Eurocopa – Dia 7: Tropeço da Azzurra e Fúria de gols

Eurocopa 2012: Itália 1x1 Croácia. Foto: Uefa/divulgação

Um pouquinho de sorte para a Itália. Está faltando. Como na estreia da Euro, a Azzurra fez uma boa apresentação em Poznan. Abriu o placar, num golaço de falta do meia Andrea Pirlo, criou chances com Balotelli e Cassano, mas acabou cedendo o empate.

Novo 1 x 1. O tropeço nesta quarta feira complicou bastante a vida do calcio em busca do segundo título europeu, em um hiato que já dura desde 1968.

Agora, a Itália de Prandelli precisará vencer a Irlanda na última rodada e ainda vai ter que esperar o resultado do duelo entre espanhóis e croatas.

Isso porque a Fúria, atual campeã mundial e europeia, não vacilou e derrotou os irlandeses, cuja proposta de defesa a todo o custo não vem dado resultados práticos.

Num toque cadenciado e quase irritante, mas  com finalizações objetivas, a Espanha goleou a Irlanda por 4 x 0, em Gdansk, também na Polônia. Com um sistema que de vez quando gira com a curiosa formação 4-6-0, a Fúria marcou quatro belos gols.

Os dois primeiros gols que deram a liderança do grupo C saíram aos 4 minutos. Com o atacante Fernando Torres no primeiro tempo e com o meia David Silva no segundo. O meia, aliás, é o artilheiro da seleção pós-Mundial 2010, com dez gols.

No terceiro, aos 25, Torres foi lançado em velocidade e não titubeou. No fim, deixando claro a disparidade técnica entre as seleções, Fábregas recebeu na área e bateu cruzado, uma bomba. Apesar disso, a torcida irlandesa deu show de comportamento.

Eurocopa 2012: Espanha x Irlanda. Foto: Uefa/divulgação

Os personagens da equação financeira por Kieza

Kieza no Oriente Médio

Após uma grande temporada, repleta de gols, começa a longa articulação para 2012.

Na primeira sondagem, o questionamento sobre o interesse em jogar em determinada praça. O interesse vem acompanhando do tópico seguinte, financeiro.

Eis a partida para o festival de propostas e contrapropostas. Na primeira, R$ 3 milhões.

O ídolo quer continuar, mas seus empresários tentam um acordo com a negociação da totalidade dos direitos econômicos. Uma pedida bem acima da realidade do clube.

O jogador e seus investidores não cedem um centavo e o clube tampouco.

A negociação esfria e aparece uma proposta do exterior. Não seria uma viagem para um centro de grande visibilidade, mas para um mercado vasto, com ouro negro.

Propositalmente, o contrato é encurtado, visando um salto seis meses depois.

“Por mais rápida que tenha sido a minha passagem pelo clube, foi mais do que suficiente para que eu criasse raízes aqui, nascendo uma forte ligação.”

Trecho da carta de despedida do atacante, deixando o caminho aberto para um retorno, tentando contornar as farpas trocadas com a diretoria.

Passa o tempo, o desgaste some e as partes voltam à mesa. O interesse segue mútuo.

“Qual é o preço viável pelo atleta?”

“Pelo menos R$ 1 milhão.”

Estica o orçamento aqui, potencializado pela cota de transmissão da campeonato nacional, corta uma despesa ali, conversa um pouco mais com um patrocinador e a diretoria do clube topa a empreitada, recorde na conta corrente.

Numa coincidência incrível, surge a especulação de que o rival entrou na parada. Assim, o novo valor do depósito, por 30% dos direitos econômicos, já não é mais suficiente.

Inflação automática no salário e nas luvas. O céu é o limite por um ídolo?

Por mais que o mercado futebolístico esteja aquecido, a transação esfria de novo. Em stand by, seria a hora do bote do rival, com uma oferta irrecusável, certo?

Tal oferta não chega… Difícil não imaginar que um leilão virtual seria a realidade.

Entra, então, um novo personagem na história. Um não. Milhares, milhões.

A torcida e a sua pressão por reforços, atrelada ao desempenho da equipe e ao nível da competição em disputa, a principal do país. Uma cobrança sentida pela cúpula.

E assim lá se vão mais telefonemas entre diretores e empresários, novos interlocutores e declarações de carinho pelo clube por parte do jogador via redes sociais…

O cenário vai sendo remontado para o seu desfecho. Vamos, again, às cifras.

Os investidores à frente do centroavante enxergam a oportunidade como uma vitrine, mas sem abrir mão de seus percentuais para uma futura venda.

Baixando o preço, o clube concorda em não fazer parte de uma negociação futura, desde que mantenha a referência ofensiva por pelo menos um ano.

Chega-se ao número: R$ 600 mil pelo empréstimo. No mesmo dia em que uma lista de dispensa proporcionará uma economia deste valor nos próximos quatro meses.

Salário firmado, o maior da história do clube, R$ 100 mil. Luvas de R$ 150 mil. Investimento forte, a garantia do reforço de um goleador e fim da história. Nada curta.

Ao atleta, dinheiro em espécie. Nada de parcelas infinitas.

Kieza está de volta ao Náutico, que abriu o cofre para formar o seu ataque. Era preciso.

Para que empresários e diretores saiam de cena a partir de agora, basta uma assinatura e que todas as cláusulas acordadas sejam cumpridas à risca, evitando rusgas.

Quanto ao jogador, o seu compromisso agora é com a torcida. O maior deles.

Kieza. Foto: Diario de Pernambuco