Plasticidade demais, objetividade de menos

Estatísticas de dribles na Copa América. Crédito: Conmebol

Buenos Aires – Análise do futebol a partir dos números… Neste post, o duelo um contra um, do driblador diante do marcador, nesta Copa América de 2011.

Acima, um quadro estatístico da Conmebol sobre a competição continental apenas com os dribles aplicados por todas as seleções.

O dado considera a soma dos jogos na fase de grupos e das quartas de final.

Vale como curiosidade…

Nos dribles, brasileiros e argentinos estão muito, mas muito acima dos rivais.

Dos quatro semifinalistas, o Peru foi o que mais fintou além das superpotências, mas, ainda assim, foram 28 a menos que a Argentina e 47 em relação ao Brasil.

A arte está encravada no futebol praticado na Albiceleste e na Canarinha, mas, pelo visto, a objetividade precisa voltar à pauta, urgente!

O contraponto à lista de dribles é o ranking de desarmes. Aí, “curiosamente”, os quatro semifinalistas estão entre os cinco primeiros. O Brasil bem que tentou roubar a bola…

Destaque para o Paraguai, que não dribla ninguém e desarma todo mundo!

Veja mais estatísticas da Copa América clicando aqui.

Estatísticas de desarmes na Copa América. Crédito: Conmebol

Clima de Copa América com pancadas de incompetência

Chuva em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Segunda-feira, última semana da Copa América. Como se não bastasse o frio, chuva na capital argentina, a primeira desde que cheguei aqui, há 15 dias.

Clima que condiz com o cenário armado para a disputa do título continental no país.

Um torneio organizado para ser o melhor da história, iniciada em 1916, chega à reta final sem brasileiros e argentinos entre os quatro melhores pela primeira vez. Antes, em 1939 e 2001, também com semifinais distintas, um dos países havia negado o convite.

No entanto, a ausência das duas principais potências futebolísticas – e econômicas – da América do Sul foi provocada pela falta de estrutura coletiva nas seleções.

Encararam adversários duros, mas sem muita qualidade técnica. Criaram chances, mas não convertaram. Foram eliminados, paciência. Faltou competência, só.

Com o baque, grande parte da imprensa brasileira já está remarcando a passagem aérea para voltar para casa. Já os argentinos, em suas inúmeras mesas redondas, já começaram a falar da preparação dos principais clubes locais para o Apertura 2011…

Sem os dois países, com 11 finais de Copa do Mundo agregadas, a taça da Copa América será entregue a uma equipe compacta na defesa, afeita ao contragolpe e que tem como prioridade cavar faltas para desenvolver jogadas através da bola parada.

Descrição válida para qualquer um dos semifinalistas.

Uruguai, Peru, Paraguai e Venezuela.

O primeiro busca a redenção, os dois seguintes querem repetir uma glória distante há mais de três décadas e o último vai curtir cada segundo a mais na Argentina.

Com ou sem chuva, de cara feia ou não, a Copa América se aproxima de seu epílogo. Sem brasileiros, sem argentinos, sem tanta rivalidade, mas com muita garra.

Chuva em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Melhor que no videogame

Copa América 2011: Argentina 1x1 Uruguai, com vitória da Celeste nos pênaltis. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Ainda em tempo de fazer um registro após assistir in loco a uma atuação de Lionel Messi. Sim, aquele craque do Barcelona, eleito o melhor jogador de futebol do mundo nas últimas duas temporadas, é realmente genial.

Nunca fui à Europa. Obviamente, nem cheguei perto do Camp Nou. Exibições de gala do craque argentino, só mesmo pela televisão.

Mas tive a chance em Santa Fé, a 476 quilômetros da capital argentina, no superclássico de seleções do Rio da Prata. Seria uma oportunidade daquelas…

Messi é, de fato, melhor que nos videogames. Primeiro porque ele parece se mexer em campo sempre com o comando de “velocidade” apertado, o tempo todo, sem desgaste e com a bola colada no pé. O popular “quadrado”, para o chute, sai sempre calibrado, direcionado. É como se Alguém lá em cima estivesse com o joystick na mão…

A Argentina não passou das quartas de final? Messi não balançou as redes uma vez sequer? Futebol não se resume só a isso. Não mesmo.

No Cemitério dos Elefantes, com uma técnica muito acima da média – principalmente na sua própria seleção – , La Pulga deu o melhor de si em campo diante do Uruguai, com passes genais (“x” ou “triângulo”), lançamentos, como o que resultou no gol de Higuain, apertando a “bola” do controle”, e dribles incríveis.

Durante quase toda a partida, e foram 120 minutos de futebol, é bom lembrar, Lionel  foi cercado e caçado por dois ou até três uruguaios. Cáceres, Pérez e Lugano tiveram muito trabalho. Quase sempre, parando o camisa 10 da albiceleste com falta. Na maioria das vezes, porém, viram o argentino passar voando.

No fim, cabisbaixo, frustrado, destruído, Messi ainda foi aplaudido. Com companheiros à altura, como os do Barça, ele chega perto de se tornar imparável.

Basta que a bateria do controle não acabe…

Controle do Playstation

A um passo do Monumental

Semifinalistas da Copa América 2011: Uruguai, Peru, Venezuela e Paraguai. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Definida a fase semifinal da Copa América. Após 22 partidas realizadas, confira com ficou a classificação da primeira fase e das quartas de final aqui.

Abaixo, os novos confrontos com as estatísticas, somando as duas fases da competição até aqui: PJ – jogos, PC – passes certos, FC – finalizações certas, I – impedimentos.

Os vencedores se enfrentarão no próximo domingo no estádio Monumental de Nuñez.

Uruguai x Peru, na terça-feira, às 21h45, em La Plata (Único)

Semifinal da Copa América 2011: Uruguai x Peru

Na estreia, uruguaios e peruanos empataram em 1 x 1. Agora, os dois times chegam completamente diferentes para este duelo. Encorpado, o Uruguai volta a mostrar o espírito copeiro do Mundial de 2010, com uma defesa bem ajustada e encaixado nos contragolpes. No Peru, obediência tática, cansando sempre o adversário. Duelo à parte com os técnicos uruguaios: Oscar Tabárez na Celeste e Sergio Markarian no Peru.

Paraguai x Venezuela, na quarta-feira, às 21h45, em Mendoza (Malvinas Argentinas)

Copa América 2011: Paraguai x Venezuela, as estatísticas antes da semifinal

Quatro empates. A campanha do Paraguai até a semifinal mostra uma “regularidade” impressionante. Porém, vale lembrar que em dois jogos o time guarani, compacto na defesa, esteve com a vitória nas mãos até os descontos. Uma delas contra a própria Venezuela, na 1ª fase, quando vencia por 3 x 1. Agora, é aguardada a volta do atacante Roque Santa Cruz. Já a Venezuela entra como franco atiradora, calibrada.