Um campeonato inteiro sem público como punição, a solução?

Libertadores 2013: San José 1x1 Corinthians. Crédito: Pasion Libertadores

A morte de um torcedor boliviano após um sinalizador arremessado pela torcida do Corinthians durante um jogo em Oruro gerou uma severa punição ao clube paulista na Taça Libertadores da América. O atual campeão continental jogará de portões fechados até o fim de sua participação na edição desta temporada. Não um jogo, mas o campeonato inteiro.

Prejuízo direto no bolso. Só na primeira fase o Timão já havia comercializado 85 mil bilhetes. Em 2012, na campanha do título inédito, o alvinegro arrecadou cerca de R$ 15 milhões em bilheteria.

A dura punição deve servir de exemplo aos demais clubes brasileiros, cujas torcidas também protagonizaram atos violentos num passado não tão distante. Na verdade, a decisão já poderia ter sido tomada há tempos pela Conmebol.

Até porque há vários anos na Libertadores é quase cultural, no pior sentido, as pedras arremessadas a cada cobrança de escanteio, o torcedor tratado como gado na arquibancada, os gramados espúrios.

Vamos então além da punição na Libertadores. Tomaremos a medida como um “padrão” para o combate à violência no futebol. E se fosse aplicada, por exemplo, no Pernambucano? Arruaça nos jogos e apresentações com portões fechados. Atos extremos e toda a campanha sem a presença da torcida.

A segurança do público está à frente de qualquer interesse desportivo. Relembrar o clube em questão de forma severa para que ele cumpra as suas obrigações parece algo fora de lógica, mas é o caminho.

Em 1985, na final da Liga dos Campeões da Uefa, 38 torcedores morreram no estádio Heysel, na Bélgica, numa selvageria provocada pelos torcedores do Liverpool contra os da Juventus. Resultou na suspensão de cinco anos dos times ingleses nos torneios europeus. De todos eles.

Naquela época mal existia torcida organizada no Brasil, enquanto os hooligans britânicos já arrasavam os jogos no país há décadas. Como aqui, neste momento, ali também era um problema social, complexo. A pena duríssima, bem além do Liverpool, foi um marco divisório no futebol da Inglaterra.

A exclusão também está prevista na Libertadores vigente, mas em casos de corrupção ou abandono de campo. Poderia ser ampliada à violência? Além disso, teria que mensurar o raio de ocorrências, no estádio ou fora dele.

O fato é que no presente, as tragédias já vão se acumulando no futebol brasileiro. Que não precisemos de um “Heysel” para aprender de uma vez por todas. Pesar no bolso dos clubes, de forma concreta, pode ser o começo.

18 Replies to “Um campeonato inteiro sem público como punição, a solução?”

  1. ACABEM AS “ORGANIZADAS” ELAS SÓ PROMOVEM BAGUNÇA. AQUI EM PE NÃO DENTRO DOS ESTÁDIOS MAS FORA É UM VERDADEIRO ATO DE TERRORISMO. O DIREITO DE IR E VIR FICA TOLHIDO QUANDO TEM JOGO, NIMGUEM SE ARRISCA A SAIR DE CASA, MAS QUEM TEM QUE SAIR FICA A MERCÊ DESSES MARGINAIS.

  2. Alguem lembra da epoca em que esses delinquentes ficavam jogando chinelo, radio e tudo que tinha na mão pra dentro campo ? Pois é , so parou quando resolveram punir os clubes com a perda do mando de um ou mais jogo. Então tem q fazer exatamente isso fecha os portões , porque não estão preocupados com o ser humano do outro lado e sim com o clube .

  3. Acho que muita gente escreve neste espaço sem mesmo ler o comentário do blogueiro. E ficam falando que os clubes não devem ser punidos pelos atos de seus torcedores.
    Os clubes ingleses, todos eles e não apenas o Liverpool, foram banidos por cinco anos das competições europeias pelos fatos lamentáveis ocorridos na final da Liga dos Campeões da UEFA de 1985. TODOS!
    E aí você pergunta? O que é que o Manchester United, só pra citar um exemplo, tem a ver com a torcida do Liverpool? E o Arsenal?
    Porque a punição tinha que ser exemplar para todas as torcidas do futebol inglês, que eram as mais violentas da época. Para que aqueles fatos nunca mais se repetissem, e parece que deu certo, não é mesmo?
    Acho que a punição ao Corinthians, independentemente de clubismo, é mais que justa, é ainda insuficiente para o que se pretende.

  4. Gente, vou só levantar uma bandeira aqui. Quando estava virando moda arremessar objetos nos jogares e arbitragens nos campos a Federação tomou a inciativa de punir os clubes caso o agressor não fosse identificado e viram o que aconteceu? Hoje ninguém mais quer jogar mais nada porque a própria torcida se encarrega de entregar quem foi para não ver seu clube perder mando de campo. Agora imaginem se os clubes começassem a perder mando de campo, ter que jogar a portões fechados ou até mesmo quem sabe, num uso mais brutal, ser punido com perda de pontos de jogos esses selvagens não se comportassem melhor nas partidas ou até mesmo como acontece no caso de arremessos de objetos os demais torcedores não passassem a denunciar. Sei que os clubes não tem que pagar pelas atitudes de “animais” e “marginais travestidos de torcedor” mas quando dói no bolso, quando há o prejuízo todo mundo se mobiliza, foi assim no caso dos objetos. Pensem bem nisso.

  5. Não,porque os clubes pagariam e nao a parte da torcida que bagunça?exemplo se acontece isso com o Santa Cruz ,ja era,o Santa ia se acabar ja que depende da torcida…

  6. Acredito que multas aos clubes devam ser aplicadas, porém, não acredito que essa seja a solução. Punir financeiramente uma instituição deste porte, no caso o atual clube mais rico do país, não vai fazer com que a violência e riscos nos estádios acabe. Medidas mais acertivas devem ser tomadas, como proibição de tais artefatos em qualquer evento esportivo, banir torcidas ORGANIZADAS, e claro, julgamento dos responsáveis por atos extremos, como o caso em pauta. Esse dinheiro não vai pesar no bolso do torcedor, e eles (principalmente os marginais “camuflados” dentro das torcidas), vão continuar com atos de violência e ações que vão contra qualquer manifestação do esporte. Vamos torcer pela paz, pela vida!

  7. O TORCEDOR COMUM NÃO PODE PAGAR POR ATOS PRATICADOS PELAS TORCIDAS ORGANIZADAS, ESTA SIM DEVERIA SER BANIDAS DOS ESTÁDIOS , OS TORCEDORES COMUM NÃO!!!!!!!!!!!!

  8. Finalmente EASN e leonardo-pe discordam de alguma coisa aqui nesse blog…! Aleluia…! Ainda há uma esperança!

  9. Quanto às torcidas organizadas de PE e outros estados a melhor solução seria punir o infrator e não a torcida organizada como um todo. Não são todos participantes das organizadas que são indolentes, covardes e mal educados. Consideramos os participantes dessas organizadas como marginais. A policia precisa separar os marginais dos cidadões e consequentemente lugar de marginais é a exclusão e portanto cadeias neles. Falta apenas separar os bons dos ruíns.

  10. A Justiça é clara: Não existe punição sem a legitimidade direta do crime. O Corinthians não pode ser punido se não houve participação direta dele no crime. Se o fato for analisado com justiça, coêrencia e imparcialidade conclui-se que o time mandante teria mais culpa do que o Corinthians, pois não tomou as devidas providencias, revistando os torcedores na entrada do estádio.

  11. Tenho a impressão de que, aqui no Brasil, só irão adotar punições severas quando a vítima for um filho/parente de alguém “importante”…

    sou contra as organizadas daqui da capital (especialmente o trio parada dura: jovem/inferno/fanáutico), embora a proibição delas não resolva tudo.

  12. leonardo-pe, pelo teu raciocínio os donos da boate Kiss devem ser liberados afinal, não foram eles que soltaram o rojão!!!!O fato é que na América Latina os estádios, em sua maioria absoluta, não oferecem conforto quiçá segurança. E o que aconteceu é consequência disso. Falta de segurança. Como os caras entraram com tal material no estádio ? Todos os responsáveis devem ser punidos, torcedores, clubes e responsáveis pela segurança do evento.

  13. não EASN.o clube da casa não tem culpa disso.até por que,os torcedores de Bolívia,Peru,Colombia,Chile,Venezuela,Uruguai,Equador,vão mais para assistir os jogos!e o problema é mesmo da torcida do Corinthians,cujo sinalizador,saiu dessa torcida!tem 20 detidos lá e quanto mais mexem,mais descobrem q foi essa torcida q fez o q não devia.a verdade é q concordo com o Alexandre!governos locais,municipios e federal não investiram em educação e a imprensa sabendo disso,feita por gente muito mais esperta,dissemina a”cultura da violencia”ou da ignorancia!é muita frustração sendo despejada em dias de jogos e no carnaval.sem educação e emprego,só vai piorar a situação!

  14. E PUNIÇÕES COMO ESSAS IMPOSTA AOS INGLESES QUE FAZ A DIFERENÇA E EDUCA , SO QUE AQUI FAZ ME RIR, OS PROGRAMAS ESPORTIVOS EM REDE NACIONAL VÃO ACHAR Q O timão TA SENDO INJUSTIÇADO

  15. Pois é, a muito tempo o futebo deixou de ser a alegria de um povo para ser o lugar de desabafo de uma multidão incontida nas ruas por suas desilusões e suas frustrações perdidas.
    frustrações com o desemprego (estes indices, indicadores de mentira não enganam ninguem mais), mortes banais, vida banalizadas.
    os estádios, digo, coliseus, a nada mais prestam do que a servir para ao descarrego de tanto sofrimento, tanta dor , seja dentro ou fora de sua areas. e de nada adianta proibir a entrada de torcidas organizada pois as aglomeraçoes ocorrerão fora dos coliseus.
    Se Educação, sem emprego, sem ocupação, sem renda, não haverá solução.
    E esta verticalização absurda em curso no Recife só fará piorar as coisas. Que sobreviver verá!

  16. Futebol deveria ser encarado como um evento para lazer como qualquer outro. Porém, imprensa, clubes, polícia, governos usam o tal “clima de libertadores” para justificarem estádios medíocres, gramados sofríveis , a animalização da torcida e agressões físicas dentro e fora de campo. A melhor punição seria eliminar sumariamente os 2 clubes da competição e impedi-los de participar da mesma por 10 anos.
    Sim, o clube boliviano não pode ser isento de sua responsabilidade. Ele era o anfitrião e deveria garantir a segurança de todos. E os responsáveis pela segurança ? Como permitiram a entrada de torcedores com esse “arsenal” ? Cadê a punição do responsável pelo policiamento ?

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