O necessário recomeço do Santa, com CR7 respondendo Felipão

Copa do Brasil 2014, 1ª fase: Santa Cruz x Lagarto. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Ninguém na arquibancada. A morte brutal de Paulo Ricardo abalou o futebol local. Era preciso recomeçar, reconstruir a autoestima, mas sem o apoio do povão, impedido pela justiça desportiva por causa do triste episódio no Arruda.

Nos Aflitos, campo indicado pela CBF, o Santa Cruz cumpriu nesta quarta a sua missão na primeira fase da Copa do Brasil, vencendo mais uma vez o frágil time sergipano do Lagarto.

Com gols de Flávio Caça-Rato – tirando até onda do fato de não ter sido “convocado” por Felipão -, Léo Gamalho, com a seriedade necessária, e Everton Sena, os corais venceram por 3 x 1, no Eládio de Barros às moscas.

Com a classificação à segunda fase, o Tricolor garantiu uma segunda cota de R$ 160 mil, que será essencial neste momento sem bilheteria.

O time treinado por Sérgio Guedes já tem o seu caminho traçado, com o Botafogo da Paraíba na segunda fase e o Santa Rita de Alagoas na terceira. Passando pelos dois, os tricolores receberão mais R$ 960 mil. Vale demais.

Fim de uma noite com o duro recomeço de um triste capítulo. Era preciso.

Copa do Brasil 2014, 1ª fase: Santa Cruz x Lagarto. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

No deserto dos Aflitos, o onipresente Jesus Tricolor

Jesus Tricolor nos Aflitos (fotógrafo) e Arruda (torcedor). Crédito: reprodução/twitter e Roberto Ramos/DP/D.A Press

Onipresente, o Jesus Tricolor é um dos símbolos da torcida do Santa Cruz.

Na arquibancada do Arruda, é um personagem à parte, chegando a tirar fotos com o público. A cada jogo a cena se repete. Teoricamente, não poderia desta vez.

Apesar da punição ao clube, atuando pela primeira vez em sua história com os portões fechados, nos Aflitos, Jesus se mostrou onipotente.

Com o crachá da ACDP, associação no qual conseguiu a carteira rotativa como fotógrafo e correspondente da TV Replay, Pedro Luna, ou simplesmente “Jesus”, se manteve pertinho da pesada cruz coral, na Copa do Brasil, contra o Lagarto.

Não costuma trabalhar como fotógrafo em jogos do Santa, mas o amor ajudou.

Estava onisciente da situação no mínimo curiosa… e polêmica.

Atualização: a Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco, a ACDP, emitiu uma nota oficial, condenando a presença de Jesus Tricolor e cancelando o credenciamento da empresa. Veja aqui.

Lisca desabafa com taxista e deixa o Náutico

Lisca, técnico do Náutico

A história a seguir tem lampejos de ficção e doses oportunas de realidade…

Irritado, Lisca deixou o treino nesta quarta. Tomou um táxi para casa, pensativo.

O clima não era bom após a dura derrota em Natal pela Copa do Brasil. O revés por 3 x 0 praticamente eliminou o Náutico da competição. A bronca com jogadores, a insatisfação com a falta de reforços.

Inquieto, o técnico cobrava de si mesmo uma mudança, para reencontrar a compacta e competitiva equipe vista durante parte do Estadual.

Mas o desgaste aumentou entre elenco, diretores e treinador. E Lisca optou por deixar o comando da equipe.

No banco do passageiro, Lisca abriu o jogo com o taxista Rodrigo Iran.

Entrou no carro na Avenida Norte, com destino ao bairro de Boa Viagem. O treinador foi reconhecido na hora por Rodrigo, que gosta de futebol e puxou papo, como qualquer taxista que se preze.

“E o Náutico, Lisca?”

Mais Lisca Doido na resposta, impossível…

“Acabei de sair de uma reunião. O presidente me pediu para ficar, mas estou fora do Náutico…”

No surpreendente desabafo, uma informação em primeira mão. À noite, o taxista, que ganhou R$ 30 na corrida, tuitou o fato para a imprensa. Acreditar de cara seria um tanto difícil. Contudo, a confirmação oficial veio 20 minutos depois.

Na bandeira 2, Lisca está fora do Timbu. Foi de táxi.

Antônio Luiz Neto, Martorelli e Glauber na intenção de acionar as organizadas pelas marcas

Camisas da Inferno Coral, Torcida Jovem e Fanáutico

O Cruzeiro foi o primeiro a quebrar o elo. Em dezembro de 2013, já campeão brasileiro, o clube proibiu o uso da sua marca nos materiais das uniformizadas.

A direção mineira alegou prejuízo financeiro ao deixar de arrecadar através dos royalties, via licença da marca, e também na própria imagem do agremiação, com as constantes brigas envolvendo supostos integrantes das organizadas, resultando inclusive na perda de mandos de campo.

Cinco meses depois, os três grandes clubes de Pernambuco iniciam uma articulação para findar a ligação com a mesma alegação. Até porque as três principais facções do estado usam os distintivos dos times em seus materiais…

Na sede da FPF, numa reunião com o procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, os presidentes de Santa Cruz, Sport e Náutico admitiram sobre os planos de distanciamento mercadológico da Inferno Coral, Torcida Jovem e Fanáutico.

Antônio Luiz Neto
“Acionamos a empresa responsável pelo direito de uso da nossa marca para que ela tome medidas quanto a isso.”

João Humberto Martorelli
“O Sport está estruturando o seu departamento de licenciamento de marcas para garantir que as organizadas não tenham direito ao uso da marca do Sport.”

Glauber Vasconcelos
“Vamos acionar a empresa responsável pela nossa marca e também cobramos uma participação do estado na fiscalização desse tipo de produto.”

Tapioca e bolo de rolo na Arena Pernambuco, após a autorização da Fifa

Tapioca. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

A restrição de produtos é enorme nos estádios sob a chancela da Fifa.

Na Copa das Confederações e na Copa do Mundo, o processo é metódico.

A primeira concessão da entidade no país foi em Salvador, com a liberação da venda de acarajé na Fonte Nova, somente após o protestos das vendedoras.

Pois é. Uma tradição regional estava proibida…

Na Arena Pernambuco, então, uma novidade gastronômica para o Mundial.

Segundo a Secopa, a entidade autorizou a comercialização de tapiocas durante os cinco jogos agendados no local em 2014. Serão dez quiosques na entrada da arena, a chamada fan zone, como ocorre com o quitute baiano.

Em 2013, o bolo de rolo, outra comida pernambucana típica, também foi liberada. Na ocasião, cada fatia saiu por R$ 5.

Que o preço da tapioca não seja no “Padrão Fifa”. Além disso, vale ficar de olho na qualidade do alimento, tendo como (mau) exemplo o cachorro quente, vendido por R$ 8 no evento teste.

Com a tapioca e o bolo de rolo, está cumprido o toque regional no estádio em São Lourenço da Mata…

Bolo de rolo. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press

Hernanes, o 10º pernambucano na Copa do Mundo

Hernanes em ação pela Seleção Brasileira em 2013, contra México (2x0), Itália (2x2), Zâmbia (2x0) e Suíça (0x1). Fotos: Jefferson Bernardes/Vipcom (México), Wander Roberto/Vipcom (Itália), Rafael Ribeiro/CBF (Zâmbia e Suíça)

Hernanes mantém a tradição de Pernambuco na Copa do Mundo.

Pela 7ª vez consecutiva, um jogador nascido no estado defenderá a Seleção Brasileira no Mundial. É assim de forma ininterrupta desde 1990.

O meia recifense de 28 anos é um dos 23 nomes confirmados por Luiz Felipe Scolari para o torneio no país. Fez jus à série de partidas disputadas com a camisa verde e amarela em 2013, nada menos que quinze, sempre com o número 8.

Essas atuações foram paralelas ao desempenho na Internazionale de Milão, contratado junto à Lazio. Sempre de forma versátil, com marcação forte, bom passe e apoio na criação de jogadas.

Ao todo, o “Profeta” já vestiu a camisa do Brasil em 23 oportunidades desde 2008.

Abaixo, em ordem cronológica, a lista completa dos pernambucanos, com a edição disputada e o clube de origem. Nenhum deles foi ao Mundial atuando no estado.

1 – Ademir Menezes, 1950 (atacante, Sport)
2 – Vavá, 1958/1962 (atacante, Sport)
3 – Zequinha, 1962 (volante, Santa Cruz)
4 – Rildo, 1966 (lateral-esquerdo, Sport)
5 – Manga, 1966 (goleiro, Sport)
6 – Ricardo Rocha, 1990/1994 (zagueiro, Santa Cruz)
7 – Rivaldo, 1998/2002 (meia, Santa Cruz)
8 – Juninho Pernambucano, 2006 (meia, Sport)
9 – Josué, 2010 (volante, Porto)
10 – Hernanes, 2014 (meia, Unibol)

Campeões mundiais: Vavá, Zequinha, Ricardo Rocha e Rivaldo. Boa sorte, Hernanes!

Relembre os primeiros contratos de todos os mundialistas do estado aqui.

A base da Copa das Confederações reconvocada para o hexa no Mundial

Copa das Confederações 2013, final: Brasil 3x0 Espanha. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Paulinho, David Luiz, Júlio César, Fred e Thiago Silva; Neymar, Daniel Alves, Oscar, Marcelo, Hulk e Luiz Gustavo.

Eis os titulares da Seleção Brasileira posados para a foto em 30 de junho de 2013. Este time iniciou a belíssima vitória sobre a Espanha por 3 x 0, na final da Copa das Confederações, em um Maracanã repleto.

Um ano depois, devem ser formar a equipe principal do país na Copa do Mundo. Todos eles estão presentes na lista oficial divulgada por Luiz Felipe Scolari, com os 23 jogadores da Seleção convocados para o Mundial de 2014.

Que em 13 de julho, no mesmo Maracanã, a equipe seja mais uma vez eternizada. Até porque a final é a única opção da Seleção para atuar no famoso estádio…

Goleiros
Júlio César (Toronto), Victor (Atlético-MG) e Jefferson (Botafogo)
Como se sabe, Júlio César é um atleta de confiança de Felipão, apesar do duradouro ostracismo entre clubes. Os outros dois podem fazer sombra.

Laterais-direitos
Daniel Alves (Barcelona) e Maicon (Roma)
Quatro anos mais experientes, Daniel e Maicon irão reviver a disputa de 2010 pela titularidade. Nítida vantagem desta vez para o ala do Barça.

Laterais-esquerdos
Marcelo (Real Madrid) e Maxwell (PSG)
Apesar de talentoso, Marcelo passou bastante tempo preterido na Canrinha, na era Mano. Com Felipão, achou o seu lugar e vem se impondo no time.

Zagueiros
Thiago Silva (PSG), David Luiz (Chelsea), Dante (Bayern) e Henrique (Nápoli)
A dupla formada por Thiago e David está bem entrosada na Seleção. Bem tecnicamente, o setor é também o mais homogêneo da convocação.

Volantes
Ramires (Chelsea), Paulinho (Tottenham), Luiz Gustavo (Wolfsburg) e Hernanes (Internazionale)
Exceção feita a Luiz Gustavo, um “achado” de Felipão em 2013, os demais volantes contam com um perfil de versatilidade, necessário para variações de jogo.

Meias
Oscar (Chelsea), Fernandinho (Manchester City) e Willian (Chelsea)
Talvez, a posição com uma maior distorção entre o titular e o reserva. O time dependerá bastante de Oscar, já adaptado à veloz liga inglesa. Os concorrentes também são de lá, mas abaixo no talento.

Atacantes
Neymar (Barcelona), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Jô (Atlético-MG) e Bernard (Shakhtar)
A mesma linha de frente campeã em 2013. As camisas 10 e 9 seguem com Neymar e Fred. O centroavante segue como dúvida para uma sequência de jogos

O que você achou da convocação de Felipão? Comente.

O blog acertou 22 dos 23 nomes. A única surpresa foi Henrique (veja aqui).