Rei de Pernambuco

Pernambucano-2010: Sport 1 x 0 Náutico

A noite do gigante. A noite da soberania. Em uma Ilha do Retiro repleta, ensandecida como nos velhos tempos, o Sport reverteu algo que era difícil. Algo que, no domingo, parecia impossível. O Timbu chegou a abrir 3 x 0 nos Aflitos. Um placar para reduzir as esperanças a pó. Valente, o Leão marcou dois gols e levou a decisão para a sua casa. Para o seu caldeirão. Que ferveu como nunca! O Rubro-negro aniquilou o sonho alvirrubro de dar uma volta olímpica na Ilha. Pelo contrário. O que a torcida timbu viu foi a comemoração do pentacampeonato pernambucano leonino.

A comemoração não: a coroação. Mais do que nunca, Pernambuco tem rei: o Leão da Ilha. E justamente com o magro 1 x 0 que era necessário, com um gol do novo herói, Leandrão. Agora, o Sport está a um passo de quebrar a exclusividade do hexa do Náutico. Na final, o Leão confirmou a melhor campanha da competição, com o melhor ataque (54 gols), a melhor defesa (21) e o artilheiro (Ciro, com 13 gols). Absoluto. E, acima de tudo, justo.

A tradicional fachada da Ilha do Retiro será modificada mais uma vez. Sai o número 38 para dar lugar ao 39, a quantidade de títulos pernambucanos do clube. Mas, apesar desses números, foi uma conquista duríssima, valorizada pelo adversário.

Surpresa – Em campo, o Leão surpreendeu, dando o troco no Náutico de Gallo. O treino secreto comandado por Givanildo Oliveira na véspera da final serviu para mudar a formação da equipe, saindo do tradicionalíssimo 3-5-2 para o 4-4-2. Atacar era preciso. Apesar da chuva que insistiu em cair durante toda a partida, todos os fanáticos rubro-negros vão lembrar desta final como um jogo quente do começo ao fim.

Com apenas três minutos Carlinhos Bala já havia recebido o amarelo por simular um pênalti – que existiu. Do outro lado, Zé Antônio já tinha cabeceado para o gol, com perigo. Foi um duelo truncado, como toda “boa final” que se preze. O Alvirrubro, novamente com um quarteto ofensivo, tentava encaixar contra-ataques. No Rubro-negro, excesso de bolas na área. Mas não é que uma delas deu certo? Aos 28 minutos, Ciro foi lançado. O atacante girou rápido e bateu no cantinho do goleiro timbu, que espalmou. Na frente de Leandrão, que apareceu como herói, empurrando a bola para as redes. Chutou para entrar na história.

Valentia – Para isso, seria necessário suportar a pressão no segundo tempo. Experiente e mostrando o raro faro de títulos, o técnico Givanildo Oliveira armou um sistema defensivo eficiente. O volante Tobi, improvisado na zaga, ganhou quase todos os lances. Atuação de campeão. Paralelamente a isso, o nervosismo tomava conta da torcida. E dos próprios jogadores leoninos, esgotados fisicamente. Cãibras, lesões, cansaço. Um a um, eles foram saindo. Saíram Isael, André Luiz e até o atacante Ciro, um guerreiro em campo.

No fim, o zagueiro César, que substituiu Ciro, perdeu uma chance inacreditável. Impossível não pensar naquele momento: “Vai fazer falta…”. Não fez. Mesmo com as expulsões (merecidas) dos volantes Daniel Paulista e Zé Antônio, a vitória foi assegurada. Na raça. Uma vitória com a cara rubro-negra. Com a cara de um legítimo pentacampeão. O Recife amanhece com o rugido do Leão. Mais uma vez.

Foto: Helder Tavares/DP

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