Com calendário garantido, o América volta aos velhos clássicos no Estadual

América classificado ao hexagonal do título do Estadual 2016, garantindo ainda as vagas na Série D e 2016 e 2017. Crédito: América (facebook.com/americafcpe)

O América não enfrentava os grandes clubes do Recife desde 2012. Classificado ao hexagonal do título, o Mequinha reviverá velhos clássicos do futebol pernambucano, na época em que era considerado um dos grandes, justificando os seis títulos em sua galeria na Estrada da Arraial. Tendo como principal nome o atacante Carlinhos Bala, que já defendeu Santa, Sport e Náutico, o Alviverde festejou a classificação em Pesqueira, com os jogadores segurando calendários para uma foto. Datas asseguradas, literalmente. Afinal, o time jogará a Série D no segundo semestre, em 2016 e em 2017. Antes, tem o Estadual pela frente, com seis confrontos de farta história.

Desde a pioneira edição do Pernambucano em 1915, na condição de co-fundador da liga sportiva, o América enfrentou o Trio de Ferro em 899 oportunidades, segundo o pesquisador Carlos Celso Cordeiro. Venceu 168 vezes, ou 18,68% jogos. Nada mal para quem não é campeão há 72 anos…

Clássico da Amizade – América x Santa Cruz
313 jogos
195 vitórias tricolores (62,30%)
54 empates (17,25%)
63 vitórias alviverdes (20,12%)
1 resultado desconhecido (0,31%)

Primeiro jogo: Santa Cruz 4 x 0 América (10/10/1915, Campina do Derby)
Último jogo: Santa Cruz 5 x 0 América (08/04/2012, Arruda)

Clássico da Técnica e da Disciplina – América x Náutico
296 jogos
185 vitórias alvirrubras (62,50%)
57 empates (19,25%)
54 vitórias alviverdes (18,24%)

Primeiro jogo: Náutico 0 x 6 América (15/08/1916, British Club)
Último jogo: América 2 x 2 Náutico (29/02/2012, Ademir Cunha)

Clássico dos Campeões – América x Sport
290 jogos
194 vitórias rubro-negras (66,89%)
43 empates (14,82%)
51 vitórias alviverdes (17,58%)
2 resultados desconhecidos (0,68%)

Primeiro jogo: Sport 2 x 3 América (09/04/1916, British Club)
Último jogo: América 2 x 4 Sport (10/03/2012, Ademir Cunha)

Sem ingresso subsidiado, média da 1ª fase do Estadual cai para 838 pessoas

Estadual 2016, 1ª fase: Central 2x0 Belo Jardim. Foto: Victor Hugo Assis/divulgação

A primeira fase do Campeonato Pernambucano de 2016 foi a mais enxuta desde que a competição passou a ter o formato, seguido de fase decisiva com os grandes clubes. Foram apenas 24 partidas. Sem o Todos com a Nota, o público despencou. Segundo o borderô, foram apenas 19.275 torcedores em 23 jogos – América 2 x 2 Pesqueira, na abertura, ocorreu de portões fechados, por falta de laudos técnicos no Ademir Cunha. Assim, a média foi de 838 testemunhas, o que deverá refletir no índice final da competição, mesmo com os clássicos. A arrecadação bruta foi de R$ 192.675, com média de R$ 8.377.

Os números diminuíram, mas a impressão é que os estádios seguem vazios há tempos. Desde as seguidas denúncias do Diario de Pernambuco sobre públicos fantasmas, a fiscalização tornou-se mais rigorosa, com o índice caindo de 4 mil pessoas, sempre com a carga esgotada, para 2.451 torcedores em 2015, no último ano subsidiado, com o TCN correspondendo a 92%. Sem apoio estatal, menos de mil espectadores por jogo. Em relação à arrecadação, a FPF tem direito, segundo regras próprias, a uma taxa de 8% sobre a bilheteria de todos os jogos. Logo, arrecadou R$ 15.414 na primeira fase desta temporada.

Médias na 1ª fase do Pernambucano
2013 – 36 jogos
Público: 4.793 pessoas (total de 172.572)
Renda: R$ 29.492 (total de R$ 1.061.721)

2014 – 72 jogos
Público: 4.357 pessoas (total de 313.731)
Renda: R$ 24.457 (total de R$ 1.760.934)

2015 – 56 jogos
Público: 2.451 pessoas (total de 137.307)
Renda: R$ 18.937 (total de R$ 1.060.492)

2016 – 23 jogos (+ um jogo de portões fechados)
Público: 838 pessoas (total de 19.275)
Renda: R$ 8.377 (total de R$ 192.675)

Central e América foram os classificados para o hexagonal do título. O blog, então, continuará levantando as médias dos clubes no hexagonal do título.

1º) Central (3 jogos como mandante, no Lacerdão)
Público: 6.111 torcedores
Média de 2.037
Taxa de ocupação: 10,18%
Renda: R$ 93.170
Média de R$ 31.056)

2º) América (2 jogos como mandante, no Ademir Cunha*)
Público: 1.380 torcedores
Média de 690

Taxa de ocupação: 5,52%
Renda: R$ 5.320
Média de R$ 2.660
* Um jogo ocorreu de portões fechados

Pernambucano 2016, 1º turno: América 1x0 Serra Talhada. Foto: América (facebook.com/americafcpe)

Classificação do Ministério do Esporte: Arena PE 5, Ilha 3, Arruda e Aflitos 2

Análise da Sisbrace sobre os estádios pernambucanos

A partir de agora, os principais estádios do Brasil têm uma avaliação oficial, através do Ministério do Esporte. A pasta criou o Sistema de Classificação de Estádios (Sisbrace), numa parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como ocorre em hotéis, de uma a cinco estrelas, as praças esportivas foram avaliadas de uma a cinco bolas.  Durante dois anos, foram detalhados 155 estádios em 129 cidades do país, sendo 8 em Pernambuco, com cinco na região metropolitana, um em Caruaru, um em Salgueiro e um em Petrolina.

A análise levou em conta segurança, conforto, acessibilidade e vigilância sanitária. No cenário local, sem surpresa, a Arena Pernambuco foi a única com a nota máxima (apenas 13 estádios do país conseguiram cinco bolas). Apesar da capacidade de público inferior (32 mil x 60 mil), a Ilha do Retiro ficou à frente do Arruda, que acabou penalizado pela higiene.

A classificação no catálogo de 2015 tem validade de 36 meses. Para 2016, o estudo deve contemplar mais 140 estádios. Segundo o comunicado do ministério, “uma nova avaliação pode ser solicitada pelos gestores dos estádios antes do término do período, a fim de que seja verificado o atendimento às exigências e sempre que o responsável pelo estádio entender que melhorias e adequações realizadas justificam o pedido”.

Classificação geral no país:
5 bolas – 13 (Arena Pernambuco)
4 bolas – 3
3 bolas – 51 (Ilha do Retiro)
2 bolas – 59 (Arruda, Aflitos, Ademir Cunha, Cornélio de Barros e Paulo Coelho)
1 bola – 29 (Lacerdão)

O projeto foi lançado em 2012, inspirado no modelo europeu, que tem Wembley e Stade France com cinco estrelas, entre outros. O orçamento para a produção do levantamento, feito nos últimos dois anos, foi de R$ 5,4 milhões.