Invasão no G4

Pernambucano-2010: Central 1 x0 Santa Cruz

Clássico é no detalhe.

O jogo no Lacerdão, na noite desta quarta, foi um clássico. Jogo muito disputado, com excesso de faltas, cartões e emoção.

As duas torcidas consideravam o confronto como um jogo-chave, principalmente pelo contexto. Rivalidade e classificação.

O Santa Cruz lutava para se consolidar no G4. Um empate já servia para os tricolores.

Para o Central, só a vitória interessava. Um triunfo em casa e o time, que chegou a ficar na zona de rebaixamento, entraria finalmente no grupo de classificados à semifinal do Estadual. Uma recuperação digna de um clube historicamente imprevisível.

A favor da Patativa, o retrospecto em casa contra a Cobra-Coral. No Pernambucano, o time havia vencido os últimos 4 jogos. Não perde desde 2004.

E aumentou a escrita. Central 1 x 0. Foi a 6ª vitória do time dirigido por Adelmo Soares nos últimos 8 jogos. Curiosamente, 4 vitórias foram pelo mesmo placar desta noite. E também com um gol de pênalti! 😯

Foto: Robson Nielson/Central

Já estava na hora

RelógioPara quem só fazia vencer no início do ano (foram 5 triunfos seguidos), passar 4 rodadas no Pernambucano sem ganhar de ninguém parecia surreal.

Eram 2 empates e 2 derrotas. E olhe que ainda houve outro empate pela Copa do Brasil, contra o modesto (ô) Ivinhema.

Já estava na hora de voltar a fazer uma graça no Estadual, Náutico. Mas logo diante do Salgueiro, no alçapão do Cornélio de Barros, no Sertão? Logo diante do melhor time intermediário nos últimos dois anos em Pernambuco?

Parecia difícil. E foi. Com um gol do prata da casa Emanual, com apenas 6 minutos, o Alvirrubro ficou em vantagem. Mas a missão de segurar o Carcará não foi nada fácil.

Um nome sai fortalecido do interior após a vitória por 1 x 0. Glédson. Com ótimas defesas, o camisa 1 devolveu o Timbu à briga pelas primeiras posições.

E Gallo venceu a primeira…

Ciromania

Pernambucano-2010: Sport 4 x 2 Vitória

Dois gols.

Bola na trave. Finalizações certeiras, com muito perigo.

Velocidade, dribles, disposição, assistências…

A melhor atuação de Ciro na Ilha do Retiro em 2010.

Se no Clássico das Multidões, no Arruda, o atacante foi o destaque com dois gols, na noite desta quarta o camisa 9 jogou para o time.

E o Sport jogou em função do atacante, que infernizou a zaga do Vitória pelo lado esquerdo. A atuação do atacante superou as falhas de posicionamento da defesa.

Um ídolo que volta a justificar tanto prestígio entre os rubro-negros. São 8 gols no Estadual e 10 na temporada.

No fim, uma vitória por 4 x 2, com direito a 15 minutos eletrizantes no início.

Sport na ponta, agora com 5 pontos sobre o 2º lugar. Pena que isso não vai valer muito no fim da competição. Vale mais a invencibilidade de 40 jogos. A 9 do recorde.

Foto: Edvaldo Rodrigues/DP

Ele conseguiu

Adidas: Impossible is nothing

Gol contra duplo? Já vi. Os zagueiros do América de Natal confirmam a história.

Gol contra de goleiro…? Raríssimo! Mas acontece.

Mais de um gol contra no mesmo jogo? Parece que até acontece de propósito, mas de vez em quando ocorre num jogo de futebol.

Mas…

Um gol contra do tiro de meta? 😯

Acredite… É possível. Basta uma rajada forte de vento e uma grande dose de azar. Confira no vídeo abaixo. Tenso.

Vídeo registrado num torneio amador, na Alemanda, no confronto entre Wimshein e Grunbach. O zagueiro do TSV Grunbach já entrou pra história.

Bizarro. No mínimo. Me sinto um “craque” (ô…) quando vejo algo assim.

Do outro lado

Jadilson, no Sport

Um atacante marcado por lesões gravíssimas. Nos dois joelhos. Com meses de recuperação.

Marcado, também, por um dia: 23 de agosto de 2005.

Jadílson.

Vestindo a camisa do Sport naquela noite, contra o Bahia, ele marcou dois gols na virada por 3 x 2, aos 35 e 44 do segundo tempo. Jogo-chave para evitar um vexatório rebaixamento à Série C.

O Leão perdia por 2 x 0. Debaixo de um toró na Ilha, o Leão não jogava nada!

O atacante, então com 24 anos, entrou na etapa final, assim como o meia Eder, que marcou o primeiro gol. Depois, na raça, e com técnica, Jadílson decidiu. Um jogo que é considerado por muitos rubro-negros como um dos mais importantes da história.

Jadilson, no VitóriaNos anos seguintes, aquela expectativa de ter um “camisa 9” sumiu com as lesões do atleta, que teimava em não seguir o cronograma do departamento físico do Sport.

Hoje, ele diz que mudou. Consciente de que era preciso mudar. Caso quisesse voltar a brilhar.

E ele estará na Ilha do Retiro novamente, 5 anos depois.

Agora com 29 anos. E vestindo outra camisa, igual à do Bahia. O uniforme da Acadêmica Vitória.

Como está o faro de gol do craque neste recomeço…?

Nada mal. Jadílson é o atual vice-artilheiro do Perambucano, com 6 gols. 😎

Um paralelo em Caruaru

Caruaru

Visual de cidade grande.

Algum bairro do Recife?

Não.

Resposta certa: Caruaru.

Cidade cuja população cresceu 20% nesta década. De 250 mil moradores em 2001, a Capital do Agreste alcançará a expressiva marca de 300 mil habitantes em 2010, segundo as estatísticas do IBGE.

Crescimento puxado pela economia da cidade e as suas feiras livres. Parece a Índia, mas cresce! Atrai investimentos e serviços. E uma demanda grande também, algo que muitas vezes não é atendida na mesma proporção.

O Produto Interno Bruto (PIB) do município era de R$ 680 milhões em 1996. Pulou para aproximadamente R$ 2 bilhões em 2007, segundo a atualização econômica mais recente divulgada pelo site do IBGE (veja AQUI). A renda per capita atual é de R$ 6.895.

Vou deixar os “reais” um pouco de lado (pois quem domina o assunto é Tatiana Nascimento, do Blog de Economia). Mas como não traçar um paralelo nessa mudança com o futebol caruaruense? Representado por Porto e Central.

Imaginar que esse desenvolvimento também pode se estender ao futebol local. Nesta década, o Porto consolidou o seu CT Ninho do Gavião. Negociar um jogar por no mínimo R$ 200 mil tornou-se algo comum no clube. Dinheiro imediatamente reinvestido em melhorias no centro de treinamento. Lei do mercado (da bola).

No Central, mais tradicional, as coisas andam de acordo com a percepção de sua torcida, a maior do interior. Tanto que em dezembro houve uma disputa nas urnas para escolher o novo presidente. Os resultados, porém, são esporádicos. Em 2007, já com 88 anos de história, a Patativa conseguiu o seu melhor resultado na 1ª divisão do Pernambucano, quando foi vice-campeã. O título ainda parecia inviável.

O regulamento da edição deste ano garante pelo menos uma vaga para um clube intermediário na semifinal. A Cabense largou de forma espetacular e não parece disposta a abrir mão do G-4.

Assim, o jeito será partir para o choque contra um dos grandes do Recife. Da capital. Economicamente mais forte, mais desenvolvida.

Mas, ao cruzar por Caruaru, como não pensar que a cidade também vem nesse avanço? Que os seus clubes podem entrar no mercado e sair da eterna imagem de coadjuvante.

Na noite desta quarta-feira, um bom público deverá comparecer ao Lacerdão – reformado, pintado e até com placar eletrônico, tudo em 2010. Antes do jogo Central x Santa Cruz, às 21h50, torcedores dos dois times vão tomar uma cervejinha nos arredores. Ou, quem sabe, fazer um lanche rápido no novo Shopping Difusora, em frente ao estádio. Quer sinal maior de desenvolvimento local do que esse?!

Em campo, o tal choque Capital x Interior. Um Interior já sem cara de interior.

Um Interior a uma vitória de entrar no G-4. Uma Capital que já não canta vitória.

Um confronto cada vez mais difícil. Na mesma escala do avanço econômico.

E não é coincidência…