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A história do primeiro time de futsal do Norte-Nordeste
formado apenas por homens transexuais

Torcedor rubro-negro e fã de carteirinha do xerife Durval. O estudante de educação física caruaruense Vinícius Santos, 24 anos, não poderia atuar em outra posição que não fosse na zaga. Mas, diferente do atleta cisgênero – pessoa que se identifica como gênero de nascimento – campeão da Copa do Brasil de 2008, Vinícius demorou um pouco até perceber que era um homem. Nascido num corpo feminino, descobriu-se transexual por volta dos 14 anos e, como ocorre com tantas pessoas do grupo LGBTQI+, sofreu rejeição de amigos e da própria família. Hoje, atuando no time de futsal da iniciativa Transviver, entrou em contato como utros homens com experiências de vida semelhantes, acolhidos pelo esporte e unidos pela amizade. A equipe é a segunda do Brasil formada por transexuais e a única no Norte-Nordeste.

“Desde cedo eu pensava que queria muito ter nascido homem. Meus pais tinham um tratamento diferente com o meu irmão e eu queria aquilo pra mim. Nunca gostei da cor rosa e sempre curti jogar bola com os meninos. Meus pais eram da igreja e por isso aconteceram os embates, até que eles pediram a chave de casa e eu fui expulso, passando a morar sozinho”, conta o estudante, que conheceu o projeto esportivo da iniciativa Transviver, criado no início deste ano e destinado a garotos que, como ele, enfrentaram momentos de não-aceitação no país que mais mata pessoas transgêneros no mundo, segundo a organização Transgender Europe (TGEU), coma quarta colocação em números proporcionais, atrás de Honduras, Guiana e El Salvador.

Mas Vinícius teve sorte. Conheceu o projeto Transviver pouco depois de iniciar a sua transição para o corpo masculino. No lugar dos pais biológicos, uma nova figura materna surgiu, trazendo com ela a porta que o levou às terapias e ao apoio psicossocial. “A idealizadora do projeto é a Regina. Ela entrou na minha vida de uma forma incrível. Uma vez, eu fui na reunião no Centro de Referência e lá estava acontecendo uma terapia. A Regina me contou do projeto novo e ainda estavam abertas as turmas. Me interessei e fui participar. A partir desse dia eu ganhei muito mais que uma amiga, eu ganhei uma mãe”, conta o estudante.

A “mãe” Regina, como é conhecida por muitos dos rapazes que integram o grupo de futsal da iniciativa Transviver é, na verdade, Regina Guimarães, coordenadora e idealizadora da ação. Mãe biológica de um filho homossexual, ela deixou de lado a zona de conforto de uma mulher branca e cisgênera e viu no esporte uma possibilidade para tirar grupos oprimidos da margem da sociedade e colocá-los em posição de protagonismo. Elogiada pelo Vinícius, a recíproca não poderia ser diferente. “Tenho aqui um garoto maravilhoso que faz universidade, o Vinicius. Ele foi literalmente posto para fora de casa, mas conseguiu uma bolsa pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um auxílio moradia de R$ 400. Esse é o dinheiro que ele recebe mensalmente, além de um lugar pra morar. Ele é espetacular, um garoto de princípios”, conta a idealizadora do projeto.

O nome do time é Transviver Futebol Clube e a ideia de criá-lo partiu dos frequentadores da iniciativa Transviver. Nos encontros e nas redes sociais surgia ocasionalmente a vontade de jogar bola, mas as peladas ficavam só na promessa devido ao medo de alguns atletas de se exporem em locais públicos, além da dificuldade de locomoção pela falta de recursos, já que parte dos garotos não trabalha devido à falta de oportunidades. Regina achou a solução. “Senti a necessidade de direcioná-los para um grande esporte, pois na fase de terapia hormonal que ocorre durante a transição, é necessário fazer exercícios”, conta a idealizadora.

O time ganhou cara, e não apenas com o Vinícius na defesa. Demorou pouco até que atletas ofensivos assumissem os postos nas quadras e hoje são 20 a todo vapor. O também estudante Guilherme Henrique, 18 anos, é torcedor do Santa Cruz e viu no ataque do time transexual a sua posição ideal. Diferente do companheiro de elenco Vinícius, ele não enfrentou problemas mais graves no seio familiar. Restou à sociedade a intolerância. “Eu não me via como uma princesinha, e sim como um menino. Cheguei a apanhar na rua, numa noite em que havia acabado de deixar a minha namorada em casa. No meio do caminho passou um cara de moto e parou, pensei que eu ia ser assaltado. Ele desceu da moto, me empurrou na parede e disse que ia me ensinar a ser mulher de verdade”, conta o estudante, que foi espancado naquela noite e passou a ter depressão, superada alguns meses depois do ocorrido, com ajuda da mãe e do pai, que ainda tem dificuldades de substituir o “ela” por ele.

Apesar de alguns transexuais encontrarem compreensão no seio familiar, nem todos têm a mesma sorte. Assim como Vinícius, Luís Gabriel, 21 anos, foi outro rapaz vítima de intolerância na própria família. Antes de completar 15 anos de idade, seu pai o colocou para fora de casa. “Ele (meu pai) dopava a minha mãe para ter relações sexuais com ela. Ele já foi preso por estupro e meus irmãos tiveram que ir para a casa da minha tia”, conta o jovem.

Excluído e sem esperança, passou a viver nas ruas, às vezes dormindo na casa de amigos, muitos deles vencidos pelas drogas, até conhecer o seu ex-marido e ter com ele uma filha, antes de fazer a transição física para o sexo masculino. “Eu poderia ser mais um, né? Então conheci meu ex-marido. Ele foi o único que me ajudou a sair dessa vida. Ele queria me tirar da rua, mas minha cabeça estava virada. Muitas vezes eu me escondia dele por medo que ele fosse igual ao meu pai”, desabafa.

[ O TIME

FUNDAÇÃO

21 de julho de 2018
 

CORES

Azul, rosa e branco (as cores da bandeira trans)
 

MASCOTE

Cavalo Marinho (por ser o único macho que engravida no reino animal)
 

PATRONO

João W. Nery (primeiro transexual homem assumido do país)
 

PIONEIRISMO

Primeiro time de futsal formado exclusivamente por homens transexuais no Norte-Nordeste e o segundo no Brasil

[ POR DENTRO

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Regina Guimarães lamenta falta de oportunidades

[ BARBÁRIE

LGBTs foram mortas no ano passado

%

de aumento em relação ao ano anterior

países consideram crime a homossexualidade

países preveem pena de morte

Fontes: Grupo Gay da Bahia (GGB) e Associação Internacional de Gays e Lésbicas

Transfobia que mata
e assusta

 
Dados veiculados no início deste ano apontam que entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs), 445 pessoas morreram no Brasil no ano passado, segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB). Isto significa um aumento de cerca de 30% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 343 casos de crimes do tipo. No mundo, a luta contra a homo e transfobia está longe de ter um desfecho feliz. Atualmente, segundo relatório da Associação Internacional de Gays e Lésbicas, que também contempla transexuais, existem mais de 70 países no mundo em que homossexualidade é criminalizada. Em 13 deles, há pena de morte para atos homoafetivos.

Aos que têm a sorte de sobreviver à violência restam a baixa autoestima e a marginalização. Para a psicóloga do Instituto Boa Vista, Verônica Feitosa, viver em uma sociedade que não reconhece as pessoas como modelo ideal traz para os indivíduos transexuais prejuízos emocionais. “Isso afeta a sua relação consigo mesmo e com o próximo. Por isso é de fundamental importância o processo psicoterápico, para reestruturação, fortalecimento desse ego que está fragilizado”, completa a psicóloga, que aconselha que pessoas que sofrem preconceito busquem apoio com profissionais.

Para a idealizadora do Transviver, Regina Guimarães, a população transexual sofre por não ter oportunidades. Ela explica que muitos dos transexuais passam por algum tipo de bullying ou violência em ambientes como a escola ou até mesmo no próprio lar. “Temos no time histórias muito tristes. Essa população trabalha com poucas possibilidades. Temos que sair da zona de conforto, ter empatia para transformar a vida do outro e assim transformar a nossa sociedade”, conta Guimarães.

Para a preparadora física do time, Nanda Mello, ver o esporte como um fomentador da alegria dessas pessoas oprimidas é gratificante. “O esporte está sendo, sem dúvidas, uma ferramenta fundamental nessa transformação e nessa aceitação”, conta a profissional.

Corpo precisa
ser adaptado

 
Para se preparar fisicamente para atuar em campo, é necessário trabalhar bem a resistência, a velocidade e a agilidade. Nascidos em corpos femininos, os atletas do Transviver Futebol Clube enfrentam dificuldades naturais na adaptação para poderem competir em alto nível com homens cisgêneros, naturalmente e em geral dotados de maior força física. Resta a profissionais como a preparadora física e treinadora do time, Nanda Mello, a tarefa de capacitar o elenco. “Recebi o convite de Regina Guimarães (idealizadora do projeto Transviver) para treinar os meninos. Sou totalmente voluntária e não tenho nenhum retorno financeiro. Os meninos não se intimidam com nada”, conta a treinadora.

Mas os rapazes que optam pela transformação física para se adequarem ao sexo masculino passam por uma série de dificuldades ainda cercadas de mitos. Segundo o endocrinologista do Espaço Trans do Hospital das Clínicas, Eric Trovão, a transição pode ser feita, quando adulto, a qualquer idade. Para jovens menores de 18 e maiores de 16 anos, entretanto, é necessário que haja a autorização dos pais. “Para dar início a um tratamento com hormônio é aconselhável que o indivíduo procure um psicólogo ou psiquiatra antes. Caso o médico avalie o indivíduo e não observe sinais de disforia de gênero, identificação forte e persistente com o gênero oposto ao do nascimento, a avaliação psiquiátrica não se faz necessária”, conta o especialista.

Segundo o endocrinologista, para os homens transexuais utiliza-se a testosterona, que pode ser injetável ou tópico. Ela aumenta a força muscular, a hipertrofia muscular, além de aumentar os pelos nas regiões da pele que são sensíveis à testosterona. Ainda segundo o especialista, o medicamento também irá bloquear a menstruação e a produção do hormônio estrógeno pelos ovários. “A testosterona também atua na laringe, causando modificação da voz. Há também um efeito sobre a gordura do indivíduo, fazendo com que ela seja transferida para a região abdominal”, explica Trovão.

Sobre os efeitos colaterais, os atletas que passam pela transformação ocasionalmente – segundo o especialista – sofrem efeitos negativos no cérebro, que podem alterar o humor e causar irritabilidade, hipertensão arterial, apneia do sono e aumento na concentração de hemácias no sangue, além de problemas ligados ao colesterol. “Recomenda-se parar de fumar, fazer exames de rotina no início e manter o seguimento regular como médico, avaliando efeitos desejáveis e indesejáveis. Recomenda-se também ter hábitos saudáveis de vida”, sugere o médico.

Este foi o caso do goleiro e gerente de hamburgueria Gustavo Felipe. Ele descobriu que não gostava de homens aos 15 anos e, aos 23, assistiu a uma reportagem sobre transexualidade e se identificou com o personagem da matéria. Aos 28 anos, foi chamado para passar por um acompanhamento psicológico e só então começou a transformação. “Futebol e futsal eram mais pra homem, e como eu tinha característica feminina não tinha muito acesso. As meninas iam pro vôlei, queimado, menos futsal. Dentro da escola só havia espaço para homens”, desabafa o atleta, que atualmente aguarda para fazer mastectomia, cirurgia de remoção completa da mama, no Hospital das Clínicas, no Recife.

Segundo o endocrinologista Eric Trovão, nos primeiros seis meses de reposição hormonal já se percebe os principais efeitos da testosterona. A medicação pode ser interrompida se o paciente optar pela retirada dos ovários. Em hipótese alguma, segundo o especialista, deve-se procurar a automedicação. “A importância do acompanhamento médico é fazer avaliação clínica e laboratorial para detectar necessidade de ajustar a dose ou até mesmo modificar a preparação da testosterona em uso. Mas a automedicação nos homens transexuais é menor do que nas mulheres”.

Outro ponto abordado por Trovão é a importância de juntar especialidades a favor do paciente. O ideal – segundo ele – é que o acompanhamento seja multidisciplinar: psicólogo, assistente social, psiquiatra e ginecologista quando necessário, além de fonoaudiólogo e mastologista, durante a mamoplastia. As especialidades estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas, segundo Trovão, a demanda é alta e muitos estão na lista de espera de locais como o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, um dos cinco hospitais habilitados no Brasil pelo Ministério da Saúde para atendimento aos transexuais.

“É uma das minhas maiores realizações profissionais. Tenho a chance de ajudar uma parcela da população marginalizada que, até pouco tempo, nem acesso à saúde tinha. Tenho a oportunidade de levar minha experiência para outros colegas, mostrando que não é tão complicado dar assistência aos transexual”, conta Trovão.

O“conflito” entre a mente e o corpo

 
Segundo a psicóloga Verônica Feitosa, há na cabeça das pessoas transexuais um conflito de como a mente não se identifica com o gênero que corresponde ao órgão genital. “No processo cultural, não nascemos homem ou mulher, mas nos tornamos e aprendemos, o que é diferente da visão biológica”, explica a especialista.

Segundo Feitosa, é papel do psicólogo explicar como se dá o processo de identificação na construção do gênero e a diferença disso com a questão biológica. “Se sentir no corpo errado é uma prisão. É como se você estivesse na casa de outra pessoa, mas que você não gosta dela. Isso interfere na própria aceitação e na autoestima do sujeito”, explica a psicóloga, que salienta a importância da família para o fortalecimento do indivíduo. “Nós somos sujeitos dependentes de afeto. Não se sentir amado e aceito por aqueles que deveriam é a pior sensação. Por isso é tão presente a depressão nesse público”, completa a especialista.

Criado sem referencial paterno, um dos integrantes do Transviver Futebol Clube, Áslan Victor, 29 anos, enfrentou a resistência da mãe quando assumiu sua transexualidade. “A transfobia vem um pouco de casa, muitas vezes transmitimos muito amor para uma pessoa e ela parte o nosso coração. Esperamos que os nossos familiares sejam os primeiros a apoiar e se eles apoiassem a nossa causa, a gente seria mais forte para o combate fora de casa. É muito triste escutar de alguém que gostamos que não somos quem acreditamos ser”. Casado, o treinador de muay thai encontrou o apoio de que precisava em sua companheira, com quem adotou um menino de oito anos. “Os familiares têm que entender que não viramos outra pessoa. Eu ainda sou o mesmo, eu sei o que é errado e o que é certo, o que minha mãe me ensinou. O meu filho explica para os colegas que eu nasci no corpo errado, me chama de pai. É mais fácil para uma criança do que para um adulto”, conclui.

De acordo com Feitosa, quando a família aceita e acolhe o transexual, ele vai para o social fortalecido. Não é para menos. Por sermos seres sociais e necessitarmos do reconhecimento do outro para nossa construção psíquica, no primeiro momento o olhar da família será imprescindível. Depois buscaremos nos identificarmos no nosso meio social e essa identificação afetará diretamente a nossa autoestima. “No caso da população trans, fica difícil pra esse sujeito sentir-se bem psiquicamente e socialmente, com tantas atribuições ruins que dão a essa população. Por isso é de fundamental importância o processo psicoterápico, para reestruturação, fortalecimento desse ego que está fragilizado”, acredita a psicóloga.

MUITO ALÉM
DE 13 HISTÓRIAS

Cinco vezes campeão mundial, terra natal de inúmeros craques da bola como Pelé e Ronaldo, o Brasil é conhecido como o país do futebol. Em nossa cultura, é difícil encontrar um homem que não tenha ganho uma bola de presente quando criança. Ser jogador de futebol é um sonho para a maioria. O time de futsal Transviver FC ajuda a manter esse sonho vivo nos homens transexuais que participam da iniciativa.

Além disso, a integração e socialização que os treinamentos proporcionam são importantes para aumentar a autoestima dos participantes, através da identificação e troca de experiências. Dentro do grupo é possível sair da margem da sociedade e ser visto pelo outro. Os rostos ilustrados abaixo representam milhares de trans que foram excluídos das peladas da escola e do bairro pelo preconceito e lutam diariamente para que seus direitos sejam reconhecidos.

Para promover a inclusão e aumentar a visibilidade dos meninos, a idealizadora do projeto, Regina Guimarães, fundou o clube em julho deste ano. Nele, os meninos encontraram muito mais do que um espaço seguro para a prática do esporte; encontraram um lugar onde são livres para ser quem são de verdade, sem medo. Com treinos semanais aos domingos, eles combatem a intolerância e reescrevem a narrativa das suas vidas com a bola nos pés.

APOLLO ARANTES

APOLLO ARANTES

ZAGUEIRO

29 anos
Graduado em Ciência Biológicas, interrompeu a primeiro tentativa de transição aos 22 anos, quando sofreu um ataque dentro de um transporte coletivo. Após ser identificado como um homem cis gay, foi agredido fisicamente e verbalmente por vários homens. Recomeçou a transição em 2017.

EDUARDO LIRA

EDUARDO LIRA

ATACANTE

24 anos
Como tantos outros, acreditava ser homossexual e se descobriu trans enquanto estava casado com uma mulher. Quando assumiu sua transexualidade para a esposa, foi rejeitado. Ela não queria um “homem de mentira”. Vai começar o tratamento hormonal em janeiro de 2019.

GUSTAVO FELIPE

GUSTAVO FELIPE

GOLEIRO

32 anos
Gustavo teve que suar muito para compensar a baixa estatura numa posição que exige envergadura: o gol. Na escola, já havia integrado times de futsal e voleibol, tendo vivido intensamente o mundo esportivo. Gustavo trabalha como gerente numa hamburgueria e aguarda para fazer sua mastectomia no Hospital das Clínicas.

LUÍS GABRIEL

LUÍS GABRIEL

ZAGUEIRO

21 anos
Comerciante e torcedor do Santa Cruz, Gabriel chegou a casar com um homem e teve uma filha. Sofreu muito preconceito no ambiente familiar, mas tem um bom relacionamento com a filha, que corrige a gafe dos amigos do pai quando eles confundem o “ele” com “ela”.

ÁSLAN VICTOR

ÁSLAN VICTOR

MEIA

29 anos
Além de torcedor do Sport, é instrutor de muay thai e barbeiro. Achava que era lésbica até se descobrir transexual. Criado apenas pela mãe, foi bem aceito por ela com a sua descoberta. Seu filho Carlos Frederico se espelha no pai e até quer trocar o nome para Áslan Victor Júnior. Haja inspiração!

NICOLAS DANIEL

NICOLAS DANIEL

MEIA

31 anos
Percebeu que seus gostos não coincidiam com os das amigas na escola antes dos 15 anos. Até se descobrir Homem, conviveu durante muito tempo sem entender o que estava acontecendo. Adotou junto com a namorada um bebê que havia sido abandonado pelos pais.

BRENO HENRIQUE

BRENO HENRIQUE

ALA

21 anos
Trabalhando como vendedor desde garoto, foi criado em uma família religiosa. Atuando nas quadras desde Pequeno, chegou a passar em grandes times, como no Sport. Nunca gostou de “coisas” de menina e tem mais facilidade de atuar pelas laterais da quadra.

GUILHERME HENRIQUE

GUILHERME HENRIQUE

ATACANTE

18 anos
O processo de identificação como homem ocorreu há cerca de três anos. Demorou a se aceitar, mas, com ajuda da
ex-namorada, passou a ter acompanhamento no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros. Tem características
ofensivas dentro da quadra.

JÚLIO CÉSAR

JÚLIO CÉSAR

ATACANTE

37 anos
Antes de se descobrir homem, acreditava ser homossexual. Sua família, de Limoeiro, aceitou a sua decisão e conheceu uma ex-namorada dele, mas ele não mantém uma relação próxima dos seus parentes. Ele mora no Recife e trabalha como massagista e tosador.

VINÍCIUS RUZ

VINÍCIUS RUZ

ZAGUEIRO

24 anos
Foi expulso de casa, em Caruaru, pelo pai e veio para o Recife, estudar educação física na Universidade Federal de Pernambuco. Descobriu-se transexual aos 14 anos. Torcedor do Sport, gosta de atuar como zagueiro.

GABRIEL SILVA

GABRIEL SILVA

ALA

30 anos
Quando criança rezava todas as noites para acordar um homem cis. Só descobriu que existiam homens transexuais e que se identificava como um aos 28 anos. Faz tratamento hormonal há sete meses.

ANDRÉ ALVES

ANDRÉ ALVES

PIVÔ

19 anos
Encontrou no Transviver FC uma forma de seguir praticando o esporte após a transição. Considera o tratamento
hormonal “a melhor que coisa que já aconteceu na vida”. Tem o apoio da mãe, que, por ser enfermeira, aplica as injeções de testosterona no filho.

LUIZ FERNANDO

MEIA

17 anos
O caçula da turma, até se descobrir homem enfrentou o que chamou de “luta interna”. Hoje, feliz consigo mesmo, passou por crises de ansiedade e procurou apoio médico e psicológico até se aceitar como é. Ainda não começou o tratamento hormonal, mas pretende iniciá-lo quando tiver independência, já que ainda é muito jovem.