Jubileu do Possesso

Amarildo e Pelé após o título mundial de 1962. Arte: Greg/Diario de Pernambuco

Aos 71 anos, Amarildo segue a sua vida de forma tranquila no Rio de Janeiro. Nas últimas semanas, contudo, o telefone tocou algumas vezes, quebrando a rotina pacata. Gente que nunca o viu em ação nos gramados, ao vivo. Nem mesmo os pais…

Eram pessoas ávidas em recontar com orgulho a história construída pelo atacante, o substituto do insubstituível em plena Copa. Agora um senhor, Amarildo continua simpático ao relembrar os melhores momentos de sua carreira, quando sacudiu o país.

No Superesportes, a tarefa, acompanhada pelo prazer de um apaixonado pelo futebol, coube ao repórter Lucas Fitipaldi, que conseguiu entrevistar o ex-jogador e arrancou detalhes sobre a trajetória do bicampeonato mundial da Seleção, 50 anos depois.

Em 1962, o destino escreveu certo por linhas e pernas tortas. Pelé não deixou de ser Pelé por sua ausência em grande parte da campanha no Chile. Amarildo, porém, jamais seria Amarildo, “O Possesso”, não fosse a lesão do Rei…

Pelé machucado, o que fazer?
“Pelé era uma figura respeitada por todos. Ninguém, sob hipótese alguma, queria perdê-lo. A verdade é a seguinte: ele pouco se machucava, e eu nem imaginava jogar aquela Copa. Nunca fui reserva em toda minha carreira. Só naquele time. Não tinha jeito de jogar na frente do Pelé, né?”

Lembrança eterna
“Ganhar uma Copa do Mundo é o máximo na carreira de um jogador. As lembranças da final e daquele jogo contra a Espanha são as mais vivas na minha memória. É como um filme. Fica passando pela cabeça o resto da vida. Você não esquece nunca. Guarda.”

Conselho real
“Pelé chegou pra mim e falou: ‘Não se preocupe. Você vai jogar com os mesmos caras do Botafogo. Não pense em mim’. Era meio time do Botafogo. Isso me ajudou.”

Com personalidade
“Eu nunca tremi. Em jogo nenhum. Sempre tive confiança nas minhas possibilidades. Já era acostumado a jogar com Garrincha, Didi, Zagallo, Nilton Santos… Por isso, não me sentia inferior a ninguém. Nem ao próprio Pelé.”

Encarnando o Possesso
“Minha carreira estava em jogo naquele dia. Eu sabia que meu futuro dependia daquela atuação. Se as coisas não dessem certo, se o Brasil fosse eliminado, a culpa recairia sobre mim. Foi um chororô geral quando Pelé se machucou. O país inteiro acusou o golpe. Felizmente, entrei e fiz o que tinha de fazer. Liquidei a classificação.”

Batizado por Nelson Rodrigues
“Adorei o apelido. Eu era mesmo um ‘possesso’ dentro de campo. Jogava pro time os 90 minutos. Via cada jogo como uma batalha. Foi um apelido que encaixou direitinho”.

Garrincha, o bicho-papão
“Ele saiu da ponta direita e foi jogar em toda a parte. Fez gol de cabeça, de falta, de fora da área. Jogou de centroavante, vinha buscar a bola no meio. Fez de tudo. Eu sei que contribuí muito, mas Garrincha foi o bicho papão daquela Copa. Os adversários o temiam tanto quanto Pelé. Até porque ele já era conhecido no mundo inteiro. Foi, sem dúvida, o jogador mais importante.”

Às futuras gerações
“Costumo dizer o seguinte: mais difícil do que chegar ao topo é permanecer por lá. Os jovens como Neymar, por exemplo, precisam ter consciência disso. Depois que subi um degrau na minha carreira, nunca mais desci.”

Amarildo e Pelé após o título mundial de 1962

Eurocopa – Dia 9: Tchecos e gregos seguem no detalhe

Eurocopa 2012: Polônia 0x1 República Tcheca. Foto: Uefa/divulgação

Início da última rodada nos quatro grupos da Eurocopa, sempre com duelos ao mesmo tempo, para evitar qualquer arrumadinho. Na chave A, neste sábado, chuva, drama, gols perdidos pelos ídolos e uma classificação baseada em um critério pouco ortodoxo.

Avançaram às quartas de final a República Tcheca e a Grécia. Quando poloneses e tchecos já batiam cabeça no segundo tempo, o visitante roubou a bola no meio campo e numa troca de passes em velocidade, Jiracek driblou um defensor e marcou, aos 27.

Somado às chances desperdiçadas por Lewandovski, os tchecos despacharam os donos da casa em Wroclaw ao vencer por 1 x 0. Líder, depois da goleada sofrida na estreia…

Em Varsóvia, o confronto direto, curiosamente nesta mesma partida, definiu a história.

O camisa 10 Karagounis, que completou 120 partidas e tornou-se o atleta com mais atuações pela seleção grega, havia perdido um pênalti na estreia. Desta vez ele foi decisivo a favor do país, que alenta na Euro o desânimo do colapso econômico.

Após uma falha da defesa russa pelo lado esquerdo, ele roubou a bola, invadiu pela diagonal e bateu cruzado, forte. Gol nos descontos no primeiro tempo.

Tento que deixava a Grécia com a improvável classificação. Os russos ainda impuseram uma pressão incrível na etapa final, com até oito jogadores na área. Tudo por causa do complicado sistema de classificação da Euro, com o confronto direto antes do saldo.

Valente e com a mesma “sorte” de 2004, a Grécia venceu por 1 x 0 e avançou.

Russos e gregos terminaram com quatro pontos. Mesmo com dois gols a mais no saldo, a Rússia foi eliminada. Critério bizarro. Que não seja aplicado no Mundial.

Eurocopa 2012: Grécia 1x0 Rússia. Foto: Uefa/divulgação

Torcidas pernambucanas no estádio, na televisão e via rádio

Camisas retrô de Santa Cruz, Sport e Náutico

Acredite, a simples forma de torcer rendeu uma enquete com resultados completamente distintos entre as três maiores torcidas do futebol local. Fato incomum no blog.

Sem considerar a região de origem, mas apenas a forma de seguir o clube do coração, os tricolores tiveram o maior percentual entre os que frequentam o estádio, com 74%.

Em termos absolutos, os rubro-negros até tiveram mais votos nesta opção (no estádio), mas o dado foi mais modesto devido à forte votação dos torcedores pelo Leão que acompanham o time diante da televisão, com 35%, a maior entre os três clubes.

Já o Náutico foi o que apresentou o maior índice “via rádio ou internet”, com 23%. Características de fato ou dados potencializados pelos torcedores fora da capital?

Considerando os 1.655 votos, os percentuais foram esses: 52,87%, no estádio; 25,56%, pela televisão; 20,72%, via rádio ou internet; 0,85%, não presta muita atenção.

Como você acompanha a maioria dos jogos do seu time?

Sport – 876 votos
SportNo estádio – 43,26%, 379 votos
Pela televisão – 35,28%, 309 votos
Via rádio ou internet – 21,12%, 185 votos
Não presta muita atenção – 0,34%, 3 votos

Santa Cruz – 421 votos
Santa CruzNo estádio – 74,11%, 312 votos
Pela televisão – 7,13%, 30 votos
Via rádio ou internet – 17,58%, 74 votos
Não presta muita atenção – 1,18%, 5 votos

Náutico – 358 votos
NáuticoNo estádio – 51,40%, 184 votos
Pela televisão – 23,46%, 84 votos
Via rádio ou internet – 23,46%, 84 votos
Não presta muita atenção – 1,68%, 6 votos