistema da cidade natal, está a existência de um cartão de integração. Com ele, havia autonomia para trocar de coletivo dentro de meia hora, sem pagar passagem.

“Em toda a minha vida, porém, esse foi o maior tempo que demorei para fazer algo de ônibus lá. Aqui, é o tempo mínimo”, conta, ponderando o tamanho das cidades, mas também a falta de estrutura recifense e de cordialidade dos motoristas pernambucanos.

“As pessoas dirigem agressivamente, não se contentam com os seus espaços, gostam de furar o trânsito. Tem muita buzina, gritaria. É estranho.” As atitudes mal educadas listadas por Vinícius ainda se somam às pessoas que entram nos coletivos sem pagar passagem e àquelas que fingem não vê-lo, em pé nos dias de lotação máxima, para não segurar a mochila. “É horrível”, lembra Vinícius.

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