Elizabeth Souza- Diario de Pernambuco
A segunda rodada foi marcada por um debate mais acalorado entre os candidatos ao Senado, tendo destaque temas como orçamento secreto e corrupção, com menções ao governo de Jair Bolsonaro. Críticas à atual gestão estadual do PSB, liderada por Paulo Câmara (PSB), também foram lançadas durante a dinâmica de perguntas e respostas.
Orçamento secreto, tema que tem gerado polêmicas no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi tema da primeira pergunta da candidata Eugênia Lima (Psol) ao candidato Carlos Andrade (UB).
“Nunca tivemos um orçamento tão baixo e pra piorar Bolsonaro tira dinheiro da Cultura, da Ciência, Educação, Saúde para entregar aos amiguinhos do orçamento secreto”, avaliou a psolista que emendou perguntando se, caso eleito, Carlos seria contra “a negociata”.
“Tudo o que for secreto eu sou contra”, respondeu o companheiro de chapa do candidato ao governo Miguel Coelho (UB). Carlos também se disse contra a utilização do orçamento para chantagens, o que considera “nada republicano”. No entanto, o candidato a senador disse ser a favor de que gestores tenham acesso ao recurso, o que contrariou Eugênia Lima.
“Sobre o viés do gestor, no caso de um prefeito ou governo do estado, se tem orçamento livre, dinheiro lícito (deve) pegar o máximo possível”, completou Carlos.
“Então o senhor é a favor do orçamento secreto, que tira dinheiro do que é público, para virar emendas de relator”, retrucou Eugênia. “Como legislador serei contra, só que como gestor tem que receber e tem que aplicar o dinheiro em saúde, segurança, lazer”, emendou Carlos.
Durante pergunta à candidata ao Senado pela Frente Popular, Teresa Leitão (PT), Carlos Andrade relembrou o período em que a petista defendia candidatura própria ao governo do estado e mencionou a atual aliança com o PSB, legenda, que na opinião do candidato, lidera “o pior governo da história desse estado”. Em seguida questionou o que havia mudado até aqui.
Em sua resposta, Teresa confirmou já ter defendido em outras eleições a candidatura própria do PT, mas agora, em 2022, diz respeitar o posicionamento do partido em se aliar à Frente Popular, apoiando a candidatura de Danilo Cabral (PSB) ao governo do estado. “Essa posição de aliança foi inequivocamente tomada pela maioria”, disse a petista que afirmou respeitar o posicionamento do PT.
Ao retomar sua fala Carlos insistiu nas alfinetadas e, desta vez mencionando pesquisa em que o senador Humberto Costa (PT) surge com pontuação baixa dentre os melhores senadores de Pernambuco, questionou se o parlamentar seria modelo para Teresa, caso ela torne-se a primeira senadora do estado pernambucano.
Saindo em defesa do correligionário, Teresa disse que ambos possuem pautas semelhantes e ainda destacou as atuações de Humberto na CPI da Covid-19, em 2021, bem como sua experiência no Parlamento. Em seguida, saindo do campo das comparações, Teresa afirmou ser “comprometida e corajosa. “Tenho condutas partidárias que me levarão a ser uma senadora disciplinada, comprometida e corajosa”.