Sai o futebol, entra o colégio eleitoral

Urna eletrônica. Foto: U.Dettmar/Divulgação TSE

Um domingo sem futebol de norte a sul, de leste a oeste. No dia 5 de outubro, 142 milhões de brasileiros irão às unas para escolher os novos mandatos de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

É o tradicional costume democrático, presente de dois em dois anos.

Em Pernambuco, para o pleito de 2014, estão cadastrados 6.356.307 eleitores em 151 zonas, distribuídas em colégios, clubes e órgãos públicos.

Acredite, além do pausa obrigatória nos jogos, há outra relação direta no futebol.

Sede do Náutico, na Avenida Rosa e Silva. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Nas centenas de locais de votação no estado, historicamente os três clubes do estado já abrigaram as eleições oficiais no país.

Náutico e Santa Cruz não terão expediente administrativo ou esportivo nas dependências dos clubes no domingo, pois ambos foram selecionados pelo TRE. Não há qualquer contrapartida no uso do espaço, pois a ocupação é gratuita, segundo a lei prevista no código eleitoral.

Na sede dos Aflitos, integrante da 8ª zona, 4.050 pessoas estão aptas a votar. Na 9ª zona eleitoral, o Santa Cruz tem dois locais em suas dependências. Um na sede (3.581 pessoas) e outro na quadra (1.919), totalizando 5.500 pessoas.

Estádio do Arruda. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Este ano seriam 15.781 pessoas aptas ao voto nos patrimônios dos rivais. Seriam porque o Sport (6.231 pessoas) deixou de integrar a estrutura organizada pelo Tribunal Regional Eleitoral. O quadro passou ao BJ Colégio e Curso, na Madalena, também na 2ª zona.

Na descrição do TRE o local aparece como “Antigo Sport Club do Recife”.

O Leão foi palco de votação até 2012. Contudo, com a ideia de demolir o clube (que tinha três locais de votação em sua área) para a construção de uma arena, o TRE se antecipou e mudou o local.

Independentemente do local de cada um, que o voto seja consciente.

Sede do Sport, na Avenida Abdias de Carvalho. Crédito: Google Maps

Estadual a caminho do 9º regulamento diferente em 9 anos

Edital do Conselho Arbitral do Pernambucano de 2015. Crédito: site oficial da FPF

Após ser refeito várias vezes, o esboço do Estadual de 2015 é o seguinte:

Turno preliminar (Taça Miguel Arraes)
Oito clubes (América, Atlético, Central, Pesqueira, Porto, Serra Talhada, Vera Cruz e Ypiranga) disputarão a fase em jogos de ida e volta, totalizando 14 rodadas. Os dois primeiros avançam ao turno principal – e também garantem vaga na Série D. Os demais disputarão o hexagonal do rebaixamento, no qual os últimos dois colocados serão relegados à Série A2 de 2016.

Turno principal
Os dois melhores do primeiro turno irão se juntar a Náutico, Salgueiro, Santa Cruz e Sport. Outra fase em turno e returno. Após 10 rodadas, os quatro melhores se classificarão às semifinais. Posteriormente, os dois melhores irão à decisão. Os mata-matas serão em jogos de ida e volta.

Como ocorre desde 2007, o regulamento deverá ser diferente, indo de encontro ao Estatuto do Torcedor (relembre as fórmulas aqui).

O conselho arbitral da próxima competição, com os doze participantes, ocorrerá em 7 de outubro, pela primeira vez na Arena Pernambuco.

A queixa maior é sobre a presença do Santa no turno principal. Mesmo fora do Nordestão, o Tricolor acabou escapando da fase preliminar – e assim não corre risco de descenso. A explicação da federação é que os times das Séries A e B não podem jogar no mês de janeiro.

Qual é a sua opinião sobre a proposta da FPF?

O Superesportes ouviu os clubes e a maioria discordou do modelo.

A expansão da Caixa Econômica no Nordeste passa pelo Santa Cruz

Caixa Econômica Federal e Santa Cruz. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A negociação dos clubes pernambucanos com a Caixa Econômica Federal foi iniciada ainda em 2012, quando o banco começou a despejar muito dinheiro nos times do país. Só nesta temporada o investimento em patrocínio deve ser de R$ 111,9 milhões em 15 clubes das Séries A, B e C, sendo seis deles do Nordeste.

Só em 2014 assinaram contrato Sport, CRB, América-RN e ABC. Ao menos cinco clubes da região seguem em negociação, como Náutico, Santa Cruz, Ceará, Fortaleza e Icasa. Desses, um já tem o contrato totalmente protocolado. Informação do próprio diretor coral, Constantino Júnior.

O Tricolor aguarda apenas as certidões negativas com a receita federal. O departamento jurídico, aliás, vem trabalhando basicamente nisso – independentemente da possível Lei de Responsabilidade Fiscal. Vale lembrar que em fevereiro o senador pernambucano Humberto Costa se reuniu em Brasília com o presidente da Caixa, Jorge Hereda. Na pauta, a adesão do trio.

Depois aquele episódio, somente o Leão, bem mais ajustado que os rivais financeiramente, conseguiu. Ainda assim, teve que gastar R$ 4 milhões para ficar em dia com os tributos e obter a certidão necessária.

No caso coral – mirando 2015 -, já há até o sinal positivo do Cimento Poty, o único patrocinador estampado no uniforme. Em relação ao valor, basta ver a distribuição das receitas nas três divisões. O Santa não deve embolsar menos de R$ 2 milhões em um ano. O clube quer ao menos três milhões…

Patrocínio da Caixa Econômica Federal no Nordeste

Série A
Sport – R$ 6 milhões
Vitória – R$ 6 milhões

Série B
ABC – R$ 2 milhões
América-RN – R$ 2 milhões

Série C
ASA – R$ 500mil
CRB – R$ 500 mil

Patrocínio da Caixa nos clubes do Nordeste: ABC, América, ASA, CRB, Sport e Vitória