Classificação da Série A 2015 – 20ª rodada

A classificação da Série A 2015 após 20 rodadas. Crédito: Superesportes

Os rubro-negros largaram muito mal no returno. O Sport perdeu do Figueirense de virada, em Florianópolis, chegando a seis partidas sem vitória. O hiato chega a um mês. Apesar disso, contou com a “sorte”, porque a distância do G4 se manteve em dois pontos (33 x 31), uma vez que apenas os três primeiros colocados pontuaram (Corinthians, isolado na ponta, Galo e Grêmio).

Perderam Fluminense, Palmeiras, São Paulo Sport e Atlético-PR, com todo mundo guardando posição. No caso do Leão, o 7º lugar. Dos cinco, só o Furacão não caiu de virada. Sobre a briga pela quarta vaga, o cenário ficou mais acirrado, com os cinco jogando em casa no próximo fim de semana, após os jogos da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Sem contar que ainda tem mais dois possíveis candidatos se aproximando, Inter e Santos.

Lá embaixo, o Vasco está numa situação crítica. Lanterna absoluto (com a vexatória marca de 8 gols em 20 jogos), continuará em último mesmo vencendo os dois próximos jogos e contando com duas derrotas do vice-lanterna, o Joinville. A menos que também tire 19 gols de diferença no saldo…

A 21ª rodada do representante pernambucano
30/08 (16h00) – Sport x Flamengo (Arena Pernambuco)

Histórico no Recife pela elite: 6 vitórias leoninas, 4 empates e 3 derrotas.

A 20ª classificação da Segundona 2015

A classificação da Série B 2015 após 20 rodadas. Crédito: Superesportes

Do 1º ao 8º lugar a diferença é de seis pontos, mesmo com vinte rodadas disputadas. O equilíbrio na Série B, em busca do acesso à elite, é um dos maiores nos últimos anos. Ao mesmo tempo em que o pelotão com oito times se estabelece, cresce a dúvida sobre os donos das vagas, com leve favoritismo para o Vitória, até mesmo pela regularidade.

Os pernambucanos seguem abaixo do quarteto, mas próximos, apesar das mudanças na última rodada. O Náutico foi goleado pelo Luverdense e viu a distância aumentar de um para dois pontos, caindo do 5º para o 7º lugar. Com Grafite decidindo de novo, o Santa Cruz venceu o Macaé e encurtou novamente a distância, agora de cinco para três pontos, se mantendo na 8ª colocação.

A rodada só acabou no domingo, com a incomum marcação de jogos no dia, um às 11h e outro às 16h. Neste último, o Ceará finalmente deixou a lanterna. Esboçando uma reação, o campeão nordestino venceu o Paraná por 4 x 3, marcando dois gols nos descontos.

No G4, um baiano, um carioca, um mineiro e um maranhense.

A 21ª rodada dos representantes pernambucanos
29/08 (16h30) – Náutico x Boa Esporte (Arena Pernambuco)
29/08 (16h30) – Paraná x Santa Cruz (Durival de Britto)

Borg Lantz, o atrapalhado sueco que colocou Beckenbauer na rota do Náutico

Amistoso em 1979: Cosmos 0x0 Náutico. Crédito: Placar/reprodução

Em 1979, o Náutico fez uma excursão internacional com um roteiro improvável: Caribe, Oriente Médio e Suécia. Tudo começou a partir de uma promessa de cotas de US$ 4 mil a cada jogo. E seriam oito nas Antilhas, amistosos contra equipes tecnicamente limitadas. Dinheiro fácil, sem aperreio em campo. Ao menos nas palavras de Borg Lantz, o empresário sueco que entrou em contato com Hélio Pinto, o intermediário junto ao Alvirrubro. Fora do combinado, o ponto alto seria justamente a estreia, digna de um conto do vigário. Segundo o divertido relato assinado por Lenivaldo Aragão na revista Placar da época, previsão era enfrentar a seleção de Trinidad e Tobago. Só para chegar lá já foi bronca, com troca de avião em Manaus, após um defeito na aeronave, escala na Guiana Francesa, com os jogadores batendo três vezes na madeira para evitar o azar, e finalmente o destino, Port of Spain, três dias depois.

Na alfândega do aeroporto local, o time ficou preso durante cinco horas, até a chegada do despachante com o contrato  assinado por Lantz. No papel estava “New York Cosmos”, também excursionando, a caminho da Colômbia. Era o milionário time ianque, de 1970 a 1985, famoso por contratar estrelas do futebol, inclusive um tal de Pelé – e reativado em 2010. Aquela equipe tinha ninguém menos que Franz  Beckenbauer, já consagrado aos 34 anos, o artilheiro italiano Giorgio Chinaglia e o diabo loiro Marinho Chagas, que brilhara na lateral timbu sete anos antes. Um jogão, mas com cara de goleada, num temor do jovem time pernambucano, que tinha entre os mais experientes Didi Duarte (28 anos) e Campos (26). Em 7 de março de 1979, o Queen Stadium foi tomado por 20 mil pessoas, mais interessadas na presença do Cosmos. Entretanto, o público saiu sem ver um golzinho sequer, graças ao goleiro Ademar, que defendeu uma cabeçada de Chinaglia. Acompanhado do italiano, o Kaiser foi ao vestiário timbu cumprimentar o goleiro após o jogo. E os alvirrubros, como o lateral Carlos Alberto Rocha, tiraram fotos com o craque alemão. O time enfim se animara com a viagem.

Empolgação à parte, a agenda do sueco se desmanchou, com cancelamentos, brigas nos bastidores e nove dias sem jogos. Turismo puro, até o dia 16, quando o Náutico venceu Barbados por 3 x 1. Com isso, já garantia oito mil dólares. Na lábia, Lantz convenceu a todos de que pagaria a quantia em Copenhague (na Dinamarca!), numa conexão para mais partidas. E não é que o Náutico topou? Com Hélio Pinto contendo a justa impaciência de José Omar Braga, chefe da delegação alvirrubra, e dos próprios atletas, que ameaçaram não entrar em campo. Mas a grana foi paga e a excursão seguiu, com quatro vitórias nos campos sintéticos do mundo árabe. Mais dólares e um novo local de pagamento: a casa de Lantz. O empresário aproveitou, como não poderia deixar de ser, para promover mais um amistoso na Suécia, contra o Malmö. O adversário vivia grande fase e seria o vice-campeão europeu daquele ano. Em 6 de abril, cinco dias antes da semifinal, venceu o desgastado time do Recife por 1 x 0. Terminava ali a viagem mais longa do Náutico, com tantas histórias que houve até agradecimento ao “esforço” de Lantz…

Time do Cosmos em 1979