Chocolate nada amigável

Pernambucano 2011: Santa Cruz 3 x 1 América. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Coletividade, confiança e 100%.

Com mais de 20 mil pessoas no Arruda, o Santa Cruz venceu o América por 3 x 1. No Clássico da Amizade, o Tricolor passou por cima, fácil.

A noite desta terça-feira foi uma das melhores no Mundão nos últimos tempos.

“Vencer, liderar e ver o maior rival descendo a ladeira!”

É pra quem pode. E a frase acima é a favor da Cobra Coral.

Sensação do Campeonato Pernambucano de 2011, com o artilheiro, Thiago Cunha, com 3 gols, e dois bons meias, Wesley “Sneijder” e Mário Lúcio.

O Santa vai renascendo… Com (alguns) novos nomes.

Ganhando cara de time, com conjunto. Ainda é cedo.

Parece ser sempre cedo para o Santa. Todos com um pé atrás devido aos fiascos recentes. Mas além da paixão, a confiança também está voltando à torcida.

Time + torcida = liderança.

Cadê o futebol?

Pernambucano 2011: Cabense 1x0 Sport. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

O ano começou tenso na Ilha. O Sport perdeu pela primeira vez no Estadual de 2011

Com 5.476 pessoas espremidas no estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho, o Leão voltou a atuar muito mal. Ciro entre eles. Bala também. Todo mundo.

Após ganhar do Mequinha “daquele jeito” e empatar com o Petrolina no finzinho, o Rubro-negro caiu na noite desta terça-feira.

Cabense 1 x 0, gol de Rosilvaldo. Nem no Pernambucano o time está alcançando o G4.

O Leão não perdia de um time intermediário no Estadual desde 26 de março de 2008, quando também foi batido por 1 x 0, mas pelo Serrano, em Serra Talhada.

Por isso, a preocupação com a carga de jogos. No entanto, a maratona da competição está sendo duríssima para todos. Para o Sport, essa sequência está sendo fatal.

A torcida leonina não consegue enxergar o futebol do time que briga pelo hexa.

Para quem começou como o maior favorito ao título da temporada, o time comandado por Geninho está decepcionando demais.

E ainda tem que aguentar a greia dos rivais…

Estádio maldito

Estádio Ademir Cunha. Foto: Paulo Paiva/Esp DP/D.A Press

Inaugurado em 10 de maio de 1982, o estádio Ademir Cunha foi durante muito tempo a casa do Paulistano, outrora sempre presente na elite pernambucana.

Imponente, a praça esportiva – bancada pela prefeitura e pelo governo estadual – foi projetada para receber 18 mil torcedores. É o 4º maior estádio do Grande Recife.

Porém, tornou-se sub-utilizado. Arcaico. Vetado.

Veja o estádio Ademir Cunha em 360º clicando AQUI.

Na década de 1990, o Paulistando acabou desaparecendo do mapa. Outros times se arriscaram a jogar em Paulista, como Recife e Estudantes. Também extintos.

O estádio já não era visto da mesma forma. Nos últimos anos, o Ademir Cunha teve a sua capacidade limitada a 7.500 espectadores após a confusão na abertura do Estadual de 2006, superlotado. Ficou vetado da 1ª divisão desde então.

Um estorvo para a Prefeitura, que não fez a manutenção necessária.

Agora foi a vez do América tentar mandar os seus jogos na zona norte da RMR. Foi assim na segunda divisão de 2010. Porém, ainda não conseguiu neste ano.

Já são dois jogos sem poder jogar em “causa” porque o clube ainda não conseguiu todos os laudos exigidos pela FPF. Uma visita mostra que é preciso melhorar bastante.

Após jogar em Vitória de Santo Antão contra o Porto, o Alviverde irá agora ao Cabo de Santo Agostinho para “receber” o Central (veja AQUI). Fiasco de público à vista.

Recepção de gala

Há um bom tempo as torcidas da capital pernambucana mantêm um clima quente nos clássicos. Principalmente as torcidas uniformizadas. Haja xingamento…

No interior, algumas torcidas começam a surgir com o mesmo “espírito”.

Abaixo, a recepção do Sport no jogo contra o Petrolina, no estádio de Paulo de Souza.

Fair play.

Para não esquecer

Nota de R$ 100

O Fluminense lançou um interessante pacote de ingressos para a temporada 2011.

Batizou a ideia de “Guerreiro Tricolor” (veja AQUI).

A novidade foi agregar os bilhetes dos três jogos da fase de grupos da Taça Libertadores da América com mais seis partidas do Campeonato Carioca.

Podendo dividir em até 5 vezes no cartão de crédito, o torcedor do Flu pagará pelo pacote de arquibancada, mesmo que não seja sócio, R$ 320.

Ok. Agora, o lembrete.

Na Taça Libertadores de 2009, a diretoria do Leão cobrou R$ 100. Por um jogo. Um!

Alertada na época sobre a excessiva majoração, a diretoria leonina passou por cima de sua torcida e aplicou na bilheteria.

Resultado: em sua segunda participação continental, o Sport levou 59.620 torcedores nos três primeiros jogos. Com ingressos caríssimos, a média de público foi de apenas 19.873 torcedores, com 58% de ocupação. Muito pouco para quem levou 34 mil durante a Copa do Brasil de 2008, com 100%.

Um erro de gestão para não ser mais repetido. Por nenhum clube.

Carlos Albertos

O presidente da Federação Maranhense de Futebol (FMF), Carlos Alberto Ferreira, declarou que não vai aos jogos do Estadual, organizado pela entidade comandada por ele, quando o seu time do coração joga. E ele torce para o Flamengo…

FlamengoSegundo Ferreira, os estádios vazios são justificados pela concorrência com o Campeonato Carioca, que passa na TV aberta no estado. Por isso, decidiu que o certame será realizado nas quintas e segundas!

Confira o áudio da polêmica entrevista clicando AQUI.

“Eu gosto de ver o jogo do Flamengo. E agora com aquele cracão que chegou lá, o Mengão vai arrebentar nesse campeonato.”

Arrumar um motivo para assistir ao campeonato do Maranhão depois de uma declaração assim será difícil. Nada como jogar o seu produto no ralo. Se essa moda pega.

Cada federação tem o Carlos Alberto que merece… E sempre com a mesma desculpa que não é a federação que muda, mas sim os clubes que pedem.

Confira um post sobre a contratação de Ronaldinho pelo Fla AQUI.

Amizades do passado

América Futebol Clube, do Recife

Atração saudosista no Campeonato Pernambucano de 2011, o América ainda sente dificuldade em um patamar mais elevado do football. Ainda assim, vale lembrar os antigos “clássicos” disputados pelo Alviverde da Estrada do Arraial contra as três forças do Recife, com dados do pesquisador Carlos Celso Cordeiro.

No Arruda, nesta terça-feira, o Mequinha volta a enfrentar o Santa Cruz após quase 16 anos. O confronto, conhecido pela amizade histórica entre os dirigentes*, é o mais disputado da história americana, com mais de 300 capítulos.

Clássico da Amizade – América x Santa Cruz

309 jogos; 191 vitórias do Santa; 54 empates; 63 vitórias do América; 1 desconhecido
Primeiro jogo: Santa Cruz 4 x 0 América (10/10/1915, Campina do Derby)
Último jogo: Santa Cruz 6 x 0 América (18/06/1995, Jefferson de Freitas)

Clássico da Técnica e da Disciplina – América x Náutico

292 jogos; 183 vitórias do Náutico; 56 empates; 53 vitórias do América
Primeiro jogo: Náutico 0 x 6 América (15/08/1916, British Club)
Último jogo: Náutico 5 x 0 América (05/07/1995, Aflitos)

Clássico dos Campeões – América x Sport

287 jogos; 192 vitórias do Sport; 42 empates; 51 vitórias do América; 2 desconhecidos
Primeiro jogo: Sport 2 x 3 América (09/04/1916, British Club)
Último jogo: Sport 1 x 0 América (13/01/2011, Ilha do Retiro)

* O atual presidente do América, João Antônio Moreira, é irmão de Alexandre Mirinda, presidente do Santa Cruz em 1993. O apelido do clássico faz mesmo sentido…

Ufanismo justificável

Venda da comisa de Ronaldinho Gaúcho no Fla. Crédito: Flamengo/divulgação

Reparou no detalhe ao lado do distintivo do Flamengo?

“O melhor no maior do mundo”

Até onde se sabe, Lionel Messi não foi contratado pelo Real Madrid…

Mas o ufanismo do Flamengo é justificável. Ronaldinho Gaúcho segue nas baladas, falando pouco (ou nada) e sem muita previsão de estreia no Rubro-negro. Porém, a maior contratação da temporada no futebol brasileiro já mexe com os cofres do Fla.

Em 2010, o clube arrecadou R$ 28 milhões em patrocínios. Para esta temporada, o Mengo projeta R$ 56 milhões. Exatamente o dobro. Só por causa do camisa 10.

Ganha o Flamengo, a Traffic e Ronaldinho, claro. Quando a receita do Flamengo alcançar R$ 28 milhões, ele terá direito a 50% de tudo o que entrar no cofre…

Enquanto isso, a pré-venda da camisa personalizada já começou (veja AQUI).

Agora, imagine se Ronaldinho voltar a exibir um futebol brilhante…

O Flamengo foi campeão mundial em 1981, enquanto Ronaldinho foi eleito pela Fifa como o melhor em 2004 e 2005. Ou seja, a frase é “quase” verdade.

O Brasil foi do Central

Central campeão da Série B de 1986? Crédito: Caetano Neto/divulgaçãoEm 1986, a segundona nacional foi chamada de “Torneio Paralelo”, dividido em 4 chaves, com 9 times cada uma (veja AQUI).

Os vencedores ganharam o acesso à elite do Brasileiro no mesmo ano. Não houve uma disputa final entre os quatro clubes.

Treze, Inter de Limeira, Criciúma e… Central. Porém, a CBF nunca oficializou.

Com a unificação dos títulos da Série A em dezembro, o assunto voltou à pauta. Ainda mais após o amistoso com o Treze, em Campina Grande. No estádio PV, a frase “Campeão Brasileiro de 1986 – Série B”.

Por que não fazer o mesmo no Lacerdão? Sem a chancela da CBF, a diretoria da Patativa resolveu consultar a FPF. Carlos Alberto Oliveira autorizou (isso mesmo).

Na próxima semana, o Alvinegro de Caruaru deverá pintar a mesma frase na marquise do seu estádio (veja o PV AQUI). Resta ao Central, agora, montar um bloco com os outros três “campeões” e pedir o reconhecimento oficial junto à CBF.

O Central se tornaria o primeiro pernambucano campeão nacional de futebol…

A imagem do post foi produzida pelo designer alvinegro Caetano Neto e ilustra a comunidade oficial da Patativa no Orkut.