Campos da Granja Comary e Maracanã idênticos. Já o Serra Dourada e o Morumbi…

Campo principal da Granja Comary em junho de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Teresópolis – O campo principal da Granja Comary atende a todos as exigências da Fifa. Com 105 metros de comprimento por 68 metros de largura, o gramado cumpre à risca a 5ª versão do documento “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, elaborado pela própria Fifa, com 420 páginas. A revisão lançada em abril de 2011 foi a base para a Copa do Mundo de 2014.

Plantado pela empresa Greenleaf – a mesma responsável pela Arena Pernambuco -, o campo tem o tipo de grama bermuda celebratrion, retirada do viveiro de grama do Maracanã, m Saquarema.

Mesmo com as viagens no Mundial, com possíveis destinos a São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro, a Seleção continuará tendo como base de treinamentos a Granja Comary.

Daí o tratamento especial. Segundo a especificação oficial, o campo tem “drenagem espinha de peixe e irrigação ramal, que pode acionar até cinco aspersores de uma vez”.

Agora, a curiosidade. Se na Granja Comary a Seleção vai treinando num campo com dimensões características do Mundial, nos últimos dois amistosos preparatórios a situação é diferente.

Serra Dourada (Brasil x Panamá): 110m x 75m (8.250 m²)

Morumbi (Brasil x Sérvia): 108,25m x 72,7m (7.869,7 m²)

Granja Comary, arenas e CTs da Copa: 105m x 68m (7.140 m²)

Em campos maiores, naturalmente os passes são aplicados com mais força, as arrancadas são mais longas o senso de deslocamento é diferente etc. Talvez, essa diferença seja encarada como um pequeno detalhe. No futebol, entretanto, cada detalhe faz a diferença com a bola rolando. Seja na Granja, no Serra ou no Maraca.

One Reply to “Campos da Granja Comary e Maracanã idênticos. Já o Serra Dourada e o Morumbi…”

  1. Com um só volante de contenção seleção ficará vulnerável

    Milton Corrêa da Costa

    Felipão andou dando bronca, nos jogadores do time titular do Brasil, durante um treinamento coletivo na Granja Comary, onde os reservas acabaram saindo vitoriosos de campo. O motivo é simples: a vulnerabilidade do time na falta da rápida reposição da marcação, no momento em que se perde a posse de bola após um ataque. Detalhe: a seleção brasileira joga apenas com um autêntico volante de contenção à frente da zaga: Luis Gustavo. Paulinho, como é de sua característica, é segundo volante que chega à frente para finalizar. Por mais fôlego que tenha há determinados instantes da partida que não suportará o vai e vem constante. Raríssimos jogadores conseguem tal proeza.

    Hoje é notório observar, que nas disposições táticas das equipes de futebol, tendo em vista a maior capacidade física e velocidade dos atletas na atualidade, os times jogam com no mínimo dois volantes de contenção, justamente para dar maior consistência defensiva ao time, num momento de contra-ataque, liberando inclusive os laterais para também apoiarem a equipe com jogadas de linha de fundo. Observe-se que em dado momento da partida a seleção brasileira poderá ter até 07 (sete) jogadores ao mesmo tempo em situação de ataque: Neymar, Fred, Hulk, Oscar, Paulinho e os dois laterais, Daniel Alves e Marcelo.

    Imaginem, num jogo contra a Argentina, onde o adversário tradicional tem hoje um contra-ataque fulminante, com jogada vertical para dentro do gol, num time composto por nada mais nada menos do que Messi, di Maria, Aguero e Higuaín? Em que situação ficaria uma defesa onde apenas Luis Gustavo, Thiago Silva e David Luis, ali estivessem presentes para defender o quase sempre mortal e veloz contra-ataque dos argentinos ou mesmo de um time de menor capacidade técnica que se fecha e costuma jogar por uma bola mortal de contra-ataque?

    Por tudo isso seria de bom alvitre que o competente e atento Felipão passasse a repensar a formação tática de nossa seleção ante o perigo iminente e real. Neymar, Oscar e Fred, especialmente, não têm características de marcação num ir e vir que lhes faltará fôlego. O bom senso recomenda sacrificar, sacando do time principal, para dar maior consistência à defesa e ao meio campo da seleção, Oscar ou Hulk, lembrando que este último, pela invejável robustez e capacidade física, seja mais recomendável permanecer na equipe. Uma Copa do Mundo exige também muita força física, além da capacidade técnica.

    A decisão está, portanto, nas mãos de Felipão. A vulnerabilidade de nosso time, por mais que os espaços sejam reduzidos no gramado, é fato preocupante. Luis Gustavo agradeceria muito se tivesse mais próximo de si, mais um volante que poderá ser Fernandinho, Ramires ou William, sendo que este último tá sobrando na turma, como um jogador moderno que se mexe por todo gramado. Que Felipão pense na melhor fórmula de tornar o time menos vulnerável, antes que seja tarde. Copa do Mundo é uma prova de tiro curto.

    Vou mais além: entre Maicon e Daniel Alves, salvo melhor entendimento dos estudiosos e cronistas do futebol, fico com o primeiro por três motivos: mais consistente nas bolas altas alçadas sobre a defesa em razão de maior estatura, mais velocidade no contra-ataque e maior força física.

    Milton Corrêa da Costa é carioca, torcedor do Flamengo e sonha com o hexa da seleção

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