Um X no caminho do Náutico

Série B-2010: Coritiba 3 x 1 Náutico. Timbu perde na Arena Joinville e permanece fora do G4. Foto: site oficial do Coritiba/divulgação

Dizem que os treinadores de futebol pegam a tabela antes do início de cada competição e começam a marcar com um “X” os resultados possíveis, de acordo com o nível técnico dos respectivos elencos.

“Íbis, fora de casa? Pode cravar o “X” na vitória.”

“São Paulo, no Morumbi? Hum… Acho que é um “X” na derrota.”

Obviamente, nem a provável vitória sobre o Íbis está garantida assim como é possível arrancar pontos contra o maior campeão brasileiro, mesmo em seu reduto.

Na noite desta terça-feira, o Náutico enfrentou o Coritiba na fria Arena Joinville, tanto no clima como na presença da torcida, bem tímida.

Não seria um absurdo caso este jogo estivesse naquela cota de resultados improváveis do técnico Gallo. Soma um ponto aqui, outro ali, três acolá e algumas derrotas…

Assim, uma derrota seria normal como visitante contra o Coxa. E aconteceu. O Alvirrubro caiu com um placar de 3 x 1.

O problema é o contexto do revés. Foi a 6ª derrota seguida do Náutico fora de casa, o que mostra que alguns “Xs” do tal planejamento não deram certo. O mais grave, desta vez, foi a apresentação com um futebol bem apático.

O Alvirrubro chegou a empatar a partida, através de Geílson, de pênalti, mas o time não agredia o adversário e nem mostrava um sistema defensivo eficiente. Foi abatido.

O bom retrospecto em casa mantém o Timbu na cola do G4 da Série B. Em casa, o Náutico jogará a sua próxima partida, contra o Duque.

Mas o time precisa voltar a pontuar longe de Rosa e Silva, pois esse mau desempenho recente minou uma arrancada brilhante na Série B.

E para pontuar, a apatia não pode ganhar espaço. Como teve em Joinville…

Está chegando

Série B-2010: Sport 3 x 0 Brasiliense. Germano marca o primeiro gol do Leão e comemora com o time. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Rumo ao G4.

Nove jogos sem perder.

Três vitórias seguidas.

Vitória ampla com bom futebol do Sport.

E a esperança renovada de vez!

O jogo foi até equilibrado na tarde desta terça-feira, na Ilha do Retiro. Mas o Leão parece ter deslanchado na Segundona.

Foi um confronto movimentado contra o rodado time do Brasiliense.

Os 30 mil torcedores presentes no estádio num ensolarado feriado nacional viram um Leão brigador no segundo tempo, aproveitando uma vantagem numérica que em outras ocasiões não havia resultado em nada.

Mais jogadores, mais qualidade técnica, mais torcida, mais gols!

E olhe que teve o artilheiro Ciro perdendo pênalti… Mas Germano balançando as redes. Assim como Eliandro. E também o atacante Wilson!

O atacante Wilson, por sinal, mostrou uma técnica diferenciada. Tem tudo para ajudar bastante o Leão até a reta final da Série B. E tem mais.

Magrão, indiscutível. César, ele mesmo, melhorou na zaga. Tobi joga bem em qualquer canto da defesa. Germano, na proteção, Marcelinho na criação. Eficientes.

O time foi se ajeitando…

No fim do jogo quente no Recife, Sport 3 x 0 Brasiliense, com aplausos, festa da torcida e confiança. De jogadores e torcedores.

O Leão segue somando pontos, caminhando com doses homeopáticas, como disse o próprio técnico Geninho. Mas deixou de ser estático.

O Rubro-negro chegou a 30 pontos. Encostou no G4. Há algum tempo estava a 11.

Os leoninos já não duvidam que em breve caia para “zero”…

Metralhadora de Sobral

Filme: Borat

Hoje em dia, o discurso do politicamente correto se faz quase onipresente no futebol. Mas isso não está restrito apenas aos jogadores e treinadores.

Isso também se estende aos dirigentes.

“É um jogo muito difícil. Temos que respeitar o adversário, que tem muita qualidade”

E por aí vai… Já houve um tempo m que o escracho tomava conta dos bastiores. Mas de forma sadia, pra lá de irônica, provocadora.

Acredite, mas teve clássicos em Pernambuco nos quais os presidentes combinavam por telefone para encher o estádio (a renda era dividida). Depois, apareciam nas rádios.

“A minha torcida vai dominar o clássico”, dizia um.

“Aposto que a minha torcida será maioria”, respondia o outro.

As duas torcidas compravam o desafio e os jogos passavam fácil de 40 mil pessoas. O blog não vai revelar os nomes dos tais dirigentes, ok?

Atualmente, dificilmente aparece alguém para sacudir o futebol.

Mas não é que apareceu um…? Lá em Sobral, no interior cearense. Confira abaixo algumas frases de Luiz Torquato, presidente do Guarany, sobre o confronto contra o Tricolor, na Série D, em entrevista ao repórter Celso Ishigami (veja AQUI).

“Perdemos um jogo (no estádio do Junco) este ano porque colocamos a equipe reserva. Mas somos um time quase imbatível jogando em Sobral. O Santa não tem time para aguentar a pressão não. O time do Guarany é muito melhor. No Recife, jogamos com três desfalques importantissimos. Perdemos porque foi uma idiotice. Meus jogadores desistiram de jogar depois de marca o segundo gol. Tiraram o pé. E quando levaram um gol, deu um branco. Mas aqui vai ser diferente.”

“O Santa não tem time hoje em dia. O Santa Cruz já está morto. Eles não conseguiram construir o placar que queriam jogando em casa. Imagine aqui no caldeirão, numa temperatura de quase 50 graus? Normalmente, faz 38 graus em Sobral. Mas no campo é muito mais quente. Não tem quem aguente. Tenho certeza de que já estamos classificados.”

Com a resposta, o próprio Santa Cruz, no domingo.

Resposta como nos velhos tempos, com a bola rolando.