19 de abril de 2024
Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

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O pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro, ontem, que não desistiu de ter o PDT na aliança que o apoia na disputa à Presidência, apesar dos frequentes ataques de Ciro Gomes — adversário do petista na corrida ao Palácio do Planalto. O recado foi transmitido pela presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffman, após a primeira reunião do conselho político da chapa Lula-Alckmin.

“O presidente Lula fez questão de dizer que é a primeira vez que senta com o conjunto dos partidos que representam esse campo progressista, democrático, da esquerda, da centro-esquerda. Destacou que em nenhuma outra eleição teve esse conjunto de partidos, e lembrou que só falta o PDT aqui para compor esse campo totalmente”, observou Gleisi.
Nos bastidores, o PT considera que Ciro poderia ajudar Lula a derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) já no primeiro turno caso desistisse da candidatura presidencial, estacionada há meses no terceiro lugar — como mostram as pesquisas de intenção de voto. O pedetista, porém, já afastou a hipótese de desistir.

Apesar de defender o nome de Ciro, o presidente do PDT, Carlos Lupi, já admitiu que “cada estado tem sua peculiaridade” na corrida ao Planalto — dando a entender que há possibilidade de compor com Lula e o PT. Questionada a respeito, Gleisi foi enfática ao salientar que “a gente tem que ter respeito com a candidatura alheia”.
“Até andaram dizendo que o PT estava pressionando o PDT. Não é verdade. Obviamente que nós gostaríamos de ter o PDT nesse campo. Não sei qual vai ser, se a candidatura do Ciro vai continuar até o fim ou não. Isso é uma decisão que cabe ao PDT tomar”, afirmou.

O aceno ao partido de Ciro vem no momento em que ele tem subido o tom dos ataques a Lula e ao PT. As críticas têm virado munição para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores, nas redes sociais, para tentarem desgastar Lula e Alckmin.

Estrutura

 A reunião de ontem definiu a organização da campanha e a participação dos partidos que compõem a coligação. Segundo Gleisi, a ideia é que cada legenda tenha representantes em todas as áreas — desde o plano de governo à comunicação, passando pelas finanças.
A princípio, serão 29 cargos de direção, que serão distribuídos entre os partidos fechados com Lula e Alckmin. A coordenação executiva se dividirá em Plano de Governo, Comunicação, Acompanhamento Eleitoral, Relacionamento Institucional e Mobilização — além da parte de agenda e a assessoria jurídica. “Nada será feito sem conversa, sem a gente pensar junto. Essa fase que estamos começando agora é de organização e estruturação”, explicou Gleisi.

A reunião em São Paulo contou com as lideranças da coligação que apoiam a chapa Lula-Alckmin: PT, PCdoB, PV, PSB, Solidariedade e Rede — apenas o presidente do PSol, Juliano Medeiros, não participou. Também compareceram os ex-governadores Márcio França (PSB) e Wellington Dias (PT), o ex-ministro Luiz Dulci e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e candidato pelo PSol a deputado federal Guilherme Boulos.

*Por Victor Correia/Correio Braziliense

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