As pedras continuam voando, os clubes indo ao STJD e os marginais nos estádios

Pedra arremessada no carro do 4º árbitro no jogo Sport 1x4 Corinthians. Foto: Bruno Reis/Twitter (twitter.com/reporterbruno)

Pedras já foram arremessadas inúmeras vezes na Ilha do Retiro e no Arruda.

Em jogos de grande público, o perigo aumenta bastante…

Neste ano, ocorreu uma tragédia no José do Rego Maciel, com a morte de Paulo Ricardo, atingido na cabeça por um vaso sanitário, na rua, após a partida entre Santa e Paraná.

O crime aconteceu em 2 de maio. Menos de um mês depois, no dia 25, no Adelmar da Costa Carvalho, um marginal (disfarçado de torcedor?) voltou a atirar uma pedra.

Premeditado? Descontrole? Arruaça? Não importa. É uma dura rotina…

Desta vez, no jogo Sport x Corinthians, o tijolo também foi lançado na área externa do estádio. No caso, a pedra estilhaçou o vidro traseiro do carro do quarto árbitro, Sebastião Rufino Filho.

Felizmente, não havia ninguém dentro do veículo. O que só deixa claro que casos mais graves – ou extremos, como o de Paulo Ricardo – não ocorreram mais vezes, até hoje, quase que por “sorte”.

O criminoso segue sem identificação. À parte disso, o Sport foi citado na súmula do árbitro carioca Péricles Bassols.

Com a denúncia, o Leão deve ir a mais um julgamento neste ano no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O Tricolor já está cumprindo a segunda pena. Por mais emblemático que tenha sido, o assassinato segue indiferente aos marginais.

As pedras, vasos sanitários e reboco continuam sendo atirados da Ilha e do Arruda.

Os clubes continuam indo ao STJD.

E a maior parte dos marginais permanece frequentando os estádios recifenses…

Súmula do jogo Sport 1x4 Corinthians, na Série A 2014. Crédito: CBF/reprodução

Para brindar o réveillon nos Aflitos, Arruda e Ilha

Garrafas de sidra de Náutico, Santa Cruz e Sport. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O réveillon ainda está longe, mas já vale o aviso. Náutico, Santa Cruz e Sport agora possuem sidras licenciadas no mercado.

O espumante, com venda naturalmente proibida para menores de idade, faz parte de uma série especial com 12 clubes.

No Nordeste, Bahia e Vitória foram outros times que firmaram acordos.

Produzida pela Viti-Vinícola Cereser, a bebida vem em uma garrafa de 660 ml, com preço sugerido de R$ 15. O status de “produto oficial” aconteceu num acordo com os três clubes pernambucanos ao mesmo tempo, mas cada um, claro, com o seu rótulo exclusivo.

Além dos distintivos originais, a primeira versão da sidra vem com o mascote timbu, antigos escudos tricolores e a torcida rubro-negra.

Para brindar o ano novo com a veia clubística nos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro, o futebol precisa ajudar…

A seleção histórica do Náutico, versão Aflitos

Seleção histórica dos Aflitos. Crédito: Náutico

Os torcedores alvirrubros votaram no site oficial do clube e escolheram a seleção histórica do Náutico que atuou nos Aflitos, a casa timbu de 1917 a 2013.

Os votos foram computados durante cinco dias.

Nesta segunda, foi anunciada a equipe oficial de estrelas de Rosa e Silva.

Lula; Gena, Beliato, Sidcley e Salomão; Clovis e Ivan Brondi; Nado, Bita, Bizu e Kuki.

Os onze serão homenageados pelo clube no evento “Revivendo os Aflitos”, como se tornou a partida contra o Avaí, válida pela Série B do Brasileiro.

Você votou em quantos nomes desta seleção, alvirrubro?

Da seleção histórica votada pelo blog apenas um nome não entrou: o zagueiro Lula (substituído por Beliato na formação oficial).

O cardápio oficial das arenas, incluindo cerveja (mais cara)

A Fifa divulgou o cardápio com todos os produtos que serão vendidos nas lanchonetes das doze arenas na Copa do Mundo, com valores entre R$ 5 e R$ 15. Os preços – aplicados nos 64 jogos do torneio – subiram em relação à Copa das Confederações no país, em 2013.

No Mundial, cinco subsedes terão comidas típicas na “fan zone”, a área externa dos estádios. Na Arena Pernambuco serão vendidos bolo de rolo e tapioca.

Novidade mesmo é a volta da cerveja nos jogos, como ocorreu na Copa das Confederações (relembre aqui).

A “cerva” está proibida no futebol local desde 24 de março de 2009, através de lei estadual. Para quem quiser usar essa brecha, via Lei Geral da Copa, poderá comprar copos de 473 ml, mas vão gastar mais. A Brahma passou de R$ 9 para R$ 10, enquanto Budweiser subiu de R$ 12 para R$ 13.

Cardápio oficial da Copa do Mundo. Crédito: Fifa

Cardápio oficial da Copa do Mundo. Crédito: Fifa

Cardápio oficial da Copa do Mundo. Crédito: Fifa

Cardápio oficial da Copa do Mundo. Crédito: Fifa

O retrato turbulento da Copa no Recife aos Estados Unidos, na maior revista esportiva dos States

Sports Illustrated em 26/05/2014, falando do Recife sobre a Copa do Mundo de 2014

Com 60 anos de história, a revista Sports Illustrated é a publicação esportiva de maior circulação nos Estados Unidos, com três milhões de exemplares semanais. Até hoje foram mais de três mil capas (veja a primeira aqui).

No ranking histórica de manchetes, o baseball lidera com mais 600 capas.

O futebol, ou “soccer” para os norte-americanos, não figura sequer entre as dez modalidades mais comentadas na história. Contudo, esse dado vem mudando, com o crescente interesse no país.

Na Copa do Mundo de 2014, os States serão a nação com mais torcedores após o anfitrião, claro. Cerca de 187 mil ingressos estão em suas mãos.

Não por acaso, a própria Sports Illustrated está focando suas pautas no Mundial.

Nesta segunda, o site oficial da magazine publicou uma reportagem sobre o Recife, que abrigará um jogo da seleção (EUA x Alemanha), com o histórico de já ter recebido uma partida em 1950 (EUA 2 x 5 Chile).

O texto foi de uma realidade crua, justa. Com a beleza da cidade e sua cultura diferenciada, mas também com os nossos problemas crônicos, sobretudo a violência, explicada pelos números assustadores e conjecturas pontuais, como a consequência da greve da polícia militar, com arrastões, assaltos e assassinatos.

Segue na violência através das uniformizadas dos grandes clubes da capital e as dificuldades estruturais para organizar a Copa. Por fim, as mudanças políticas.

A produção é assinada pelo norte-irlandês James Armour Young, radicado no Brasil há uma década. O título, traduzido, é o seguinte:

“Cidade-sede especial, o Recife, palco de EUA x Alemanha, está repleta de confusão”

Eis o início do texto:

Maio não foi um bom mês para o Recfe, cidade-sede da Copa do Mundo, onde a seleção dos EUA vai jogar contra a Alemanha o seu último e, possivelmente decisivo , jogo do grupo em 26 de junho. Há três semanas, após o jogo Santa Cruz x Paraná, pela Serie B, três pessoas ligadas à uma torcida organizada do Santa (fã clube organizado ou gang de hooligans, dependendo do seu ponto de vista), a Inferno Coral, jogaram um vaso sanitário da arquibancada superior do estádio do Arruda para a rua abaixo, onde ele atingiu e matou um torcedor do rival Sport.

Foi o último de uma série de incidentes violentos envolvendo as organizadas dos três clubes profissionais da cidade, Santa Cruz, Sport e Náutico, resultando em manchetes negativas ao redor do mundo. Então, há duas semanas, a polícia militar da cidade entrou em greve, em busca de um aumento salarial de 50%.

Grande parte do Recife desceu na ilegalidade, com saques generalizados nos subúrbios e um total de 27 assassinatos em 48 horas. O governo brasileiro enviou o exército para restaurar a calma, e logo havia tanques e carros blindados patrulham as ruas. A greve foi agora cancelada, e algum tipo de paz voltou para a cidade.

O blog foi uma das fontes ouvidas pelo jornalista. Eis o trecho:

A arena atraiu um público médio de 12.500 pessoas sem 2013, e dos 200 mil bilhetes disponíveis para os cinco jogos da Copa do Mundo na cidade, apenas 20% foram comprados por moradores da região metropolitana,  de acordo com Cassio Zirpoli, jornalista do Diario de Pernambuco, o jornal mais antigo em circulação da da América do Sul.

“Recife deveria estar animada em relação ao Mundial, mas o contexto político afetou as coisas”, afirma Zirpoli, referindo-se a decisão do ex-governador do estado, Eduardo Campos para concorrer à presidência do Brasil, estrategicamente se distanciando do torneio. O fato de que o Recife é a única cidade da Copa a se recusar a receber um Fan Fest também tem diminuído o entusiasmo, de acordo com Zirpoli.

“A Fan Fest é a única oportunidade para as pessoas sem ingressos para participar nas festividades oficiais da Copa do Mundo”, diz ele.

Apesar da divulgação de uma cidade em transe, os gringos virão. Muitos. E com isso o ranking de modalidades em destaque tende a mudar na SI…

Confira a versão original completa clicando aqui.