Batalhas do Lacerdão

Série C-2008: Central 0 x 0 Santa Cruz

Estádio Luiz Lacerda, em Caruaru. Domingo, 16h. Central, a Patativa do Agreste… Santa Cruz, a Cobra-Coral do Povão… Esse contexto tem bastante história em jogos decisivos envolvendo os dois clubes. E nas mais diversas competições!

Neste domingo, o Alvinegro e o Tricolor vão se enfrentar pela Série D em um jogo tenso que pode valer a classificação antecipada do Central – juntamente com a eliminação precoce dos corais -, quanto o baque dos caruaruense e a sobrevida do Santa.

Mas vamos relembrar outros episódios históricos…

Pernambucano-1986: Central 1 x 1 Santa Cruz (Tricolor 5 x 4 nos pênaltis)1986 – Os dois rivais decidiram o 3º turno do Campeonato Pernambucano. E o Tricolor levou a melhor, ao vencer no pênaltis por 5 x 4, após um empate por 1 x 1, em um Lacerdão repleto.

A estrela daquela noite foi o goleiro – e eterno ídolo – Birigüi, que salvou o time na prorrogação e ainda defendeu a penalidade do meia Jorge Vinícius. Quatro dias depois, o Tricolor seria o campeão estadual ao segurar o empate sem gols com o Sport, na Ilha do Retiro.

Série B-1995: Central 2 x 1 Santa Cruz1995 – Os corais armaram uma equipe forte, sob o comando de Fito Neves, com destaque para o volante Zé do Carmo. O time do Arruda foi campeão pernambucano com certa facilidade e entrou na Série B como franco favorito para conquistar uma das duas vagas à elite nacional.

No entanto, a marcha coral parou na última rodada da segunda fase, em 22 de outubro. Cerca de 10 mil torcedores viram uma aguerrida Patativa, dirigida por Ivan Gradim, vencer por 2 x 1 (Everaldo e Jailson), na raça, e se garantir na fase semifinal. O Central acabou em 4º lugar naquela Segundona.

2008 – Novamente com casa cheia (10.941 torcedores), Central e Santa empataram por 0 x 0 pela Série C, em jogo que praticamente eliminou a Patativa, e que deixou o Santa com um pé na fase seguinte (foto maior). Naquela noite de 23 de julho, a Patativa teve tudo para vencer, mas o atacante Marco Antônio bateu mal um pênalti, no 2º tempo. O ex-jogador do Santa foi obrigado a ouvir da multidão coral no tobogã do estádio: “Ô, ô, ô, Marco Antônio é tricolor”. 😯

Posteriormente, os dois clubes foram rebaixados… E agora, em 2009, um novo encontro, desta vez na Série D.

Não havia nem estrelas

Em 26 de março de 1978, o Sport ainda não tinha estrelas acima do seu escudo. Hoje são 3. No Diario de Pernambuco, o nome do clube era publicado como “Esporte”, em uma linha editorial polêmica para ‘aportuguesar’ palavras estrangeiras.

Títulos pernambucanos? Eram apenas 21. Fora das fronteiras do estado, a única taça oficial era a do Torneio Norte-Nodeste, de 1968.

A Ilha do Retiro ainda não possuía as duas gerais. O setor de cadeiras tinha a metade do tamanho atual. Arquibancadas especiais? Essas aí só foram erguidas décadas depois. “Arena”? Conversa sobre gladiadores…

Maradona x Biro-BiroMas o estado do gramado da Ilha era melhor, vale ressaltar.

Naquele mesmo ano, numa atitude corajosa, o Sport não participaria – meses depois – do Estadual, que estava sendo deficitário.

O “craque” do time era Biro-Biro. Aquele mesmo, melhor que Maradona… Mas que naquele ano estava no começo da carreira, com apenas 19 anos.

Ele não sabia se era atacante, meia ou volante. E terminou a carreira sem saber.

Não existia Torcida Jovem. Muito a menos a Rádio Ilha.

A hoje histórica Bafo do Leão havia sido criada há pouco tempo.

Lotto? Era nome de loteria mesmo. Marketing? Mais uma palavra em inglês.

O blogueiro aqui estava longe de nascer ainda.

Só uma coisa era igual.

A paixão rubro-negra. A mesma que fez a torcida acreditar em uma vitória diante do Cruzeiro naquele 26 de março, em pleno Mineirão. E ela veio, por 2 x 1, gols de Mauro e Darci.

Mas, infelizmente, foi um caso único, pois nos 8 jogos realizados depois contra o mesmo adversário, no mesmo palco, o Leão só viu estrelas. Bordadas na camisa do Cruzeiro.

Nesta quarta, a paixão leonina continuará igual. Ou maior… É ver para crer.