Daniel Paulista deixa o comando do Sport com as 4 metas alcançadas, sem futebol

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A decisão de escalar o time titular no clássico contra o Santa, com as quartas do Nordestão a seguir, foi de encontro ao discurso sobre o planejamento traçado no Sport. Tanto do presidente Arnaldo Barros quanto de Daniel Paulista. O técnico foi para o all in, numa aposta desnecessária. Com o time reserva, a análise seria outra. Com o time titular, que seguiu jogando mal, o treinador acabou fomentando a sua própria saída. Três horas após o empate.

Daniel, lembrando, assumiu o comando do Leão na 31ª rodada da Série A, após a saída de Oswaldo de Oliveira, que foi para o Corinthians. Com 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, manteve o clube na elite, com direito à vaga na Sula. Porém, pela proposta de campanha do então candidato Arnaldo, ele seria o técnico do time B, o reserva, atuando integralmente no Estadual. Mas o tempo passou e um novo nome não chegou. Daniel, aos 34 anos, assumiu os dois times, A e B. Com o principal, alcançou todas as metas: quartas na Lampions, semifinal no Estadual e 4ª fase na Copa do Brasil. Só não fez o time jogar bola, não mesmo. E isso pesou na decisão sobre a sua saída.

Trecho da nota do Sport
“Ele (Daniel) marcou a trajetória do Leão como jogador e, na Praça da Bandeira, deu seus primeiros passos na carreira de treinador, que o Clube deseja que seja longa e vencedora. Por questões de planejamento, porém, Daniel Pollo Barion não ocupa mais o cargo de técnico do Sport. Jovem e talentoso, Paulista tem as ferramentas necessárias para seguir fazendo história no futebol. O Sport convidou Daniel a continuar trabalhando no Clube, exercendo outra função.”

Sport em 2017, com Daniel Paulista
Nordestão: 6 jogos, 4 vitórias, 1 empate, 1 derrota
Estadual: 8 jogos, 3 vitórias, 4 empates, 1 derrota
Copa do Brasil: 4 jogos, 4 vitórias

Total em 2016: 18 jogos; 11 vitórias, 5 empates e 2 derrotas

Ao todo, um aproveitamento de 70,3%. Número excelente, mas que não pode ser analisado tão friamente. Não houve confrontos de Série A.

A mudança no comando, em busca de uma melhor extração da capacidade técnica do grupo, era necessária. Não havia evolução. Será que a saída foi tarde demais? Veremos a partir de agora, com a maratona de mata-matas…

Podcast – Análise do segundo Clássico das Multidões no Pernambucano 2017

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport 1 x 1 Santa Cruz. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O segundo confronto entre Sport e Santa nesta temporada, desta vez na Ilha, contou com os titulares rubro-negros e os reservas tricolores. Pela utilização de nove jogadores do time principal, a pressão foi toda no Leão, que mais uma vez cedeu o empate ao rival. O 45 minutos analisou a partida, válida pela 9ª rodada do hexagonal do campeonato estadual, com os destaques dos dois times e a atuação da árbitra Deborah Cecília, uma novidade no duelo. Foi a primeira mulher a apitar o Clássico das Multidões em 24 anos. Estou neste podcast com Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro. Ouça!

26/03 – Sport 1 x 1 Santa Cruz (35 minutos)

Resumo da 8ª rodada do Pernambucano

Jogos da 8ª rodada do Pernambucano 2017: Sport 1 x 1 Santa (Ricardo Fernandes/DP), Náutico 1 x 1 Belo Jardim (Rafael Martins/DP) e Central 0 x 2 Salgueiro Medson Magno/Central

Faltando duas rodadas para o encerramento do hexagonal, o G4 de 2017 já está definido, com os mesmos clubes desde a primeira rodada. Impossível na competição, com 83% de aproveitamento, considerando todas as fases, o Salgueiro já assegurou a liderança geral e irá decidir a semifinal no Cornélio de Barros. Tetracampeão do interior, o clube tem seis pontos à frente do vice-líder do Pernambucano e já conta com uma boa margem jogar até uma possível decisão no Sertão – neste caso, mando soma os resultados da semi. As outras três vagas ficaram, sem surpresa alguma, com o Trio de Ferro. Os grandes terão duas rodadas para embaralhar o chaveamento. Melhor encarar o Carcará, mesmo na atual fase? Melhor um clássico com mando no segundo jogo? Qual rival? São as únicas dúvidas restantes após a 8ª rodada.

Nos 24 jogos realizados esta fase do #PE2017 saíram 55 gols, com média de 2,29. Em relação à artilharia, com a FPF considerando os dados do hexagonal e do mata-mata, o tricolor Éverton Santos é o novo líder, com 4 gols.

Hoje, as semifinais seriam Salgueiro x Náutico e Santa Cruz x Sport.

Náutico 1 x 1 Belo Jardim – Em jogo fraquíssimo, a falta de ousadia do timbu acabou penalizada mesmo diante de um adversário que quase não atacou.

Sport 1 x 1 Santa Cruz – O Sport mandou o time titular, mas foi insuficiente para vencer uma formação totalmente reserva do rival. O 2º empate no ano. 

Central 0 x 2 Salgueiro – Com gols de Valdeir e Daniel, o Carcará ganhou no Antônio Inácio, eliminado o último resquício de chance da combalida patativa..

Destaque: Pereira. Estreia discreta do meia tricolor, com apenas 37 minutos. Porém, marcou o gol de falta que garantiu o empate no clássico na Ilha.

Carcaça: Daniel Paulista. A escalação dos principais jogadores foi de encontro ao planejamento traçado. Só buscou lastro particular. E não venceu.

Próxima rodada
03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro, Ilha do Retiro (Premiere)
05/04 (19h30) – Náutico x Central, Arena* (Premiere)
05/04 (21h45) – Belo Jardim x Santa Cruz, Arena* (Globo) 

* Rodada dupla na Arena Pernambuco

A classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2017 após 8 rodadas: Crédito: Superesportes

Pressionado, Sport escala titulares na Ilha e empata com time reserva do Santa Cruz

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport x  Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Com as quartas de final do Nordestão pela frente, a decisão de poupar o time no Pernambucano era natural, necessário até. Para evitar mais desgaste e lesões num calendário apertado ou até mesmo para manter o foco da equipe. No cenário local, o clássico pouco definiria. Virtualmente classificado, teria como objetivo apenas a luta pelo mando de campo. Então, uma formação 100% reserva. Pois a descrição não cabe ao Sport, cujo discurso do então candidato Arnaldo Barros apontava até a utilização do Sub 20 no Estadual. Foi o Santa Cruz, que não havia dado um pio sobre o assunto, que mandou o time suplente à Ilha, consciente de que o resultado, neste domingo, era indiferente ao planejamento. O rival escalou os principais jogadores à disposição, excluindo Diego Souza e Mena, nas Eliminatórias, e Rithely, machucado.

No Sport, com atuações ruins em sequência, Daniel Paulista esclareceu que o revezamento, formulado há semanas, apontava três jogos com o titular e um com o reserva. A conta não bate, uma vez que após o Campinense o Leão terá o Danubio, pela Sula. Tentando justificar o injustificável, anulando qualquer reclamação posterior sobre cansaço, a verdade é que, creio, o técnico rubro-negro tentou se preservar na função. Visão baseada em resultados (contra times tecnicamente bem inferiores), não em futebol jogado.

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport x  Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Tentando vencer o primeiro clássico em 2017, Daniel foi para tentar atropelar o Santa e fazer as pazes com a torcida. Assim como no Arruda, o Sport foi melhor. E assim como no Arruda, o Santa se superou, mesmo inoperante ofensivamente, com o atacante Julio Sheik perdido como meia. Após as vaias dos 10.221 torcedores no primeiro tempo, num jogo desnecessariamente pilhado, mas controlado pela árbitra Deborah Cecília, o Leão seguiu criando oportunidades, mas longe da meta de Jacksson, o estreante goleiro de 22 anos. Rogério foi durante todo o jogo o escape, ganhando em velocidade e finalizando. Quase sempre mal. Até deu uma bela bicicleta, mas só na 8ª tentativa, aos 23 minutos da etapa final, acertou. Recebeu de Juninho, que acabara de entrar, e anotou o seu 7º gol no ano. É o artilheiro do time.

A vantagem, pelo desempenho dos dois times, era bem justa (quase tardia). Porém, a falta de articulação no meio do Sport acabou penalizada. Limitando-se a marcar, o Santa se arriscou um pouco mais, chamando faltas próximas à área. Num duelo de disparidade técnica (e hoje havia bastante), a bola parada poderia ser salvadora. Mas sem Anderson Salles, um dos poupados. Com a bola à disposição para um novo cobrador, o também estreante Pereira empatou. O meia mandou no canto direito de Magrão, aos 37. A partir dali, a partida não andou mais, com o 1 x 1 definitivo. Ao time reserva do Santa, os méritos pelo esforço. A Daniel, o todo o ônus do tropeço.

Pernambucano 2017, 8ª rodada: Sport x  Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Alteração da FPF obriga o Sport a jogar no domingo e na segunda, entre 26 horas

Registro da FPF sobre a munda de Sport x Salgueiro, pela 9ª rodada do hexagonal estadual de 2017

Em abril, o Sport entrará em campo por quatro competições distintas. Todas oficiais, nos âmbitos estadual, regional, nacional e internacional. Calendário apertadíssimo, sem lacunas. Não por acaso, Sport x Danubio, na estreia leonina na Copa Sul-Americana, foi marcada para o dia 06/04. Um dia antes, entraria em campo pelo Estadual, contra o Salgueiro. Ambos na Ilha do Retiro.

Como o rubro-negro também joga em casa pelo Nordestão no domingo que abre esta semana, dia 2, parecia óbvia a remarcação para a terça. Embora num ritmo frenético, com jogos no domingo, terça e quinta, haveria um mínimo de “folga” – não há datas vagas no mês. E o que fez a FPF? Sem alarde, remanejou a partida para a segunda-feira! Ou seja, manteve o calendário com jogos em dias consecutivos. Em vez de quarta/quinta, domingo/segunda.

02/04 (16h00) – Sport x Campinense (Nordestão, Ilha)
03/04 (20h00) – Sport x Salgueiro (Estadual, Ilha)
06/04 (19h15) – Sport x Danubio (Sul-Americana, Ilha)

De acordo com o Regulamento Geral de Competições da CBF, na versão 2017, o intervalo mínimo entre os jogos de um mesmo clube é de 60 horas – no caso supracitado serão 26 horas. Porém, de pouco vale. Há um parágrafo, o 2º do artigo 25, só para validar qualquer situação. Trecho a seguir.

“Em casos excepcionais, a diretoria de competições, de forma fundamentada e amparada em autorização médica, poderá autorizar a participação de atletas sem a observância do intervalo mínimo aludido no caput deste artigo”.

Ainda que “legalmente” seja possível, moralmente não é. O que impressiona é a dificuldade para corrigir o próprio calendário – especificamente, a FPF. De fato, o meio da semana está cheio, com quatro jogos no Recife, sendo dois do Sport, além de Náutico e Santa (com mando do Belo Jardim) na quarta. Como a PM não libera dois jogos na capital, a ordem poderia ser a seguinte:

2ª feira – Náutico x Central, PE (não jogam no fim de semana pelo regional)
3ª feira – Sport x Salgueiro, PE
4ª feira – Belo Jardim x Santa Cruz, PE (pré-definido na Globo)
5ª feira – Sport x Danubio, Sula (pré-definido na Fox)

Mas a FPF parece se importar pouco com a valorização do seu torneio…