Lyon brasileiro

Lyon

O Olympique Lyonnais, ou simplesmente “Lyon”, não tinha título algum da liga francesa até a temporada 2001/2002. Era um clube organizado, porém mediano.

Contratou algumas peças importantes naquele ano. Importou principalmente do Brasil, como o meia Juninho Pernambucano.

Como num passe de mágica, o clube se transformou numa potência na França. Ganhou sete títulos nacionais seguidos, num feito inédito. A década atual foi suficiente para deixar o clube com a apenas 3 títulos do maior campeão francês, o Saint-Étienne.

Sempre nos pontos corridos, tradição na Europa.

Sempre com boas defesas. Dos 7 anos, apenas em 1 o time sofreu mais gols que o número de jogos (na temporada 2002/2003, com 41 gols em 38 jogos).

Em 2006 o São Paulo já era um dos maiores clubes do país. Já era tricampeão mundial e tri da Libertadores. Mas não ganhava a Série A há 15 anos. Havia a pressão por isso.

O técnico Muricy Ramalho arrumou o sistema defensivo do time. Inúmeros zagueiros passaram pelo setor, como Fabão, Edcarlos, Breno, Alex Silva, André Dias, Miranda, Rodrigo, Renato Silva, Aislan etc.

Todos com a mesma consistência na equipe. Em 2007, por exemplo, foram apenas 19 gols sofridos em 38 jogos. Média fantástica de “0,5” gol por jogo. 😯

Coincidência ou não, o São Paulo engatou um tricampeonato brasileiro, em 2006/2007/2008. Sempre como boas defesas, como aquele mesmo Lyon.

Não por acaso, o São Paulo passou a ser chamado, ainda que de forma irônica, de “Lyon brasileiro”. Quase um deboche dos rivais.

Mas, com certeza, os tricolores não estão muito preocupados com o apelido.

Longe disso. O time do Morumbi caminha para a 4ª conquista consecutiva.

Pode não empolgar nas arquibancadas, mas empolga os investidores… E como. Nesta terça-feira, o clube anunciou uma nova cota de patrocínio para a próxima temporada com a Reebok, no valor de R$ 20 milhões. Superior à receita anual do Sport.

Investimento gera títulos… Títulos geram investimento. Parece simples.

Pernambucano 2010 via Ceará

Padre Cícero

A tabela do Campeonato Pernambucano de 2010 já foi divulgada.

Os clubes já começam a se programar para viagens, hospedagens… Jogos.

Mas um adversário já tira o sono de 11 concorrentes.

Não é o Sport tetracampeão.

Não é o Náutico e a sua missão de acabar com mais um “hexa”.

Também não é o Santa Cruz e a multidão do Arruda.

É, na verdade, o atual vice-campeão da Segundona… O Borde do Sertão!

É o Araripina Futebol Clube. Da cidade de mesmo nome, a 690 quilômetros do Recife.

No limite pernambucano com o Piauí, no oeste… E também com o Ceará, no norte. 😯

Mas Petrolina, que até o ano passado tinha um representante na elite estadual, não fica ainda mais distante, a 734km da capital?

Sim. Mas lá existe o Aeroporto Senador Nilo Coelho, por onde passaram 157.647 passageiros em 2008, além de comportar a demanda de exportação de frutas da região.

Então, por que não voar até Petrolina e depois encarar mais 257km de estrada pela BR-122, numa viagem de 3 horas? Não é uma boa ideia… Desgastante.

E não deverá ser o caminho da turma do Recife para encarar o estreante da 1ª divisão.

Acredite, mas para ir jogar em Araripina é melhor voar até Juazeiro do Norte, no sul do Ceará. São 620km do Recife até terra de Padre Cícero, no Aeroporto Orlando Bezerra, que recebeu 170.853 passageiros no ano passado.

De lá, mais 151 quilômetros, numa viagem de 2h18min, segundo o Google Maps (veja AQUI), cruzando a PE-585 após a divisa dos 2 estados.

Para Náutico e Sport, pelo menos fica um possível ensaio para a Série B.

Do cinema para a Copa

InterpolNa última semana, Philipe Bovy, consultor da Fifa há 20 anos, esteve no Recife para um seminário sobre transporte na Copa do Mundo. A palestra visava o Mundial de 2014, no Brasil. No entanto, em entrevista ao Diario, o belga também comentou sobre a Copa de 2010, na África do Sul.

Mais do que um sistema de transporte eficiente, ele se mostrou preocupado com a segurança no maior evento do futebol, que acontecerá pela primeira vez no continente africano.

Pelo visto, uma preocupação plausível. Mas pode-se dizer que a organização sul-africana se mexeu nesta semana e anunciou um reforço de peso.

O país confirmou uma parceria histórica com a Interpol, uma polícia que tem uma “presença” constante nos filmes de Hollywood. Com investigações de crimes internacionais, envolvendo grandes nações e conspirações…

Interpol, ou Organização Internacional de Polícia Criminal, com sede na cidade francesa de Lyon e que tem a participação de 188 países membros.

Na África do Sul, a Interpol terá o papel de monitorar o cadastro de todos os estrangeiros que entrarem no país entre 11 de junho e 11 de julho, datas do Mundial. Uma ação semelhante foi realizada na Copa de 2006, na Alemanha, que serve como modelo para Fifa para os próximos mundias (palavras do próprio Bovy).

Segundo o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, “a preparação do plano para o Mundial foi exaustivo”. E olhe que o trabalho vai começar agora… 😎

A queda

Pernambuco no BrasilUm post/lamentação.

Em um ano, Pernambuco sofre uma de suas maiores quedas no futebol.

Um gigante local como o Santa Cruz não consegue se reerguer, mesmo diante de 45 mil pessoas no Arruda, contra adversários menos tradicionais.

A torcida não desiste do time. Nem mesmo na Série D. Mas o time parece desistir da torcida…

É mais fácil se manter caindo.

Na Série A, Náutico e Sport. Estruturados, com 2 anos de pontos corridos na elite na bagagem. Preparados para uma nova campanha de 38 jogos no Brasileiro.

Limitações são pálidas.

Ambos conscientes da missão de pontuar em casa, transformando a Ilha do Retiro e os Aflitos em verdadeiros caldeirões. Mas a panela de pressão foi em fogo baixo.

O vazio dos amanhãs.

Descer a escada para a B parece o caminho escolhido.

Enfraquecido pelo projeto.

O Sport, então, até conseguiu voar pela América do Sul. De Santiago a Quito. Uma sonhada participação na Taça Libertadores. Parou num monstro de goleiro. Pênaltis que desmancharam a alma do time.

Forçando um adeus.

Um 2010 que se aproxima sem pernambucanos na Série A.

Como em 2002, 2003, 2004 e 2005.

E também sem o Trio de Ferro completo sequer na Série B. Como nunca ocorreu antes…

Inédito.

Frustrante.

Em itálico, trechos da música “Black gives way to blue”, do Alice in Chains. Letra e tradução da música acima AQUI.