22 de novembro de 2024

Foto: Miguel SCHINCARIOL/AFP

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Michelle Portela – Correio Braziliense

A coligação Brasil da Esperança — PT, PV, PCdoB, PSol, Rede, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros — denunciou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e econômico ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por causa dos atos eleitorais em 7 de setembro. A denúncia apresentada ontem aponta outros 17 envolvidos nos supostos atos ilegais e também o uso indevido dos meios de comunicação. Na sexta-feira, as coligações de Ciro Gomes (PDT) e Soraya Thronicke (União) apresentaram denúncia ao TSE também sobre os atos do Dia da Independência.
Os partidos pediram, ainda, a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático de aliados de Bolsonaro que participaram da organização das manifestações do 7 de Setembro. A ação da coligação, que tem como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cabeça da chapa, traz uma série de elementos para demonstrar as irregularidades praticadas no ato, “transformado pelos investigados em pretexto para a promoção abusiva e ilícita da candidatura de Jair Messias Bolsonaro à reeleição”. O documento aponta, de forma detalhada, as condutas praticadas por cada um dos 18 participantes e financiadores.

De acordo com a nota do PT, entre as irregularidades apontadas estão: iniciativas de convocação da população brasileira para o 7 de Setembro, inclusive por meio de propaganda eleitoral gratuita na televisão e pela intimação de servidores públicos; o uso de imagens coletadas no evento para municiar propaganda na TV; os altos valores gastos com o desfile; financiamento e instalação de outdoors (meio vedado de propaganda eleitoral) por pessoas jurídicas para convocação aos eventos; e a presença de apoiadores políticos sem cargos institucionais no palco — o que evidencia o intuito eleitoral/partidário.
Nos bastidores, há informações sobre a possibilidade de uma nova ação por parte do PT, para que o PL assuma os custos dos gastos públicos do evento, uma vez que a coligação acusa o presidente de se apropriar dos atos do Bicentenário da Independência para fazer campanha eleitoral. “Ao contrário da postura de chefe do Estado brasileiro que lhe caberia, Jair Bolsonaro, com o apoio dos demais investigados, valeu-se do momento como palco de comício eleitoral em benefício de sua candidatura — inclusive, deve-se dizer, custeado por verbas do estado destinadas ao ato, cuja finalidade foi deturpada pelos investigados”, afirma o documento protocolado junto a TSE.


Candidatos

Ontem, ao cumprir agenda política em Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo, Lula destacou que “ninguém quer saber” se Bolsonaro “é brocha ou não”, referindo-se às piadas feitas pelo próprio presidente durante o 7 de Setembro. “Imbrochável, imbrochável, imbrochável”, entoou Bolsonaro a milhares de apoiadores na Esplanada dos Ministérios.
“O Brasil não pode aceitar um presidente que vai no 7 de Setembro dizer: ‘Eu sou imbrochável’. Ora, ele estava falando para quem? Para a mulher dele? Porque ninguém quer saber o que que ele é. Ninguém também quer saber se ele é brocha ou não.”

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