Ex-capitães, Tiago Cardoso e Júlio César invertem as traves no Santa e no Náutico

Anúncio oficial das contratações, através dos perfis oficiais de Náutico (Tiago Cardoso) e Santa Cruz (Júlio César)

Sem dúvida alguma, (mais) um capítulo peculiar do futebol pernambucano. Não é todo dia que jogadores de uma mesma posição trocam de rivais. Em 2008, já distante, o volante Daniel Paulista foi para o Sport, com o Náutico acertando com Ticão. Nem se compara à inversão de goleiros/capitães de Náutico e Santa em 2016. Tiago Cardoso é o símbolo da copeira década coral com seguidos títulos estaduais, calando a Ilha, além dos acessos. No Náutico, Júlio César disputou três Brasileiros, sendo o principal líder do time. Histórias encerradas.

Num fim de um ano atípico, Tiago acabou rescindindo com o tricolor após o rebaixamento (e os salários atrasados), assinando imediatamente com o Náutico, que “escolheu” qual goleiro teria em 2017. Para isso, claro, abriu mão de Júlio César. Com a contratação anunciada em 19 de dezembro, parecia óbvio (para quem acompanha o cenário local) o caminho inverso do ex-alvirrubro. Sem o vínculo renovado, ele foi procurado pela direção coral e acertou rapidamente as bases, três dias depois. Também assinou por um ano, partindo para o Arruda.

À frente, ambos têm o mesmo calendário, com Estadual, Nordestão Copa do Brasil e Série B. Por sinal, os goleiros de 32 anos (cabalístico) já têm a garantia de pelo menos seis edições do Clássico das Emoções, com sentimentos distintos das torcidas em relação aos ex-capitãs. Aos jogadores, traves e vestiários opostos no Arruda e na Arena Pernambuco. Qual foi a melhor troca?

Tiago Cardoso no Santa Cruz
6 anos (de 13/12/2010 a 13/12/2016)
276 jogos
6 títulos atuando*: 1 Nordestão (16), 4 Estaduais (11, 12, 13, 16) e 1 Série C (13)
3 acessos: Série D (2011), Série C (2013) e Série B (2015)
* Machucado, não entrou em campo no título pernambucano de 2015 

Em 2016: 83 gols sofridos em 66 jogos (média de 1,25)

Júlio César no Náutico
2 anos e 5 meses (de 07/07/2014 a 30/11/2016)
134 jogos
Nenhum título

Em 2016: 46 gols sofridos em 39 jogos (média de 1,17)

Santa Cruz x Náutico no Arruda, com os capitães Tiago Cardoso e Júlio César. Foto: Marlon Costa/FPF

Grito da República, em Olinda, torna-se o estádio mais demorado de Pernambuco

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Em um vídeo institucional, em 11 de abril de 2014, o prefeito Renildo Calheiros estipulava para o Natal a inauguração do estádio Grito da República, em Olinda. Àquela altura, o prazo já estava esticado em dois anos. Chegou o Natal, de 2016, e a praça esportiva de R$ 10,4 milhões deve ser, enfim, aberta. É preciso frisar o ano da conclusão porque a ordem de serviço da (arrastada) obra foi assinada em 2008. Logo, nenhum estádio local com pelo menos 10.700 lugares (a capacidade de Rio Doce) precisou de tanto tempo para ser erguido.

Período gasto na construção de cada setor*:
Grito da República (construção, +10 mil): 2008-2016 (9 anos)
Arruda (anel inferior, +64 mil): 1965-1972 (8 anos)
Aflitos (ampliação, +10 mil): 1996-2002 (7 anos)
Arena Pernambuco (construção, +46 mil): 2010-2013 (4 anos)
Arruda (anel superior, +46 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ademir Cunha (construção, +30 mil): 1980-1982 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +15 mil): 1953-1955 (3 anos)
Ilha do Retiro (ampliação, +10 mil): 1982-1984 (3 anos)
Cornélio de Barros (remodelação, +10 mil): 2010-2012 (3 anos)
Ilha do Retiro (remodelação, +20 mil): 1949-1950 (2 anos)
Carneirão (construção, +10 mil): 1990-1991 (2 anos)
* Trata-se da capacidade original, pois vários dados acabaram reduzidos 

Como se sabe, o objetivo inicial do estádio olindense era se tornar um dos Centros de Treinamento de Seleções (CTS) da Copa 2014. Passou longe, com problemas de orçamento e falhas no projeto executivo, demandando mais tempo para ajustes – nesse tempo todo, o Diario de Pernambuco visitou o local várias vezes, comprovando o atraso. Claro, o empreendimento é uma aquisição da população, à parte do evento já no passado. Tanto que há a pretensão de virar a casa do Olinda Futebol Clube, que desde sua fundação, em 2007, manda seus jogos no Olindão, o acanhado palco em Jardim Brasil.

O problema é que, gramado à parte, as redes elétrica (ainda não há refletores) e hidráulica seguem inacabadas. As cadeiras azuis do projeto e a cobertura do setor também não foram instaladas. E assim deve seguir até o fim do mandato do atual gestor, à frente da cidade durante oito anos, sem a conclusão de fato.

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP

Estádio Grito da República, em Olinda. Foto: Diego Borges/DP