O bilionário e pobre futebol brasileiro

Crianças jogando futebol no Coque. Foto: Ana Braga/divulgação

“O futebol representa 0,2 do PIB nacional e tem potencial para 1,2 com mais empregos, tributos e riqueza para o País. Estádios modernos multiuso melhorarão o público, a renda, o patrocínio e valorizarão as marcas dos clubes.”

Palavras do ministro do esporte, Aldo Rebelo, através do seu perfil no twitter, antes de sua segunda visita na Arena Pernambuco.

O produto interno bruto do país em 2011 foi de US$ 2,48 trilhões, ou R$ 4,14 trilhões.

Montante que elevou o Brasil ao status de 6ª economia do planeta.

Mas vamos à porcentagem citada pelo ministro. Considerando 0,2%, a receita gerada pelo futebol chegou a 4,96 bilhões de dólares. É muito dinheiro…

Porém, caso o país chegasse ao máximo estipulado, levando em consideração o último PIB, o futebol brasileiro poderia ter produzido até US$ 29,76 bilhões.

Convertendo, o futebol poderia ser, hoje, um produto de 60 bilhões de reais. Para isso, seria necessário uma lista telefônica de exigências na administração do esporte. Menos corrupção, mais organização, mais investimentos, mais serviços, melhores serviços etc.

Enquanto isso, o clube mais popular do país não consegue sequer manter a sua folha de pagamento em dia, mesmo com a maior cota de TV da elite nacional.

Já o segundo time de maior torcida só está conseguindo tirar o seu estádio do chão após R$ 400 milhões em incentivos fiscais, sob polêmica, claro.

A evasão de renda, intimamente ligada ao futebol, ainda se faz presente, mesmo com modernos sistemas de bilhetes à disposição. Esquemas por toda parte, embaixo do nariz da segurança pública. A evasão se estende aos balancetes suspeitos, sem fiscalização.

Estádios sucateados nas principais divisões e pelo menos três arenas com padrão Fifa em cidades sem apelo algum no esporte, a não ser o político. Pois é.

E o torcedor? Este é tratado como gado, de norte a sul, com o Estatuto do Torcedor rasgado a cada dia. Jogadores como máquinas, sufocados pelo calendário ortodoxo.

Esse post seria o maior da história do blog caso listasse todas as mazelas.

Mas fica uma vaga ideia porque ainda estamos em 0,2% do PIB. Com tanta coisa para melhorar, o ministro foi até otimista no índice. Mas reconhece a necessidade de melhora.

Fica a torcida para que 1,2% seja um dia a verdade no futebol, bem administrado.

Construção da Arena Fonte Nova, em abril de 2012. Crédito: Odebrecht/divulgação

O fiasco de Ronaldinho, onde todos estão errados e apelando

Apresentação de Ronaldinho Gaúcho no Flamengo, em 2011. Foto: Maurício Val/Vipcomm

Turbulenta, a saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo ainda rende.

Alegando salários atrasados, o jogador exige na justiça uma indenização de R$ 40 milhões do Fla. O clube, por sua vez, ameaça o Palmeiras, que teria sondado o atleta.

O time rubro-negro diz que pedirá à justiça uma indenização de R$ 325 milhões (sim, R$ 325.000.000) ao Verdão caso o R10 acerte com com o Palestra Itália.

Milhões para cá e para lá e, agora, uma mobilização nacional por parte da presidente flamenguista, Patrícia Amorim, que parece achar normal uma dívida de cinco meses.

Será que a atitude no vídeo abaixo não passou um pouco da conta…? Apelou.

Não dá pra negar. Foi um fiasco a volta de Ronaldinho ao futebol brasileiro (veja aqui).

O atleta de 32 anos não rendeu. Não quis. Se rendeu ao prazer extracampo. Acumulou atuações apáticas e o atraso na conta bancária, iniciado pelo patrocinador, piorou de vez. A assessoria do irmão, vidrado em cifras, não colaborou com a parte técnica.

Não há ninguém com plena razão no caso. A única certeza é que não vai sair barato…

A Ronaldinho, um bizu. Esqueça a Copa do Mundo de 2014.