Aos 80 anos, o grito de Cazá Cazá segue vivo no Sport como expressão popular

Registro do lema do Sport em 1936, "Pelo Sport Tudo"

O lema “Pelo Sport Tudo” surgiu em 1936, na campanha para a construção da Ilha do Retiro, cujo terreno numa área “distante” do Recife foi comprado naquele ano, tendo apenas um casarão para a sede. No mesmo ano, Sebastião Lopes escreveu a letra de um frevo-canção, com um arranjo do maestro Nelson Ferreira. Também conhecida como “Moreninha”, a música, que por anos teve status de hino rubro-negro, entoava pela primeira vez o “cazá cazá” no Sport.

Moreninha que estas dominando
Desacatando agora pelo entrudo (2x)
Chegou a hora de gritares loucamente
Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo!
Vejo no batom dos teus lábios
E no teu cabelo ondulado
As cores que dominam altaneira por morena
Do meu glorioso estado
Moreninha que estas dominando
desacatando agora pelo entrudo (2x)
Chegou a hora de gritares loucamente
Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo!
Ter passado o carnaval
Pra que não te falte a boa sorte
Tira da minha vida e te manter eternamente
Tudo, tudo pelo Sport
Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá
A turma é mesmo boa… É mesmo da fuzarca!
Sport! Sport! Sport!

A Ilha seria inaugurada logo depois, e em 1938, após dez anos, o clube voltaria a ser campeão estadual, com o primeiro grito de guerra bradado por um solista. É difícil precisar quando a torcida passou a gritar de forma uniforme, mas é seguro afirmar que há décadas o tempo verbal sobre a atitude do clube é “então como é, como vai ser e como sempre será”, com algumas versões “e para sempre será”. Inclusive está gravado no site oficial (veja aqui).

Crítico de música do Jornal do Commercio, José Teles esmiuçou em pesquisas um outro registro sobre a origem, mas focando no “cazá cazá” – Sport, Vasco, Portugal?. Seja já lá qual for a gênese, o caminho da expressão à Ilha teria passado pelo carnaval recifense, nos desfiles da Turma Boa, bloco em 1930, com a expressão “é mesmo de amargar” em vez de “é mesmo da fuzarca”.

O grito de guerra do Sport, cazá cazá. Fonte: Site oficial do Sport

Em 2016 o famoso grito de guerra do Leão completa 80 anos, considerando o primeiro registro conhecido. E a data acaba marcada por uma tentativa de mudança por parte da direção. A pedido do presidente leonino, João Humberto Martorelli, o tempo verbal do solista passa a ser “como foi, como é e para sempre será”, em qualquer canal do clube, partindo da Rádio Ilha. Na estreia, no jogo contra o Fortaleza, no Nordestão, já causou estranheza a nova versão. Assim, um mísero detalhe tornou-se uma polêmica junto à torcida, com o dirigente justificando a releitura através de sua assessoria.

“Seguindo uma orientação do autor do hino do Sport, Eunitônio Pereira, que também pediu a composição do cazá cazá, o presidente solicitou que se resgatasse e preservasse o grito da forma tradicional, o que não significa que a torcida não possa cantar como quiser. É a expressão popular.”

De fato, Eunitônio pediu a Nelson Ferreira, um famoso compositor tricolor, a criação de um frevo-de-rua inspirado no grito. Em 1955, no cinquentenário do Sport. Daí surgiu a música Cazá Cazá, ainda tocada nas rádios. Sem letra, só no ritmo dos metais, a simulação do cazá cazá é sempre puxada pela orquestra Treme Terra. E é bem provável que nem mesmo Martorelli tenha escutado outra forma a não ser “como é, como vai ser e para sempre será”…

Pelo Sport Tudo / Moreninha (1936, Nelson Ferreira e Sebastião Lopes)

Cazá Cazá (1955, Nelson Ferreira)

As novas lojas virtuais de Sport e Santa

Logo da Cazá do Sport e da Loja Cobra Coral, as lojas oficiais de Sport e Santa Cruz em fevereiro de 2016

Dando sequência ao trabalho nas novas lojas oficiais, Sport e Santa Cruz lançaram os sites oficiais dos estabelecimentos. No caso leonino, após uma campanha de marketing, gerando engajamento para “liberar” o acesso, entrou no ar o site da Cazá do Sport, administrado pelo Netshoes.

Além dos produtos oficias da Adidas relacionados ao clube, existem produtos à parte, como um boné da Champions League, por exemplo. Em relação às roupas casuais, peças de outras fabricantes (como a Braziline) estão no catálogo, uma vez que a loja engloba qualquer produto licenciado do Leão.

No caso tricolor, com a Loja Cobra Coral, operada pela PE Retrô, a vitrine virtual é formada pelas seções oficiais (da Penalty), retrô (da própria PE Retrô), casuais e acessórios – esta última ainda em construção. Além da opção no site, há também uma ferramente de contato via whatsapp (98887-4019). No Náutico, a Timbushop segue como a loja oficial do clube, mas a página virtual do empreendimento encontra-se fora do ar, mesmo com o link direcionado através do site  oficial do clube.

Confira as homes das lojas do Sport e do Santa, com estilos bem distintos.

Home do site oficial da loja Cazá do Sport em 18/02/2016

Home do site oficial da Loja Cobra Coral em 18/02/2016

Campeonato Pernambucano Celpe, o novo naming rights do Estadual 2016

O novo "naming rights" do Estadual 2016, "Campeonato Pernambucano Celpe". Foto: Thaís Lima/Esp/DP

Após dois anos, o Estadual volta a ter um “naming rights”, atrelando o nome da competição a um patrocinador. A partir de agora, “Campeonato Pernambucano Celpe”, num contrato de um ano com a empresa que fornece energia para os 184 municípios pernambucanos, privatizada em 2000. Numa coletiva na sede da FPF, o presidente da entidade, Evandro Carvalho, anunciou a parceria junto ao presidente da empresa, Antônio Carlos Sanches, ladeado por dirigentes de Náutico (Marcos Freitas), Sport (Arnaldo Barros) e Santa Cruz (Alírio Moraes).

Além da divulgação da nova marca, há a possibilidade de promoções, como ingressos em troca de mensalidades quitadas sem atraso – a conferir. Em relação ao aporte, nem a federação nem a Celpe revelaram valores. Entretanto, em janeiro o mandatário da federação havia informado ao blog o patamar esperado. Entre cervejarias e montadoras, a FPF havia recebido propostas de R$ 500 mil a R$ 800 mil, mas a intenção era fechar por R$ 1 milhão líquido, uma vez que a agência de marketing envolvida ficaria com 20% da receita bruta.

A primeira incursão local neste tipo de negócio aconteceu em 2009, quando o então presidente Carlos Alberto Oliveira chegou a um acordo com a Ambev. O valor seria de R$ 800 mil, com o nome “Campeonato Pernambucano Brahma Fresh”. O veto estadual às bebidas alcoólicas, no mesmo ano, resultou no distrato. O primeiro torneio com um nome comercial efetivado foi em 2011, num contrato de quatro temporadas com a Coca-Cola. Nas duas primeiras edições, R$ 600 mil/ano. Depois, subiu pra R$ 1 milhão/ano. Agora, um pouco de luz ao apagadíssimo Estadual de 2016, com a verba extra repartida entre os clubes…

O novo "naming rights" do Estadual 2016, "Campeonato Pernambucano Celpe". Foto: Thaís Lima/Esp/DP

Podcast 45 (216º) – As vitórias de Sport e Santa no Nordestão e o clima do clássico

Jogando na noite de quarta-feira, no mesmo horário, Sport e Santa venceram com autoridade no Nordestão. Diante de Fortaleza e Confiança, 2 x 0. Os jogos pautaram esta edição do 45 minutos, analisando o sistema de jogo rubro-negro, confirmado por Falcão, com inúmeras bolas alçadas para Túlio de Melo, e a manutenção da formação com dois volantes pegadores no Tricolor, com mais liberdade a João Paulo. Os resultados mudaram o clima do Clássico das Multidões, pelo Estadual, o primeiro do ano que marca o centenário do confronto. No fim, um debate sobre a política de ingressos do Sport, com valores altos forçando a associação, mas rechaçando a parcela carente da torcida.

Neste podcast, com 1h35 de duração, estive ao lado de Celso Ishigami, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

O festival de taças amistosas na temporada de Náutico, Santa e Sport

Títulos amistosos de Sport (Ariano Suassua), Santa Cruz (Chico Science e Henágio) e Náutico (Clássico da Paz)

Ao vencer o Confiança pela Copa do Nordeste, o Santa acabou surpreendido pela notícia de que receberia uma taça oferecida pela federação sergipana. Uma premiação amistosa, à parte do regional. Coube ao goleiro Tiago Cardoso receber o troféu, ainda no gramado. Foi a sua segunda vez em menos de um mês – lembrando um antigo apelido do clube, “Papa Taças”, devido aos torneios amistosos conquistados. Por sinal, chama a atenção a quantidade de taças amistosas conquistadas pelos clubes recifenses neste início de 2016. A “Taça Henágio” foi a quarta, num aproveitamento de 100% até aqui. Relembre.

Troféu Clássico da Paz
16/02 – Botafogo 0 x 0 Náutico
Por ser o visitante, o Alvirrubro teve a vantagem do empate, uma gentileza nos primórdios dos torneios amistosos. O troféu foi oferecido pela Rádio Tabajara, da capital paraibana, em parceria com um laboratório de João Pessoa. 

Troféu Chico Science
24/01 – Santa Cruz 3 x 1 Flamengo
A segunda edição da copa criada pelo clube coral foi disputada às 11h. De virada, a primeira conquista. A peça teve um novo design, criado pelo artista plástico Evêncio Vasconcelos, trazendo elementos do Manguebeat. 

Taça Ariano Suassuna
24/01 – Sport 2 x 0 Argentinos Juniors
No bi da disputa amistosa organizada pelo Leão, a novidade na obra criada por Dantas Suassuna, filho do homenageado, foi a linha semelhante à Libertadores, com uma base para a colocação de insígnias dos campeões de cada edição.

Taça Henágio
17/02 – Confiança 0 x 2 Santa Cruz
Foi o único troféu amistoso colocado em um jogo válido por um torneio oficial, no caso o Nordestão. A FSF homenageou Henágio, sergipano revelado no Sergipe e que brilhou no Tricolor nos anos 1980. O meia faleceu em outubro de 2015.