A primeira Ilha

Campo da Avenida MalaquiasPegando o gancho do texto de Carlos Celso sobre o antigo Campo da Avenida Malaquias, que pertenceu ao Sport de 1918 até 1937, aqui vai mais detalhes do primeiro estádio rubro-negro, cuja arquibancada de madeira e ferro foi comprada junto ao Fluminense/RJ, há 90 anos.

A estrutura – de 75 metros de comprimento e 40 metros de largura – foi trazida de navio para o Recife. O Flu se desfez de seu antigo estádio após construir as Laranjeiras, que se tornou o maior do Brasil. Já o estádio leonino supriu uma grande carência do futebol pernambucano, que tinha apenas campos murados.

A área onde um dia existiu a velha casa rubro-negra hoje abriga o clube AABB. O Sport jogou pela primeira vez no Campo da Avenida Malaquias em 2 de junho de 1918 (foto acima), contra o Torre, pelo primeiro turno do Estadual. O Leão venceu por 4 x 3, com gols de Batista e Tobias (2 cada um). Na imagem abaixo (de 1925), o destaque é a presença de carros estacionados na beira do campo. Naquela época, o futebol era um dos eventos sociais mais destacados do Recife.

Um dos jogos mais importantes da história do estádio aconteceu em 1919, quando o Santa Cruz ganhou do Botafogo/RJ por 3 x 2, em 30 de janeiro. Aquela vitória foi comemorada na cidade como um título, pois foi a primeira vez que um time nordestino conseguiu bater um clube carioca.

Campo da Avenida Malaquias

Capacidade: 8.000 pessoas (sendo 2 mil sentadas)
Inauguração: América 3 x 1 Flamengo (do Recife), em 15 de maio de 1918
Recorde de público: 8 mil espectadores (década de 30)

Antigo campo do Sport recebendo uma multidãoJogos da Seleção Brasileira (todos em 1934)
Brasil 5 x 4 Sport
Brasil 3 x 1 Santa Cruz
Brasil 8 x 3 Náutico
Brasil 5 x 3 Seleção Pernambucana
Brasil 2 x 3 Santa Cruz

Fotos: Arquivo

Viajando no tempo

Por Carlos Celso Cordeiro*

Quando o futebol foi introduzido em Pernambuco, no ano de 1905, os jogos eram disputados no campo do Derby, então chamado “Campina do Derby”, e no “Parque Santana”. O campo do Derby ainda existe. Lá foi erguido um monumento alusivo à realização da 1ª partida de futebol no Recife. Este campo fica na Praça do Derby, em frente ao Quartel da Polícia Militar, responsável por sua manutenção. O campo do Parque Santana não existe mais. Ficava localizado nas imediações do Hiper de Casa Forte.

Com o crescente interesse pelo futebol em Recife, a partir de 1911, começaram a aparecer os campos suburbanos. Vamos nos ater aos campos mais importantes, os utilizados para jogos do Campeonato Pernambucano, cujo início se deu no ano de 1915. Primeiro surgiu o campo do “British Club”, um clube de ingleses. Este campo ficava por trás de onde é hoje o Museu do Estado e tinha como vantagem o fato de ser “cercado”. Depois, em 1917, a LIGA (como era chamada a Federação Pernambucana de Futebol naquela época) arrendou um terreno para construir o campo dos Aflitos. Após um ano, a LIGA desistiu do campo e o Náutico assumiu o arrendamento. Posteriormente, o Náutico comprou o terreno e este campo é o hoje Estádio dos Aflitos.

Em 1918, os ingleses saíram do “British Club”. O campo passou a ser do América até o final de 1919. Em 1920, o América passou a ter o seu campo na Jaqueira (no Parque da Jaqueira). Em meados dos anos 30, este campo, passou a ser do Tramways. Em 1918, o Sport construiu seu campo na Avenida Malaquias, onde ficou até 1937, quando se transferiu para a Ilha do Retiro. No campo da Avenida Malaquias, o Sport instalou arquibancadas de madeira, adquiridas ao Fluminense do Rio. Na Ilha do Retiro o Sport começou a construção de moderno estádio que serviu de palco para um dos jogos da Copa do Mundo de 1950.

Quando o Sport saiu da Avenida Malaquias, o América assumiu este campo por um pequeno período. Os locais onde foram os campos do British Club e da Avenida Malaquias, hoje estão ocupados por prédios e avenidas. O local onde foi o campo da Jaqueira é parte, hoje, do Parque da Jaqueira, um dos pulmões da cidade do Recife. Nos anos 40, o Santa Cruz adquiriu o campo do Arruda, onde, nos anos 60/70, ergueu o Estádio do Arruda, apelidado de “Mundão do Arruda”. Antes da construção do Estádio do Arruda, o campo do Santa Cruz era utilizado principalmente para treinos. Algumas vezes foi utilizado para jogos amistosos e era conhecido como o “Alçapão do Arruda”.

Nota: Antes de ser adquirido pelo Santa Cruz, o campo do Arruda pertenceu à Associação Atlética do Arruda (AAA), conhecido como o clube da “Trinca de Az” e, posteriormente, ao Tabajaras.

*Carlos Celso Cordeiro é escritor e pesquisador do futebol pernambucano. Já publicou livros com os retrospectos de todos os jogos de Náutico e Sport (além do Campeonato Pernambucano), e se prepara para lançar a coleção com todas as partidas do Santa Cruz.

Filho do Arruda

Marco Maciel, senador da RepúblicaO nome do secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Fernando Bezerra Coelho, já está mais do que confirmado para a presidência do Santa Cruz no biênio 2009/2010. Ontem, as várias correntes políticas do Mais Querido realizaram uma reunião histórica para anunciar a chapa única encabeçada por Bezerra.

Os outros oito postulantes ao cargo – que abriram mão da disputa – chegaram a assinar uma ata dando total autonomia pra que ele escolha a chapa. Agora, recomeça a série de sondagens nos bastidores, para costurar uma chapa capacitada e de prestígio para comandar o clube. E o primeiro nome articulado mostra o quanto isso é verdade.

Ninguém menos que o senador Marco Maciel, que deverá ser convidado pessoalmente por Fernando Bezerra para a ocupar a presidência do Conselho Deliberativo do Tricolor (segundo lideranças próximas ao novo presidente). O CD, aliás, deverá ser ampliado, passando dos atuais 140 membros (70 eleitos e 70 beneméritos) para 250 ou 300 conselheiros (isso geraria uma receita maior).

Para os mais desavisados em relação ao nome de Marco Maciel, basta associar o político ao maior patrimônio do clube: o estádio do Arruda, cujo nome oficial é José do Rêgo Maciel (pai do senador). Será, sem dúvida alguma, um nome para atrair ainda mais lideranças tricolores de volta ao clube, que terá uma temporada dificílima em 2009, quando participará da nova Série D.

Outro nome de peso sondado foi o de Marco Magalhães, presidente da Philips na América Latina. No entanto, a empresa não o liberou para a função. “FBC”, como Fernando já vem sendo chamado, disse que deverá anunciar a chapa até o dia 22.

Foto: Inês Campelo/DP

Pentacampeão

Federer vence o US Open pela quinta vezO tenista suíço Roger Federer confirmou o favoritismo na final e venceu – na noite de segunda – o escocês Andy Murray por 3 sets a 0 (parciais de 6/2, 7/5 e 6/2). Com a bela vitória, ele conquistou o US Open pela 5ª vez consecutiva. Chegou também  a 13 títulos no Grand Slam, ficando a apenas um do norte-Americano Pete Sampras. Vale lembrar que Roger Federer tem apenas 27 anos.

Abaixo, trechos da entrevista concedida pelo tenista ao site da ATP, após a vitória. Fica claro nas suas declarações de que o ano de 2008 foi “doloroso” para o fenômeno suíço, que perdeu duas finais seguidas para o espanhol Rafael Nadal (Roland Garros e Wimbledon), e com isso caiu para o 2º lugar no ranking, depois de 237 semanas em primeiro.

“É legal comparar os meus cinco Wimbledons aos cinco US Opens, sem dúvida. Eu estou, obviamente, muito orgulhoso da minha conquista. Exige muito do jogador, que sempre vai de um torneio para o outro tentando dar o seu máximo. E digo a você, tem sido um duro verão”.

“Acho que a perda do Roland Garros (de 2008) foi terrível, mas superei com facilidade. Mas na grama, jogando bem, realmente foi uma perda grande em Wimbledon. Fiquei orgulhoso de ter jogado aquela grande partida (ele perdeu a final para Rafael Nadal por 3 sets a 2, com 9/7 no tie-break), mas ao mesmo tempo fiquei triste por não ter vencido esse jogo épico. Eu perdi um grande número de jogos esse ano. Eu nunca deveria ter perdido, e eles me deixaram ferido”.

“Agora, obtendo o meu 5º US Open, isso realmente significa muito para mim. Eu realmente quero agradecer aos fãs, assim como toda a torcida, que foi enorme. Eles me ajudaram desde o começo. E deixar de ser o número 1 também significou muito para mim nesta temporada. Portanto, esse foi o melhor cenário possível depois disso”.

Títulos de Roger Federer no Grand Slam

Wimbledon – 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007
US Open – 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008
Aberto da Austrália – 2004, 2006 e 2007

Roland Garros – vice em 2006, 2007 e 2008 (derrotado nas três vezes por Rafael Nadal)

Foto: site oficial da ATP