A beca das organizadas como escudo para pilhar a cidade

As camisas das torcidas organizadas Inferno Coral (Santa Cruz), Jovem (Sport) e Fanáutico (Náutico)

Atualmente, as três maiores torcidas uniformizadas do Recife têm 190 mil membros.

A Fanáutico, fundada nos Aflitos por cinco jovens alvirrubros em 5 de fevereiro de 1984, tem 20 mil torcedores cadastrados.

A Inferno Coral, formada em 25 de abril de 1992 a partir da união de três torcidas, a Santamante, a Força Jovem e Os Cobrões, conta com 80 mil torcedores associados.

Já a Torcida Jovem surgiu em 29 de Outubro de 1995 numa dissidência de outra torcida organizada rubro-negra. Atualmente, conta com 90 mil membros.

Agora, esqueça o futebol, pois os atores desta história sem fim não dão a mínima…

Nos estádios a arruaça é temida pela grande maioria dos torcedores e visada há tempos pela polícia. Longe dos jogos só faz crescer o número de episódios do mesmo naipe.

Usando como escudo a camisa de torcidas uniformizadas dos três grandes clubes do estado, ou “beca”, como chamam, alguns marginais vão pilhando a situação.

Em 19 de novembro de 2012, a sede da Fanáutico na Boa Vista foi invadida por supostos membros da Torcida Jovem (relembre aqui).

No mesmo dia, após mensagens nas redes sociais, supostos membros da Fanáutico resolveram vingar a organizada e tentaram invadir a sede da maior uniformizada do Leão.

Um confronto no meio da rua, com quarenta integrantes de cada lado. Tiros para o alto, pedaços de madeira e ferro arremessados de um canto para o outro e mais ameaças.

No réveillon, um galpão no estádio da Ilha do Retiro onde a Jovem guarda parte de seus materiais para as partidas – bandeiras e baterias – foi incendiado. Veja a imagem.

A invasão ao clube teria sido provocada por supostos membros da Inferno Coral.

Em 2 de janeiro de 2013, supostos membros da mesma uniformizada tricolor divulgaram um vídeo portando uma arma de fogo com ameaças a outras facções. Assista aqui.

E assim segue a rotina para quem o futebol está longe de ser o “esporte” preferido.

No post, todos os “membros” foram precedidos da palavra “supostos”, uma vez que não há provas por parte da polícia sobre a autoria desses crimes. Nem se os mesmos fazem parte dos quatros oficiais das organizadas ou apenas se usam a beca como disfarce.

Isso mostra a passividade do poder público diante de um cenário em expansão, da pior forma possível, caótica e sem localização definida.

Levar 500 policiais a um jogo já não é mais suficiente para conter os vândalos, que não cansam de manchar os nomes das próprias torcidas e daqueles que realmente torcem.

As brigas seguem no entorno, a quilômetros de distância. E cada vez mais em dias comuns, sem um joguinho sequer na cidade. É questão de segurança pública, urgente.

O cadastramento do governo do estado para os torcedores efetivos das organizadas nos jogos já deveria ter saído do papel. Segue afogado na burocracia.

Sobre o contexto, vale lembrar o número de crimes levantados pelo Ministério Público de Pernambuco envolvendo, mais uma vez, supostos integrantes das organizadas locais.

Foram 800 crimes listados em 5 anos na região metropolitana.

Pois é. Negligenciar uma investigação nas entranhas das uniformizadas é miopia pura.

Atos criminosos de supostos membros da Jovem, Fanáutico e Inferno Coral

34 Replies to “A beca das organizadas como escudo para pilhar a cidade”

  1. Pingback: Além de todos os limites da violência no futebolBlog de Esportes | Blog de Esportes

  2. Tá aí o câncer do futebol brasileiro, por acabava com essas “organizadas”, pois não servem para absolutamente nada, os clubes são bem maiores que essas torcidas.

  3. Esse ano fui ver a final do Campeonato Pernambucano na torcida do meu Santa Cruz. Incrível a diferença de clima em um jogo com organizada e sem organizada. A calma reinou na entrada e na saída do estádio. Ao final do jogo pude passar na rua pelo setor da torcida do Sport comemorando o título e ninguém sequer fez cara feia. Se fosse com organizada não daria nem pra comemorar nas ruas pois a chuva de paus e pedras ia estragar a festa.

  4. Isso já passou dos limites,nossos etádios não estã vazios não é por causa da tv que transmite aos jogos,até porque todos os torcedores não caberiam no estádio,é por causa de acontecimentos como esses que mancham não só nosso futebol loca,como nacional,mais voltando pra cá,já está na hora do nosso governador Eduardo Campos tomar uma providência que isso já passou de briga d torcida e virou crimes contra a sociedade.Tendo visto que todo dia que tem jogo a população fica com medo de sair de casa,privando o cidadão de um direito que ele tem que é o lazer,futebol é lazer,eu quero ir para um jogo sem minha mãe dizer”meu filho cuiado não va com camisa de time( no casao do santa cruz time que eu torço)”em vez disoo escutar ela dizer”divirta-se filho”.Espero que meu comentário seja lido.valeu gostei da matéria!

  5.    AS ORGANIZADAS QUE FAZEM A FESTA NAS ARQUIBANCADAS QUE DEIXAM JOGOS MAIS BONITOS E CANTAM NOS 90 MINUTOS PRA APOIAR O SEU TIME , COMO TEM TORCEDORES DE MÁ COMPORTAMENTO NA TORCIDA “NORMAL” DO NÁUTICO TEM NA FANÁUTICO POR EXEMPLO NÃO PODE CULPAR A TORCIDA POR ALGO QUE UMA PARTE DE SUS MEMBROS FAZEM 

  6. ou seja Felipe,isso(pelas minhas contas)q voce menciona,é no ano de 1988.e olhe q a violencia já era grande nessa época!eram outros tempos mesmo!

  7. A desgraça do futebol são as torcidas organizadas, tenho quase 40 anos e lembro bem qd tinha 15 anos e ia aos três estadios:Ilha,Arruda e Aflitos, com camisa de time e não tinha nada.Pelo contrário era uma festa a chegada dos torcedores de Sport,Nautico e Santa.Era uma gozação sadia, um tirava onda com a cara do outro, mas só na brincadeira.Hj em dia quem for a um classico em Recife e passar pela torcida adversária é agredido e morto.
    TEM QUE BANIR SIM AS ORGANIZADAS E A TOLERENCIA TEM QUE SER ZERO.PELO BEM DO FUTEBOL!!!!!!!!!!  

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