Salgueiro avança na Copa do Brasil e arma duelo histórico contra o Flamengo

Salgueiro x Flamengo

Um jogo histórico para o sertão pernambucano, sem dúvida alguma.

O Salgueiro receberá o Flamengo na Copa do Brasil. O inédito duelo contra o time mais popular do país, no Cornélio de Barros, se tornou possível por causa da bela apresentação do Carcará em Teresina, onde goleou o Piauí por 5 x 1, com três gols de Kanu. O Mengão já havia despachado o Brasil de Pelotas.

É fato que os 10.240 lugares do estádio serão ocupados às pressas. O mando já foi confirmado pelo presidente do clube, Clebel Cordeiro, de forma antológica. “Por que o comedor de rapadura de Salgueiro só pode ver jogo pequeno no estádio e os grandes na televisão? Ele tem que assistir a todos no estádio”.

Que não haja mudança para a Arena Pernambuco por uns trocados.

No Sertão, o jogo deve ser uma atração. Se na Região Metropolitana do Recife não se discute a força das torcidas de Sport, Santa e Náutico, no interior a influência de flamenguistas e corintianos é clara. Quanto mais longe, maior. Eis os percentuais do Trio de Ferro na última pesquisa de torcida encomendada pela FPF (Instituto Opine, 2008): RMR 68,7%, Zona da Mata 51,6%, Agreste 34,4%, Sertão 11,2% e Sertão do São Francisco 6,8%. Neste caso, são 515 km.

A possível renda recorde será somada às duas cotas do Salgueiro no torneio, de R$ 200 mil na 1ª fase e R$ 240 mil na 2ª. Por sinal, este ano o clube vem obtendo receita basicamente pelos seus méritos em campo, como na campanha no Nordestão até as quartas de final, com R$ 615 mil em premiação.

Esta será a segunda ida do Fla ao interior do estado para uma partida oficial. Em 1986 passou no Agreste, na Série A. Num Lacerdão com 24.450 pessoas, perdeu do Central por 2 x 1. Chegou a vez do Salgueiro fazer história…

Prejuízo milionário na Arena Pernambuco pelo segundo ano seguido. O estado paga

Arena Pernambuco na Copa do Mundo de 2014. Foto: Fifa/divulgação

A Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. já fechou dois balanços anuais de operação. Em ambos, prejuízo. O rombo já chega a R$ 54,1 milhões. O número está presente no balanço da parceria público-privada no Diário Oficial do Estado deste 31 de março de 2015. As duas primeiras temporadas tiveram períodos distintos. Em 2013, com prejuízo de R$ 29,7 milhões, a operação começou em julho, após a Copa das Confederações, enquanto em 2014 (déficit de R$ 24,4 mi) o estádio passou quase dois meses sob administração da Fifa.

No texto enviado pela assessoria (abaixo), a direção da arena enumera os principais motivos para o péssimo desempenho, frisando mais uma vez a mobilidade falha (fato, sobretudo com a Radial da Copa incompleta), mas também os jogos às 22h e com transmissão na tevê, além da falta de mais partidas de Santa Cruz e Sport. Em relação aos horários dos jogos, por mais que a administração tenha uma certa razão, o fato não pode ser encarado como surpresa, pois qualquer um sabia desta agenda. Antes mesmo do início das obras em São Lourenço.

Com o déficit milionário, a contraprestação pública segue no mesmo nível. Na PPP, o governo do estado tem que cobrir o rombo no faturamento anual caso a receita seja abaixo de 50% da meta (inatingível) de R$ 110 milhões. Em 2014, a receita foi de apenas R$ 23,4 milhões. A Fundação Getúlio Vargas irá produzir um estudo de reavaliação do contrato, mas vai ser difícil fechar esta conta…