A primeira vez tricolor em uma arena, com o primeiro ponto

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Bahia x Santa Cruz. Foto: Erik Salles / BAPress / Agência O Globo

Há um bom tempo o Santa Cruz não atuava em um gramado excelente, top.

Na Fonte Nova, em sua primeira aparição em uma das arenas da Copa do Mundo de 2014, os corais gostaram da oportunidade diante do Bahia. A bola foi bem trabalhada, os espaços foram ocupados. A vitória não veio, mas o Tricolor atuou de forma consistente. O empate em 1 x 1 foi um resumo prático.

No primeiro tempo, o Tricolor da Boa Terra até foi um pouco melhor. Já acostumado à nova casa, na noite desta quarta com 8.921 pessoas, o mandante abriu o marcador aos 25 minutos. Num rebote, Rhayner – ele mesmo, ex-timbu – finalizou. Tiago Cardoso ainda foi um gigante no lance, mas já não havia o que fazer.

Os pernambucanos poderiam ter empatado antes do intervalo, caso o meia Raul não tivesse chutado tão fraco com o gol vazio, aos 36. A reação só viria na etapa complementar. Aí, mérito à ousadia do técnico Vica.

De uma vez, ele tirou Flávio Caça-Rato e Renatinho, improvisado no ataque. Lançou duas estreias, os atacantes Cassiano e Léo Gamalho. O time coral prendeu mais a bola, pressionou o Bahia e conseguiu atuar com tranquilidade.

A quinze minutos do fim, Gamalho – a melhor contração do Santa até o momento – fez a função de pivô e tocou para o lateral-esquerdo Tiago Costa, que virou e chutou forte. Gol de empate, chegando a quatro pontos em dois jogos no Nordestão. Sem dúvida, a aplicação foi mais positiva que o resultado.

Copa do Nordeste 2014, 2ª rodada: Bahia 1x1 Santa Cruz. Foto: Vaner Casaes/Ag. BAPRESS

Das flâmulas aos voluntários pela paz no futebol pernambucano

Reunião com os presidentes do Santa Cruz (Antônio Luiz Neto), Sport (João Humberto Martorelli), FPF (Evandro Carvalho) e Náutico (Glauber Vasconcelos). Foto: FPF/assessoria

Os presidentes de Santa Cruz, Sport e Náutico voltaram a se encontrar.

Antônio Luiz Neto, João Humberto Martorelli e Glauber Vasconcelos.

Como em quase todas oportunidades nas quais os mandatários dos maiores clubes do estado se reuniram, o palco escolhido foi a sede da Federação Pernambucana de Futebol, no bairro da Boa Vista (veja aqui).

Independentemente do local ou do grau de formalidade, o objetivo teórico foi alcançado no encontro.

No projeto Futebol de Paz, também com a participação de Evandro Carvalho, presidente da FPF, a ideia é implantar uma cultura de paz.

Trata-se de algo pra lá de trivial, mas que de forma incrível está ausente do contexto atual no Recife. Algumas medidas foram tomadas, como a utilização das redes sociais oficiais na web promovendo a desportividade, a troca de flâmulas entre as equipes exaltando a paz, som interno dos estádios estimulando a cordialidade, convocação de voluntários… Tudo pelo simbolismo.

Portanto, foi mais uma chance pra uma condução do futebol sem violência.

Até porque a necessidade é cada vez maior…

Conhecendo os detalhes da arena rubro-negra

Projeto da Arena Pernambuco. Crédito: Pontual Arquitetos/Youtube

A versão definitiva da arena rubro-negra foi revelada em 13 de março de 2012. Na ocasião, apenas algumas imagens foram mostradas à imprensa e à torcida.

O projeto da Arena do Sport, inicialmente desenvolvido pela DDB/Aedas, acabou sendo repassado ao escritório Pontual Arquitetos. Entre ajustes, com exigências da Prefeitura do Recife, e novas readequações, o empreendimento, incluindo um mini-shopping e empresariais, está orçado em R$ 750 milhões.

Confira um vídeo do escritório de arquitetura com os detalhes do novo estádio leonino, que já passou pelas duas comissões necessárias para a aprovação.

O primeiro vídeo da obra apresentava apenas o design. Agora, é possível ver as plantas do projeto, com destaque até para a nova sede social do clube.

Em 2014, segundo o cronograma, deve ser finalizado o processo burocrático, o que transformaria o vídeo em 3D em uma arena com 45 mil lugares.

Flamengo na Copa do Nordeste, e não é brincadeira

Flamengo na Copa do Nordeste?

Os clubes mexicanos disputam a Taça Libertadores da América há tempos.
A Austrália agora só participa das competições asiáticas.
Israel está inserido no contexto futebolístico da Europa.

Existe ao menos uma dezena de exemplos do tipo no futebol. Sendo direto e seguindo essa lógica, qual seria o empecilho de incluir o Flamengo na Copa do Nordeste? Acredite, a ideia é real e partiu da própria direção carioca.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Fla, Eduardo Bandeira de Mello, consultou o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela.

Ambos confirmaram o teor da conversa…

“Ele perguntou se havia possibilidade. Por enquanto, acho que não. No futuro podemos pensar. Primeiro, precisamos consolidar a competição, que está voltando agora. Depois, poderia haver dois convites”, diz Portela.

No caso da embrionária possibilidade de inclusão do Fla – e de até outro clube -, seria via convite, apesar de o Estatuto do Torcedor só autorizar o critério técnico.

A Copa do Nordeste foi chancelada pela CBF num acordo milionário, com a previsão de pelo menos dez edições oficiais. O torneio busca retomar a sua identidade, em parte perdida pelo caráter sazonal da disputa.

Economicamente, a presença do rubro-negro do Rio poderia, sim, gerar renda. Segundo a última pesquisa na região, elaborada pela Pluri Consultoria, de fato o Mengo tem a maior torcida, com 22,4%. O nordestino na melhor colocação é o Sport, em 5º lugar, com 4,8%, mas sete times da região têm torcidas acima de 1 milhão de pessoas. Alheio a isso, o mandatário carioca disse à Folha ter a maior torcida em todos os estados da região – incluiu Pernambuco, um erro, pois o estado é um dos cinco no país com times locais à frente.

Mas se tem algo que não se discute, é a presença local nas arquibancadas, com ou sem agentes externos. Com base na tradicional rivalidade, a média foi de 8.350 pessoas no Nordestão de 2013, a maior em todos os torneios no primeiro semestre do futebol brasileiro, o que rebate a tal necessidade de convites. Não por acaso, o Fla vive entre a paixão a a rejeição na região.

A contrapartida da liga ao clube, o que realmente teria atraído o olhar de Bandeira de Melo, é o valor da cota. O campeão do Nordestão ganhará R$ 1,565 milhão em 2014. O crescimento das verbas para os 16 participantes subiu 54% em um ano, saltando de R$ 5,6 milhões para R$ 8,64 milhões. Há mercado.

Por outro lado, nota-se um entrave nessa história (ou jogo político) ao constatar que a verba do Carioca é de R$ 700 mil a cada partida do Fla (R$ 10,5 mi ao todo). Por que sair de um torneio mais rentável? Ninguém faria isso.

Contudo, enxergando a ideia na prática, há uma enorme contradição.

A Copa do Nordeste foi criada em 1994 com o claro objetivo de fortalecer os clubes locais – com dinheiro, imagem e torcida -, alijados nas quatro séries do Campeonato Brasileiro. Incluir logo a equipe de maior apelo nacional, um potencial concorrente na preferência nordestina, poderia gerar descrédito junto aos torcedores dos clubes da região?

A consulta de Bandeira pode ter mais consequências do que se imagina…

No Nordestão, vale lembrar, já existe um erro histórico, com a ausência dos clubes do Piauí e do Maranhão, que chegaram a disputar a Copa Norte por causa disso. Os dois estados devem ser incluídos no regional em 2015.

Ou seja, antes de tramar a entrada do Flamengo do Rio de Janeiro é preciso condicionar a justa presença do Flamengo do Piauí…

A última arena do Mundial deve aprender com a última da Copa das Confederações

Construções da Arena da Baixada (janeiro/2014) e Arena Pernambuco (janeiro/2013). Crédito: Odebrecht e CAP/S.A.

A situação é bem parecida… Misturando trabalho, apreensão, política e pressão.

Com as seguidas declarações da Fifa, pondo em xeque a presença no torneio, vem novos cronogramas e soluções emergenciais para a conclusão.

A Arena Pernambuco foi escolhida para a Copa das Confederações após uma articulação política. Para bancar a ideia do governo do estado, foi preciso criar um novo roteiro para a obra, com mais funcionários e metas de execução, do tipo de material à forma de instalação.

Em janeiro de 2013, a construção, a última entre os seis palcos do evento, estava em 90%. A principais pendências eram a cobertura, cadeiras, gramado e acabamento.

Um ano depois, outra competição da Fifa em junho pela frente. Desta vez, a Copa do Mundo. Em janeiro de 2014, a lanterna da vez, sob ameaça de exclusão, é a Arena da Baixada, em Curitiba, cujo percentual é bem semelhante àquele do estádio em São Lourenço: 88,8%.

Curiosamente, as pendências são as mesmas. Aliás, os estádios terão capacidades semelhantes, com 46.214 lugares em Pernambuco e 42.372 no Paraná.

No entanto, há uma enorme diferença na realização: a mão de obra empregada.

Na reta final dos trabalhos na Arena Pernambuco eram nada menos que 4.462 operários ligados à Odebrecht. No estádio do Atlético-PR, tocado pela CAP S/A, o número é de 1.084.

A diferença de funcionários e máquinas é bem visível nas imagens de divulgação das parcerias.

No caso público-privado, o aumento no efetivo foi justificado pela participação local no evento-teste. A obra acelerou e cumpriu a sua meta, incluindo um jogo teste em 22 de maio, no amistoso entre Náutico e Sporting, diante de 26.903 pessoas.

Ou seja, em relação à engenharia civil, o quadro curitibano é possível.

Só não será uma missão barata.

Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa em Pernambuco, a Secopa, a ordem de grandeza do empreendimento subiu R$ 118 milhões no processo de aceleração, chegando a R$ 650 milhões.

E assim como a Copa das Confederações não teve apenas cinco subsedes, o Mundial também não deverá ter apenas onze. Custe o que custar…