DDD para o clássico

Jessuí, o "Chuteira-Fone" do AraripinaA tabela já indicava esta partida.

Clássico das Emoções na semifinal. Neste ano, uma vitória para cada lado.

Resta apenas a definição do local do jogo de volta. E os dois velhos rivais fazem questão de decidir em casa, diante do calor da torcida. Como não poderia deixar de ser…

Mas tudo indicava os Aflitos como o palco para se conhecer um dos finalistas do Pernambucano.

O relógio do árbitro Carlos Costa já marcava 43 minutos da etapa final quando Marcos Mendes fez o gol de empate do Santa Cruz na peleja contra o Araripina, neste domingo.

Até ali, o Bode do Sertão vencia um tricolor cheio de reservas por 2 x 1, num Chapadão do Araripe repleto. Os torcedores já berravam na arquibancada após o telefonema do atacante Jessuí, o chuteira-fone, que virou o jogo aos 39.

A vitória teria garantido matematicamente o clube sertanejo na elite em 2011. No entanto, essa decisão ficou adiada para o próximo domingo.

Já o 2 x 2 manteve o desejo do técnico Dado Cavalcanti de jogar a segunda partida contra o Timbu no Arruda. A derrota garantia a vice-liderança alvirrubra. Logo após a partida, o elenco coral caiu na estrada, para uma longa viagem até o Recife.

Antes, Dado mandou um interurbano para FBC. “Queremos o Arruda”.

Uma viagem por 25 minutos

BR-232O repórter Rodolfo Bourbon, do Diario de Pernambuco, encarou os 130 quilômetros do Recife até Caruaru para fazer a cobertura do jogo Náutico x Porto.

Ao todo, foram duas horas e meia da redação do DP até o estádio Lacerdão, num Gol, o carro do jornal. Levando em consideração, é claro, o bom almoço em Encruzilhada de São João, pertinho da Capital do Agreste.

Muito tempo na estrada, pensando na vida… E pouco futebol. Quer dizer… Foi um futebol objetivo.

Em apenas 25 minutos, todos os gols da vitória timbu sobre o Gavião por 3 x 0. Goleada acima do limite de velocidade da BR-232. Geilson logo aos 9 minutos, Felipe Pinto aos 20 e Geilson, novamente, aos 25.

Segundo o amigo Bourbon, dos 40 minutos do primeiro tempo até 40 do segunda etapa, nenhuma chance clara de gol. Acabou o combustível ali.

Que domingo “corrido”, hein…?

Sobrou tanto tempo, que Rodolfo ainda arrumou tempo para comprar doce de leite em Caruaru. Pelo menos distribuiu no plantão da redação, na volta… Mordido (tenso). 😯

ZZZZZzzzzz

Pernambucano-2010: Sport 1 x 0 Sete de Setembro

Eu confesso…

Eu dormi durante alguns instantes na cabine de imprensa da Ilha do Retiro, neste domingo.

Mais precisamente no segundo tempo.

Rosto encostado no braço. Um “travesseiro” improvisado na mesa, ao lado do caderno de apuração, sem tanta coisa assim para escrever.

Foi a popular “pescada”.

Não estava cansado, de ressaca ou coisa do tipo. Só não consegui ficar 100% atento a um jogo tão fraco quanto o duelo do Sport contra o Sete de Setembro.

Pra ficar registrado: estou falando sério. 😯

Um Leão sem 5 titulares. Sem foco na partida. Sem ambição. Sem pressa.

O resultado não poderia ser diferente do jogo mais vazio do ano na Ilha, com apenas 8.016 torcedores. Corajosos. Fanáticos. E que, com todo respeito, não tinham muito o que fazer neste domingo. É a única explicação (além da paixão cega).

No fim, o esperado. Vitória sobre o agora rebaixado Lobo Guará por 1 x 0. Pra variar, gol de Eduardo Ramos, o faz-tudo da Ilha.

Fim do descanso. Agora é a Copa do Brasil, Sport!

E contra o Atlético-MG vai ser difícil dormir…

Foto: Juliana Leitão/DP

Campeão por uma noite

Estádio Santiago Bernabéu

Por Lucas Fitipaldi*

O jogo tão esperado, justamente por ser tão esperado, deixou a desejar.

Dessa vez não teve show, espetáculo ou overdose de futebol arte. Ficou no ar certa ponta de frustração aos amantes do “jogo bonito”. A vitória do Barça no Superclássico deste sábado, em pleno Santiago Bernabéu, no entanto, esteve longe de ser um jogo decepcionante. Venceu o melhor time. O mais competente. O mais talentoso. Foi o quarto triunfo consecutivo dos catalães no maior clássico do futebol mundial. Novamente com a marca de Lionel Messi. 😀

Se não brilhou como na última visita ao palacete real, o craque argentino voltou a ser decisivo. Autor do primeiro gol – por sinal, um belo gol -, ele ajudou o Barcelona a construir o inquestionável 2 x 0. Ano passado, Messi marcou três dos 6 gols culés no histórico “Dos-Seis” (2 x 6).

Voltando à noite deste sábado, o Barcelona sagrou-se campeão com todos os méritos. Matematicamente, a conquista da Liga Espanhola ainda está um pouco distante. São 3 pontos de vantagem sobre o arquirrival, a 7 rodadas do fim. Isso significa que o Barça pode se dar ao luxo de perder 1 destes 7 jogos e ainda assim depender apenas das próprias forças – confronto direto é o primeiro critério de desempate.

De fato, o mágico time de Pep Guardiola está com uma mão e mais quatro dedos na taça. Quase lá. Já o outro título, ao qual me referi na primeira linha do parágrafo anterior, foi devidamente cravado. Tenho certeza, bastante festejado pelas calles espanholas, especialmente as da Catalunha. Sim, porque Barcelona x Real Madrid não é apenas um clássico. É final à parte. É campeonato à parte.

Espanhol-2010: Real Madrid 0 x 2 Barcelona

In loco – No final de 2007, tive o privilégio de testemunhar in loco a disputa deste “campeonato”. Diante de um Camp Nou tomado por cerca de 120 mil apaixonados, presenciei o último triunfo madrista. La Bestia Negra, o nosso Júlio Batista (tão cortejado pelo amigo Fred Figueiroa) anotou o único gol daquela noite. Um golaço, por cobertura. Naquela época, Robinho ainda vestia a camisa merengue, enquanto Ronaldinho Gaúcho tentava renascer com a azul-grená.

O Gaúcho, mesmo em má fase, foi escalado surpreendentemente como titular. Imprensa e torcida esperavam pela sua redenção.Confesso que também tinha esperança de ver o craque renascer. Mas o final melancólico era um dos últimos capítulos de uma trajetória histórica. “Se quedava” a Era Ronaldinho.

Recordo de um torcedor indignado, o taxando de ex-jogador nos minutos finais. Caiu por terra todo carinho e confiança depositados antes de a bola rolar. Ainda no aquecimento, ao ter o nome anunciado no alto-falante do estádio, “Dinho” foi ovacionado. Um momento de singular emoção.

É realmente “más que un juego”, como eles costumam dizer. A cidade não só respira, como exala o Superclássico por toda parte. Ansiedade comum às grandes decisões. Tensão de final. Concorrência de final. É desnecessário citar o nível de procura e dos preços dos ingressos. No fim, salvo raras exceções, afloram sentimentos extremos. Alegria e euforia de um lado, tristeza e decepção do outro. Hoje, Messi é o Messias às avessas. Segue semeando a discórdia e aflorando os ânimos entre eternos rivais.

*Lucas Fitipaldi é repórter do Diario e colaborador do blog

Fotos: site do Real Madrid