Armada pernambucana na Série A unificada

Campeonato Brasileiro da Série A. Crédito: CBF

De 1959 a 2012 foram realizadas 56 edições do Campeonato Brasileiro, considerando a unificação oficializada pela direção da CBF em dezembro de 2010 após um estudo sobre os extintos torneios nacionais de elite. Portanto, foram dez edições da Taça Brasil (1959/1968), quatro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967/1970) e 42 da vigente Série A (1971/2012).

O futebol pernambucano foi representado em 94 campanhas, sendo 10 na Taça Brasil, 3 no Robertão e 81 na Série A, com até quatro times em um mesmo campeonato, com o recrde estabelecido em 1986. Na armada, rubro-negros, alvirrubros, tricolores e centralinos. Abaixo, as estatísticas absolutas dos clubes.

Agregando todos os dados do quarteto, incluindo os clássicos entre eles no Nacional, a campanha geral é a seguinte: 1.901 partidas, 618 vitórias, 532 empates, 751 derrotas, 2.239 gols marcados e 2.493 gols sofridos.

Considerando o sistema de três pontos por vitória em todos os anos, apesar de ter sido instituído pela Fifa apenas em 1994, o futebol local conquistou 2.386 pontos até hoje, o que corresponde a um aproveitamento mediano de 41,83%.

Em 2013, na 95ª participação, a exclusividade timbu…

Sport – 35 participações
Melhor colocação: campeão (1987)
Nº de vezes entre os 10 primeiros lugares: 13 (1959, 1962, 1963, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1987, 1988, 1996, 1998 e 2000)

Total: 760 jogos, 259 vitórias, 213 empates, 288 derrotas, 884 gols marcados e 922 gols sofridos. Aproveitamento com os 990 pontos conquistados: 43,42%

Taça Brasil (3): 17j, 8v, 5e, 4d, 32 gp, 19 gc
Série A (32): 743j, 251v, 208e, 284d, 852 gp, 903 gc

Náutico – 33 participações
Melhor colocação: vice-campeão (1967)
Nº de vezes entre os 10 primeiros lugares: 7 (1961, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968 e 1984)

Total: 628 jogos, 208 vitórias, 149 empates, 271 derrotas, 755 gols marcados e 851 gols sofridos. Aproveitamento com os 773 pontos conquistados: 41,02%

Taça Brasil (6): 38j, 19v, 6e, 13d, 62 gp, 46 gc
Robertão (1): 16j, 2v, 4e, 10d, 12 gp, 25 gc
Série A (27): 574j, 187v, 139e, 248d, 681 gp, 780 gc

Santa Cruz – 23 participações
Melhor colocação: 4º lugar (1960 e 1975)
Nº de vezes entre os 10 primeiros lugares: 4 (1960, 1975, 1977 e 1978)

Total: 481 jogos, 144 vitórias, 159 empates, 178 derrotas, 570 gols marcados e 672 gols sofridos. Aproveitamento com os 591 pontos conquistados: 40,95%

Taça Brasil (1): 2j, 0v, 1e, 1d, 3 gp, 4 gc
Robertão (2): 32j, 7v, 14e, 11d, 31 gp, 49 gc
Série A (20): 447j, 137v, 144e, 166d, 536 gp, 619 gc

Central – 2 participações
Melhor colocação: 36º lugar (1986)
Série A (2): 32 jogos, 7 vitórias, 11 empates, 14 derrotas, 30 gols marcados e 48 gols sofridos. Aproveitamento com os 32 pontos conquistados: 33,33%

Qual é o clássico de maior rivalidade no Recife?

Camisas retrô de Náutico, Santa Cruz e Sport

Nas últimas quatro temporadas o formato do Campeonato Pernambucano possibilitou uma série de mata-matas envolvendo os três grandes clubes de futebol do estado, nas semifinais e nas decisões.

Nos duelos de ida e volta, ânimos acirrados no gramado, nas arquibancadas e entre os dirigentes, com direito a veto de camarotes para as diretorias dos co-irmãos e, posteriormente, até assédio aos atletas e treinadores com contato em vigor nos bairros vizinhos.

Desta forma, cresceu a rivalidade nos Aflitos, no Arruda e na Ilha do Retiro…

Há um ano o blog realizou uma enquete para que cada torcedor apontasse o maior rival do seu time. Ao todo, foram duas mil participações. Relembre aqui.

Em entrevista ao site da Fifa, o tetracampeão mundial Ricardo Rocha, zagueiro pernambucano revelado pelo Santa Cruz, afirmou o seguinte sobre a maior rivalidade local: “A rivalidade mais acirrada é essa: todo mundo contra o Sport.”

Portanto, vamos realizar mais uma enquete, nos mesmos moldes da primeira.

Qual é o clássico de maior rivalidade envolvendo o seu clube?

  • Rubro-negro - Sport x Santa Cruz (39%, 782 Votes)
  • Tricolor - Santa Cruz x Sport (35%, 693 Votes)
  • Alvirrubro - Náutico x Sport (16%, 322 Votes)
  • Rubro-negro - Sport x Náutico (7%, 143 Votes)
  • Tricolor - Santa Cruz x Náutico (2%, 32 Votes)
  • Alvirrubro - Náutico x Santa Cruz (1%, 28 Votes)

Total Voters: 2.000

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Transição de técnico de um bairro para outro, num ciclo raro e de roteiro comum

Marcelo Martelotte treinando o Santa Cruz em 2013. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz

Um treinador que aspirava o comando profissional de uma equipe. Trabalhou durante um bom tempo como auxiliar de grandes nomes. Aprendeu.

O curso natural da história indicava o seu momento, a sua chance. Ela veio.

Pegou um time de futebol escasso tecnicamente. Montou às pressas. Contou com um grande goleiro e um atacante em grande fase, artilheiro.

Surpreendeu os rivais, ambos em divisões nacionais mais elevadas. Obviamente, esse contexto significava um orçamento bem mais enxuto.

Mas o técnico ganhou a confiança da torcida aos poucos, estruturou o time taticamente, passou a jogar bem, ganhar clássicos e terminou com a taça.

A volta olímpica foi na casa do rival, com duas vitórias na decisão. Lá e lô.

Algum tempo depois, vitorioso, ganhou o mercado, atraindo o interesse de outras equipes. Inclusive do mesmo rival derrotado na final estadual.

O salário maior, bem maior, o seduziu, assim com a oportunidade de trabalhar numa divisão mais nobre no Campeonato Brasileiro, num projeto maior.

Ao grupo campeão pernambucano, conversas, entendimento com os atletas. Com a diretoria, após várias tratativas, idem. E tomou o seu novo rumo…

Este poderia ser o roteiro de Marcelo Martelotte em 2013. Ele acertou a sua transferência do Santa Cruz ao Sport, para a disputa da Série B.

No entanto, todo o relato apresentado foi o da passagem de Muricy Ramalho do Náutico para Santa Cruz em 24 de setembro de 2001, da B para a A.

É raro, mas de vez em quando algumas negociações entre os bairros do Arruda, dos Aflitos e do Ilha do Retiro mexem profundamente no futebol do estado…

Muricy Ramalho comandando um treino do Santa Cruz em 2001. Foto: Alexandre Gondim/DP/D.A Press