Recalculando as pesquisas de torcida a partir da estimativa do IBGE em 2015

Torcidas de Sport, Santa Cruz e Náutico. Fotos: Diario de Pernambuco

O IBGE nunca mensurou o tamanho das torcidas dos clubes brasileiros. Ainda assim, o censo é primordial para esse cálculo, claro. Qualquer projeção de torcida feita por outros institutos de pesquisa utiliza as estimativas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além do censo absoluto a cada 10 anos (2000, 2010, 2020…), são feitas estimativas anuais, utilizadas das mais diversas formas socioeconômicas (daí, a natural falta de tempo, e interesse, para fomentar algo no esporte). Os dados oficiais da população brasileira em 2015 acabam de ser divulgados pelo IBGE no Diário Oficial da União, tendo como data de referência para os habitantes do país o dia 1º de julho.

A partir disso, o blog recalculou as pesquisas de torcida mais recentes em cada região de interesse para o futebol local (Recife, Grande Recife, Pernambuco e Brasil). Caruaru e Goiana, o únicos municípios fora da região metropolitana com pesquisas específicas já divulgadas, também entraram na conta. As diferenças nos percentuais podem ser explicadas tanto pela margem de erro de cada estudo quanto pelas amostragens (quanto mais gente ouvida, teoricamente melhor). No caso do Ibope, a diferenças entre Pernambuco e Brasil, com o Tricolor tendo mais gente no estado do que em todo o país, se deve ao arrendondamento dos percentuais (para mais ou para menos). Vamos às estatísticas dos clubes pernambucanos mencionados.

Brasil (204.450.649 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 7.005 entrevistados (26 estados e o DF)
Margem de erro: 1,0%

15º) Sport – 1,2% (2.453.407)
17º) Santa Cruz – 1,0% (2.044.506)
* O Ibope divulgou os dados nacionais dos 18 primeiros. Náutico não figurou.

Pernambuco (9.345.173 habitantes)
Ibope 2014
Período: 05/12/2013 a 14/02/2014
Público: 300 entrevistados (nº de municípios não divulgado)
Margem de erro: 1,0%

1º) Sport – 26,3% (2.457.780)
2º) Santa Cruz – 24,0% (2.242.841)
4º) Náutico – 5,3% (495.294)

Grande Recife (3.914.317 habitantes)
Exatta 2014
Período: janeiro de 2014
Público: 600 entrevistados
Margem de erro: não divulgada

1º) Sport – 42% (1.644.013)
2º) Santa Cruz – 27% (1.056.865)
3º) Náutico – 10% (391.431)

Recife (1.617.183 habitantes)
Plural 2015
Período: junho de 2015
Público: 800 entrevistados
Margem de erro: 3,46%

1º) Sport – 36% (582.185)
2º) Santa Cruz – 31% (501.326)
3º) Náutico – 10% (161.718)

Caruaru (347.088 habitantes)
Plural 2014
Período: 4 a 5 de janeiro de 2014
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%

1º) Sport – 17% (59.004)
3º) Santa Cruz – 8% (27.767)
4º) Central – 7% (24.296)
6º) Náutico – 5% (17.354)
10º) Porto – 1% (3.470)

Goiana (78.618 habitantes)
Plural 2015
Período: junho de 2015
Público: 400 entrevistados
Margem de erro: 4,9%

1º) Sport – 25% (19.654)
2º) Santa Cruz – 13% (10.220)
3º) Náutico – 7% (5.503)

Hernanes, o pernambucano que mais movimentou dinheiro entre clubes

Hernanes acertou com a Juventus em 2015. Foto: Juventus/twitter

O meia Hernanes é o jogador pernambucano que mais movimentou dinheiro entre clubes na história do futebol. Com o acerto na Juventus, por três anos, o atleta chegou a três transações milionárias. Ao todo, US$ 57,1 milhões. Superou um mito, Rivaldo, que também teve três transações de peso, somando 42 milhões. Hernanes foi revelado pelo Unibol, clube-empresa hoje licenciado na FPF, indo sem custo ao São Paulo. De lá, seguiu para a Lazio, depois para a Internazionale e agora chega à Velha Senhora, tudo entre 2010 e 2014.

Usando as ferramentas de cálculos monetários à disposição na web, o blog atualizou os números dos dois jogadores, com as cotações de cada época. Por mais que a moeda utilizada nas transferências de Hernanes tenha sido o euro, o levantando utilizou o dólar para fazer a comparação a Rivaldo, uma vez que na época das transferências do melhor do mundo em 1999 sequer existia o euro – que curiosamente entrou em vigor no ano em que ganhou a Bola de Ouro.

Revelado pelo Santa, Rivaldo foi para o Mogi no fim de 1991. Apesar do valor irrisório na época, a Placar publicou em 1999 que a venda teria sido firmada em 250 mil dólares (carecendo de fontes locais). Teoricamente, Rivaldo movimentou mais dinheiro que Hernanes, mas não entre clubes. Após deixar o Milan, ele passou a ser “livre”, dono dos próprios direitos federativos. Assim, recebeu integralmente no Olympiakos, AEK, Bunyodkor e Kaburscorp, entre 2004 e 2012.

Hernanes
08/2010 – US$ 17.613.000 (R$ 31 milhões), São Paulo/Lazio
01/2014 – US$ 27.234.000 (R$ 64 milhões), Lazio/Internazionale
08/2015 – US$ 12.334.000 (R$ 44,7 milhões), Internazionale/Juventus
Valor absoluto em dólares: 57.181.000
Valor absoluto em reais: 139.700.000

Rivaldo
12/1994 – US$ 2.400.000 (R$ 2.016.000), Mogi Mirim/Palmeiras
07/1996 – US$ 9.000.000 (R$ 9.045.000), Palmeiras/La Coruña
07/1997 – US$ 29.600.000 (R$ 31.672.000), La Coruña/Barcelona
Valor absoluto em dólares: 41.000.000
Valor absoluto em reais: 42.733.000

Apesar da comparação dolarizada, de acordo com a economia mundial, também vale fazer uma análise mais aprofundada no mercado nacional, com a correção da inflação, uma vez que foram seis períodos distintos. De acordo com o índice IGP-DI, em 31/08/2015, a correção seria a seguinte:

Hernanes: R$ 157.156.080
Rivaldo: R$ 174.501.309

Os primeiros contratos inscritos na FPF: Hernanes e Rivaldo.

A reta final da Copa do Brasil 2015

Chaveamento da Copa do Brasil 2015. Foto: CBF/divulgação

A CBF sorteou os confrontos das quartas de final da Copa do Brasil de 2015. No evento mediado pelo narrador Cleber Machado, na sede da confederação, as bolinhas amarelas não trouxeram nenhum clássico estadual, como na fase anterior, mas garantiram bons duelos. A diferença neste sorteio é que enfim foi traçado o caminho até a decisão, com os chaveamentos pré-definidos nas fases seguintes. Confira as primeiras impressões do blog.

São Paulo x Vasco 
O time de Osorio é franco favorito no confronto. Mesmo instável no Brasileirão, briga pela 4ª colocação. Na Copa do Brasil, o histórico é que não ajuda. O São Paulo é o único grande paulista sem o título (foi vice em 2000, perdendo aos 45 do 2º tempo). Pegará um time virtualmente rebaixado. Segundo o Chance de Gol, o Vasco tem 99% de chance de cair. Ao Respeito, a copa poderia ser uma “saída” no ano. A seca de gols é a bronca (na elite, fez apenas 8 em 21 jogos).

Figueirense x Santos
O Figueira vem duas classificações nos minutos finais, contra Botafogo e Atlético Mineiro. Vice-campeão em 2007, o clube catarinense mira a premiação de R$ 1 milhão à semifinal, que o ajudaria em sua principal caminhada, a permanência na elite. Enfrentará o Peixe, ascendente e bem mais técnico, com Ricardo Oliveira e Lucas Lima decidindo. Campeão em 2010, o Santos enxerga no mata-mata a grande chance de retornar à Libertadores.

Palmeiras x Internacional 
Foi a terceira chave sorteada. Àquela altura, havia 50% de chance de sair um Gre-Nal. Vindo de um 5 x 0, o Colorado ainda precisa se recompor para tentar dar o troco. O duelo entre campeões (Palmeiras em 1998/2012 e Inter em 1992) terá dois times à vera. Com um elenco numeroso, o Verdão tem plenas condições de focar a copa. Precisa melhorar a defesa, pois vendo sofrendo muitos gols na Allianz Arena, no Brasileirão. Aqui, o gol fora pesa ainda mais.

Grêmio x Fluminense
O Tricolor Gaúcho busca um título nacional desde 2001. Curiosamente, aquele foi o ano do tetra da Copa do Brasil. Para chegar ao penta (seria o maior campeão) tende a pegar um dos caminhos mais difíceis até o título. Campeão em 2007 (o gol do título foi anotado por Roger, atual técnico gremista), o Flu oscila no Brasileirão, ainda buscando uma formação compacta com Ronaldinho Gaúcho. Ah, o craque deverá ser tema de muitas pautas neste confronto…

Pitacos do blog sobre os semifinalistas: São Paulo, Santos, Inter e Grêmio.

Confira a postagem sobre as cotas do Copa do Brasil clicando aqui.

Sorteio do chaveamento da Copa do Brasil 2015. Foto: CBF/divulgação

Podcast 45 (166º), Vitória do Náutico (Boa) e derrotas de Santa (Paraná) e Sport (Fla)

O fim de semana registrou apenas uma vitória local. Em casa, claro, pois longe do estado, em 2015, os resultados não estão vindo. Dos 31 jogos como visitante, com Sport, Náutico e Santa nas Séries A e B, foram apenas 2 vitórias, ambas na segundona. Não por acaso, o Leão é o único da elite que ainda não venceu fora. E nem em seu reduto está fácil. O 45 minutos começou o revés diante do Flamengo, na Arena, com a consequência para o jogo em Curitiba, quarta. Na sequência, a suada vitória alvirrubra sobre o Boa Esporte, que deixou o time encostado no G4. Por fim, a displicência coral contra o Paraná, que brecou a ascensão e ainda terminou com Grafite e Aquino suspensos.

Confira um infográfico com as principais atrações da gravação aqui.

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!