A evolução dos distintivos recifenses

Evolução dos escudos de Náutico, Santa Cruz e Sport. Crédito: http://www.futbox.com

Além do nome, claro, o escudo é um dos principais símbolos de um clube de futebol, somado às cores e ao mascote. São aspectos definitivos para a caracterização de uma agremiação. No caso do distintivo, por mais que os emblemas sejam tradicionalíssimos, é comum uma leve transformação com o tempo, evoluindo com a moda. Não foi diferente com os três principais times do estado, desde os primórdios, ainda na era amadora.

Após ganhar o hexa, em 1968, o Náutico passou a ostentar um escudo redondo – com uma breve exceção no início da década de 1970. Assim como o Boca Juniors, o Timbu colocou as estrelas dentro do distintivo. No caso, as seis referente à maior conquista estadual – fato que permanece até hoje. Só durante dois anos desde 1901 o emblema não contou os dois remos, relembrando a origem alvirrubra. Do trio, é o que passou por uma transformação drástica há menos tempo.

No Arruda, o escudo do Santa passou diversos reajustes. É o time da capital com mais mudanças. Curiosamente, em 1959 o Tricolor atuou com um escudo semelhante ao do São Paulo. Além disso, a Cobra Coral chegou a contar com estrelas no entorno, simbolizando o tri-super e o pentacampeonato estadual. Recentemente, a diretoria “limpou” o distintivo presente no uniforme.

No Sport, à parte do primeiro escudo, com elementos do remo, um dos principais esportes do clube, o distintivo rubro-negro sofreu pouquíssimas mudanças. Obviamente, passou dos traços rebuscados para uma concepção mais arrojada, como os demais. É o único que conta com estrelas acima do escudo, as douradas do Brasileiro de 1987 e da Copa do Brasil de 2008, e uma pequena estrela de prata centralizada, pela Série B de 1990.

Confira a evolução gráfica de outros escudos brasileiros no www.futbox.com.

Camisas históricas do futebol pernambucano, do Recife ao Sertão

Colecionar camisas de futebol é o hobby de muitos torcedores. Além da camisa do próprio time, o armário costuma contar com padrões de outros clubes tradicionais, grandes ou pequenos, nacionais ou internacionais.

Mas e o que dizer de uma coleção de 120 camisas apenas com agremiações pernambucanas? Um tanto rara. Em seu perfil público no álbum Picasa, Manula Galo disponibilizou toda a coleção com uniformes de 35 times desde a década de 1980. Além dos três grandes da capital, raridades de times pequenos.

Abaixo, os uniformes em ordem da esquerda para a direita. Para conferir as camisas numa resolução maior e com as respectivas descrições, clique aqui.

AGA (2), América (3), Araripina (1), Arcoverde (1), Barreiros (1), Belo Jardim (1), Cabense (1), Carpinense (1), Central (7), Centro Limoeirense (1), Chã Grande (1) e Destilaria (2), Vitória (2).
Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Vitória (1), Estudantes (1), Ferroviário do Cabo (1), Flamengo de Arcoverde (1) e Íbis (5), Náutico (15).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Náutico (4), Olinda (2), Paulistano (2), Pesqueira (1), Petrolina (2), Porto (4), Primeiro de Maio (1), Recife (2) e Santa Cruz (6).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Santa Cruz (13), Salgueiro (3), Sera Talhada (1), Serrano (2), Sete de Setembro (2) e Sport (3).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Sport (20), Surubim (1), Unibol (1), Vera Cruz (1) e Ypiranga (1).

Camisas históricas de cluebes pernambucanos. Crédito: Manula Galo/Picasa

Blog do Marin

Uma mudança clara na linha editorial da CBF nesta nova gestão é a quase onipresença do presidente da entidade nas notícias do site oficial.

Quase todos os dias José Maria Marin tem um nota com visitas, felicitações de dirigentes ou até mesmo anúncio de classificação de algum time do país.

Nos primeiros doze dias do mês de julho foram seis postagens. Configura uma certa vaidade do presidente da Confederação Brasileira de Futebol?

Dificilmente o dirigente de 81 anos fica ausente das chamadas principais.

No início do ano, no momento de crise do Sport, foi comum no site oficial do clube a publicação de notas oficiais e divagações do mandatário rubro-negro. A própria torcida chegou a apelidar a página nas redes sociais de “Blog do Bivar”.

Notícia no site da CBF. Crédito: reprodução

Notícia no site da CBF. Crédito: reprodução

Notícia no site da CBF. Crédito: reprodução

Notícia no site da CBF. Crédito: reprodução

Notícia no site da CBF. Crédito: reprodução

Notícia no site da CBF. Crédito: reprodução

Atlético-MG e a releitura do G12

G12 do futebol brasileiro: Vasco, Santos, São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Fluminense, Flamengo, Cruzeiro, Atlético-MG, Botafogo, Corinthians e Internacional

* Por Fred Figueiroa

Tenho 33 anos. Isto significa que acompanho futebol com alguma consciência desde o fim dos anos 80. Ali, já sabia o nome dos jogadores, queria ir ao estádio, sofria ouvindo rádio, dava volta no quarteirão quando meu time era campeão, chorava nas piores derrotas. É natural que a visão sobre o esporte e a interpretação dos acontecimentos vá se moldando com o tempo. Mudando. Infância, adolescência, paixão, maturidade, profissionalismo. Em cada uma dessas etapas, o futebol se revela por ângulos diferentes. Mesmo tendo “estudado” a história do nosso esporte, pertenço a uma geração (e quem não pertence?) e a minha percepção do futebol é influenciada diretamente por ela.

Esta (não tão) pequena introdução foi para falar do Atlético/MG. Há uns 7 ou 8 anos virava madrugadas debatendo futebol em fóruns de discussão e comunidades no finado Orkut – fascinado com a nova possibilidade de trocar ideias e visões com torcedores de todos os clubes do país. E não existia polêmica maior (o Brasileiro de 1987 não conta) do que a real existência do conhecido G12. O grupo dos 12 maiores clubes do futebol nacional. Aqueles que todos conhecem. Ou que fomos quase adestrados a conhecer e respeitar. Eram os times que estavam todos os dias na TV, nos brinquedos, por todos os lados. Nos anos 1980, era um verdadeiro milagre encontrar um time de botão com escudos do Sport, Náutico ou Santa. Um caderno, uma toalha, um boneco, um boné… Nada. Eram apenas os quatro do Rio, os quatro de São Paulo, os dois de Minas e os dois do Rio Grande do Sul.

Porém, os tempos mudam. Os costumes, os valores, as pessoas. As fronteiras foram desaparecendo, o foco naturalmente foi sendo ampliado. E nos últimos 13 anos pelo menos sempre defendi a tese de que o tal G12 não existe na prática. Estamos condicionados a aceitá-lo, mas sobram fundamentos para renegá-lo. A distância do São Paulo ou Corinthians – em qualquer aspecto (títulos, torcida, estrutura, dinheiro) – para o Botafogo é incomparavelmente maior do que a do alvinegro carioca para clubes como Coritiba, Atlético/PR, Bahia e Sport – equipes grandes em suas regiões, com títulos nacionais e consideradas (corretamente) intermediárias no futebol brasileiro. O Botafogo – sem estádio, com torcida reduzida e ausente, e dois títulos nacionais bem esporádicos – é tão intermediário quanto os clubes que citei. O que o diferencia? Apenas a geografia e a massificação da mídia, herança dos anos 80. A decadência é visível. Nas pesquisas recentes de torcidas e números de sócios, tornou-se comum aparecer atrás dos principais times fora do eixo RJ/SP/MG/RS.

Não considero que a localização geográfica seja suficiente e determinante para fazer do G12 algo eternamente imutável. Se absolutamente tudo muda ao nosso redor, os velhos conceitos e – neste caso – preconceitos também devem mudar. Gestões, investimento, renovação da torcida, patrimônio e – sobretudo – títulos são fundamentais. Todos somados formam um grande time, assim como a tradição e a história. Costumo colocar o Atlético/MG no mesmo “bolo” de Botafogo, Coritiba e etc. O título da Libertadores pode mudar a minha visão? Claro. As circunstância também. Investimento milionário, jogadores de Seleção…É o que sempre defendi. Não vejo o futebol como uma “sociedade de castas”. Os degraus estão aí para subir e descer. E fundamentalmente: os degraus estão aí para todos.

* Fred Figueiroa é o colunista de esportes do Diario de Pernambuco