A saideira de Mano

Mano MenezesA Era Muricy Ramalho já era.

Foi um rebuliço dos grandes durante toda a sexta-feira.

Com a noite ganhando força nos bares, com uma pauta fortíssima para boas coversas sobre futebol, eis que a CBF convida o técnico Mano Menezes para dirigir a Seleção Brasileira até o Mundial em 2014.

Um pedido ao técnico que nos últimos dias parecia ser o primeiro da lista, mas que acabou como Plano B.

O comandante corintiano passou o dia inteiro de ressaca com o baque do surpreendente convite a Muricy. Nem vinho tinto o ajudou a relaxar. Ficou cabisbaixo.

Mas não é que apareceu uma chance no mesmo dia? Na saideira.

Completando um dos dias mais constrangedores da história da Seleção, com o “não” de Muricy, o mesmo Mano Menezes recebeu um telefonema do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, numa convocação de última hora, aos 44 minutos do 2º tempo.

Segundo a Confederação Brasileira de Futebol, o que determinou a nova escolha foi a necessidade imediata de renovação da Canarinha. A convocação para o amistoso contra os Estados Unidos (marcado para o dia 10 de agosto) já será na segunda-feira.

A bola está com Mano, ainda magoado com o status de “segunda opção”. Ele vai dar a resposta nesta sábado, numa coletiva na sede do Corinthians. É dose!

Será que agora vai?! Após um último gole, a resposta deve ser positiva. A Seleção Brasileira não merece receber um “não” duas vezes seguidas…

Garçom, fecha a conta!

Veja o comunicado da CBF sobre o novo convite AQUI.

Cinco coroas e um bigode

O Palmeiras finalmente lançou o seu uniforme versão 2010. O clube alviverde fez um passeio histórico para compor a nova camisa, desenvolvida pela Adidas.

PalmeirasO padrão remete às cinco coroas do clube, que correspondem aos títulos da vitoriosa equipe no início da década de 1950.

Taça Cidade de São Paulo (1950 e 1951)
Campeonato Paulista (1950)
Torneio Rio-São Paul0 (1951)
Copa Rio (1951)

Esse último foi considerado uma espécie de Mundial de Clubes na época, já que também foi organizado pela Fifa. Recentemente, o Verdão tentou oficializar a conquista do Mundial, mas Fifa negou o pedido, considerando apenas as edições a partir de 2000.

Após um pouco de história, confira o vídeo abaixo, da Adidas.

Alguém reparou no bigode do goleiro Marcos…?

Uma vida dedicada à história

Livro do Náutico 1909-1969Carlos Celso Cordeiro. Pernambucano de Tabira, 66 anos. Morador do Recife.

Um alvirrubro fanático, da época do hexa. Mas, sobretudo, um apaixonado pelo futebol pernambucano. Um abnegado em resgatar a história do nosso futebol, perdido nas páginas amareladas dos jornais da capital.

Pesquisador nato, Carlos Celso sempre colecionou todos os dados possíveis sobre os resultados dos times do Recife. Primeiro em cadernos, depois no seu computador. E assim, mesmo sem apoio, passou a publicar livros em série sobre Náutico, Sport e Santa.

O primeiro, em 1996, com um levantamento estatístico de todos os jogos do Timbu entre 1909 e 1969 (foto). Depois foram mais dois volumes, até 1999. Os dois rivais também têm três livros com as partidas até 1999.

Saíram ainda, com esforço, o livro dos 100 anos do Clássico dos Clássicos, a história do Estadual (dois volumes) e o retrospecto dos atacantes alvirrubros Bita e Kuki.

Agora, chega o 5º livro no período de um ano. O 15º da carreira, com o 4º volume da história do Náutico, compilando resultados de 2000 a 2009, com destaque para os três títulos pernambucanos do Timbu na década vigente. Colaborador do blog, Carlos Celso escreveu a série Futebol Pernambucano – Ano Zero, dividida em seis capítulos.

Confira a série: Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5 e Parte 6.

A bola não puniu

Hulk

Um dia após assumir a liderança isolada da Série A, comandando o Fluminense, o técnico Muricy Ramalho foi chamado para uma reunião com a cúpula da CBF, ali mesmo no Rio de Janeiro, num clube de golfe na Barra da Tijuca.

Tema: convite para assumir a missão de conduzir a Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2014. A missão de ganhar o hexa no dia 13 de julho de 2014, no Maracanã.

Será que ele toparia essa “bronca”?

O paulista disse sim nesta sexta-feira e será o 78° técnico da Seleção desde 1914.

“A bola pune”. É o que costuma dizer Muricy quando um time vacila durante a partida. Desta vez, a bola foi o prêmio, pelo histórico vencedor. Digno de outra frase famosa de sua autoria: “Isso aqui é trabalho, meu filho!”

Aos 54 anos, o treinador chega ao auge de uma carreira que começou de fato em 1994, quando comandou o expressinho do São Paulo na conquista da extinta Copa Conmebol, à somba do técnico principal do Tricolor Paulista, o mestre Telê Santana.

Para ser efetivado mesmo, teria que esperar um pouco. Foi em 1996, no próprio clube. Não deu certo. Aí, começou a rodar o país em busca de espaço.

Sem medo de errar, é possível afirmar que o primeiro grande trabalho de Muricy foi no Náutico, em 2001. Assumiu um clube completamente endividado, com uma folha que não poderia passar dos R$ 200 mil e na Série B, ao contrário dos rivais, que estavam na elite nacional. Fora o jejum de 11 anos sem títulos e o temor de ver o hexa do Sport.

Muricy atropelou tudo isso. Ganhou o Pernambucano. Um não. Dois! Um bicampeonato histórico para o Alvirrbro, no início da Era Kuki. Tamanha dedicação o transformou em conselheiro vitalício do clube. No meio desta passagem, ele ainda arrumou tempo para treinar o Santa Cruz no Brasileirão.

Depois, ganhou o Paulista com o modesto São Caetano, reergueu o Internacional e finalmente voltou a ter uma chance no seu São Paulo.

Ganhou “apenas” três vezes o Campeonato Brasileiro: 2006, 2007 e 2008. Sempre com a mesma postura séria, mas competente. Muricy realmente consegue montar boas equipes, eficientes. Se ele será conseguirá trazer o futebol arte à Canarinha é outra conversa, mas o time será agressivo. Fato.

“Faz uns 20 anos que estou com. É muita sorte para um cara só. Fica em casa para ver se a sorte vai te ajudar. Tem que trabalhar”

Prepara-se, pois essa ironia vai dominar a Seleção Brasileira agora.

FPF aspirando a Fifa

O árbitro Nielson Nogueira foi o melhor juiz do Campeonato Pernambucano de 2010. O que não quer dizer muita coisa, pois o nível da arbitragem foi lamentável.

FifaO próprio Nielson, que vinha realmente saindo do lugar comum no Estadual, cometeu uma falha bisonha, ao anular um gol do Vera Cruz contra o Sete de Setembro, em Garanhuns.

A bola entrou e furou a rede. Ele não viu e deu tiro de meta… No fim, 1 x 1.

Nielson argumentou que a iluminação do estádio Gigante do Agreste o prejudicou. Não adiantou, pois a FPF o suspendeu.

Mesmo assim, ele foi eleito como o melhor juiz da competição!

Nesta sexta-feira, porém, o grande prêmio.

Nielson Nogueira, de 35 anos, foi um dos 10 árbitros promovidos pela Comissão de Arbitragem da CBF à categoria de Aspirante-Fifa. Dose dupla para Pernambuco, pois Cláudio Mercante também foi promovido ao mesmo patamar (veja AQUI).

O quadro pernambucano não tem nenhum árbitro da Fifa. O último foi Wilson Souza.

Aprendendo a mexer com cash

Bola de dinheiro

Ao todo, o Sport tem 72 jogadores com contrato assinado, de acordo com o Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Contratos profissionais, com atletas a partir das categorias juvenil e júnior (veja AQUI). De todos eles, o maior contrato vigente é justamente o do atacante Ciro, até 5 de agosto de 2013.

Não por acaso, o contrato dele tem a maior multa rescisória do Leão, com valores de R$ 20 milhões para clubes brasileiros e R$ 40 milhões para times estrangeiros. Algumas sondagens do exterior teriam chegado a R$ 10 mi no ano passado!

A multa, porém, é apenas um parâmetro para as negociações, que quase sempre são abaixo do valor estipulado. De qualquer forma, acredita-se que a possível venda dos direitos econômicos da revelação leonina chegue a pelo menos metade, se for no Brasil.

Como se sabe, o craque afirmou, em entrevista ao repórter André Albuquerque, do Diario de Pernambuco, que o Palmeiras o sondou recentemente (veja AQUI).

Independentemente do desfecho dessa negociação, a primeira dúvida é:

Será que o Sport vai conseguir vender o atacante Ciro por mais de R$ 3,5 milhões?

O valor pode parecer baixo para as pretensões rubro-negras. No entanto, o número já seria um recorde em Pernambuco. A maior transação aconteceu há 12 anos.

O país cresceu economicamente, a moeda ganhou força, as cotas de patrocínio dos clubes aumentaram, mas venda do meia Jackson, hoje no Santa Cruz, ainda é um marco. Curiosamente, aquela negociação foi justamente entre Sport e Palmeiras…

Segunda dúvida:

Os clubes do Recife não sabem negociar ou o nível dos atletas revelados é baixo?

Vendas milionárias de Pernambuco (valores em Reais, em vigor desde 1994)

  • Top 5

3.500.000 – Jackson (meia), do Sport para o Palmeiras, em 1998
2.200.000 – Bosco (goleiro), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
2.100.000 – Gilmar (atacante), do Náutico para o Guingamp (França), em 2009
2.000.000 – Daniel Paulista (volante), do Sport para o Rapid (Romênia), em 2008
1.800.000 – Fumagalli (meia), do Sport para o Al-Rayyan (Catar), em 2007

  • Top 10

1.750.000 – Leonardo (atacante), do Sport para o Cruzeiro, em 2001
1.500.000 – Juninho Pernambucano (meia), do Sport para o Vasco, em 1995
1.500.000 – Juninho Petrolina (meia), do Sport para o Atlético-MG, em 1998
1.500.000 – Cleber Santana (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 2004
1.300.000 – Pantera (atacante), do Santa Cruz para o Compostela (Espanha), em 1996

  • Top 20*

1.300.000 – Chiquinho (meia), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.200.000 – Carlinhos Bala (atacante), do Santa Cruz para o Cruzeiro, em 2006
1.100.000 – Moacir (volante), do Sport para o Corinthians, em 2010
1.000.000 – Russo (lateral-direito), do Sport para o Vitória/BA, em 1997
1.000.000 – Edson (lateral-esquerdo), do Sport para o Corinthians, em 2000
1.000.000 – Grafite (atacante), do Santa Cruz para o Grêmio, em 2001
1.000.000 – Wellington (atacante), do Náutico para o TSG Hoffenheim, em 2008

*Nota-se que para completar o top 20 ainda faltam três negociações milionárias…