A tarde que deu certo

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Icasa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

No borderô, 12.103 torcedores.

Um número expressivo para esta campanha alvirrubra na Série B.

Uma caminhada de altos e baixos. Mas que parou de oscilar neste segundo turno, pois a direção ficou em sentido único… Para baixo.

Neste contexto, a tarde deste sábado se apresentava como decisiva.

Outrora, o adversário talvez não estivesse no foco de uma “decisão”. Porém, o mau rendimento levou o Timbu a jogar a sua sorte na Segundona contra o Icasa.

Ao Náutico, a oportunidade (e que chance, diga-se) de ultrapassar o adversário e respirar um pouco mais nesta surreal corrida para escapar do rebaixamento à Série C.

A torcida compreendeu a responsabilidade, que, afinal, é de todos no clube.

Após mais uma minivassourada no elenco, Roberto Fernandes, um motivador nato, juntou os cacos de suas últimas declarações – que deixavam claro o desânimo em Rosa e Silva -, e empurrou a equipe vermelha e branca.

O time, aliás, recebeu o salário. Com dinheiro no bolso, qualquer trabalhador produz melhor. Não adianta dizer que não faz diferença, pois faz. Os resultados mostram isso, aniquiliando qualquer probabilidade de coincidência.

Em campo, sintonia entre torcida (“esbanjando” paciência) e time (mostrando algo simples e vital: garra). Ainda assim, a partida foi complicada. Nesta fase da competição e nesta altura da tabela, ninguém esperava o contrário nos Aflitos…

Mas o que todos esperavam, ufa, veio: vitória. Magra, por 1 x 0. Necessária!

Ah… Na próxima terça-feira o Náutico volta a jogar em casa, contra a Ponte Preta.

Que a receita do sucesso tenha sido realmente reescrita.

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Icasa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Bote em falso

Coelho

Temporada de caça.

Há um bom tempo o Leão vem no rastro do Coelho.

Na teoria dos livros, o Rei da Silva levaria vantagem sempre.

Mas isso vale apenas na teoria, pois o coelho não é, exatamente, a presa predileta na cadeia alimentar leonina. Um capítulo vasto da dieta do panthera leo.

Nesta Série B, porém, é!

Tanto que vem sendo uma disputa e tanto. Uma caçada com sérias ameaças, “bafo quente” na espreita e botes em falso para um predador.

Mas o ritmo segue veloz.

Tanto para a aproximação dos improváveis rivais quanto para a distância.

Mas, após 34 atos, a situação continua a mesma, com o Coelho sempre a uma distância segura do Leão. Vivo.

A diferença chegou a ser de um mísero passo. A mordida era questão de tempo.

Mas aí o Leão acabou desviando a sua atenção para um pássaro…

LeãoEis o Azulão.

O leão até rosnou e assustou a ave.

Mas a majestade do gigante animal acabou se transformando em soberba.

O tal Azulão bateu as asas duas vezes (2 x 1) e voou alto, deixando o leão manso, cansado, sem ação.

O Coelho, que não é besta e estava de olho, andou mais um pouco.

Ficou quatro passos à frente.

Ambos estão perto do fim da selva da Segundona, a quatro léguas de um novo horizonte, em um terreno menos castigado. Mas com feras ainda mais peçonhentos.

Com a rapidez deste coelho, será que esse leão ainda tem gás para fazer valer o título de rei? A coroa, quem diria, está pesando…