Náutico perde pela 9ª vez em 11 rodadas e a permanência já vai contra a história

Série B 2017, 11ª rodada: Náutico x CRB. Foto: Nando Chiappetta/DP

Em uma semana na qual correntes políticas uniram-se e a torcida foi mobilizada através de promoções, a vitória sobre o CRB era a única forma de alimentar alguma esperança de recuperação na Série B. Triplicando a presença na arena, com 4.289 torcedores, o alvirrubro pernambucano lutou, sendo até melhor em  alguns momento. Marcou um gol com Erick, corretamente anulado por impedimento, e na reta final, em mais uma falha defensiva, Zé Carlos (aquele mesmo, que chegou e saiu do Santa em janeiro) se aproveitou da sobra, invadiu a área e tocou com categoria sobre Tiago Cardoso, 0 x 1. Mais uma derrota, a 9ª na competição, mantendo o timbu na lanterna, num buraco cada vez maior em termos de rebaixamento.

Com 28% dos jogos disputados, o clube pernambucano já está a dez pontos do penúltimo lugar. Simplesmente não pontua, chegando a seis derrotas seguidas. Hoje, já tem a pior largada da história da segundona, considerando o formato de pontos corridos, desde 2006. Igualou a campanha do Vila Nova, de 2014. Que caiu, diga-se. Entre os que escaparam, depois de ocupar a lanterna neste recorte, a pontuação mínima foi de 4 pontos. Aconteceu com o próprio Vila, em 2010, terminando com 46 pontos. Para o timbu alcançar esta pontuação, precisaria, a partir de agora, de um aproveitamento de 54%, num índice superior ao do América, 6º lugar após as dez primeiras rodadas. Ou seja, o Náutico precisaria de uma arrancada, hoje, distante… Improvável.

O lanterna da Série B após 11 rodadas (e a situação após a 38ª)
2006 – 9 pontos, Remo (12º, 46 pts)
2007 – 9 pontos, Paulista (17º, 45 pts)
2008 – 8 pontos, América-RN (15º, 46 pts)
2009 – 6 pontos, Campinense (19º, 37 pts)
2010 – 4 pontos, Vila Nova (16º, 46 pts)
2011 – 3 pontos, Duque de Caxias (20º, 17 pts)
2012 – 4 pontos, Ipatinga (19º, 31 pts)
2013 – 6 pontos, ABC (14º, 46 pts)
2014 – 2 pontos, Vila Nova (19º, 32 pts)
2015 – 6 pontos, Mogi Mirim (20º, 23 pts)
2016 – 6 pontos, Sampaio Corrêa (20º, 27 pts)
2017 – 2 pontos, Náutico

Série B 2017, 11ª rodada: Náutico x CRB. Foto: Nando Chiappetta/DP

Sport lidera o público do Estadual 2017, o segundo mais esvaziado em 28 anos

Pernambucano 2017, final: Sport 1x1 Salgueiro. Imagem: Rede Globo/reprodução

Na década atual, o campeão pernambucano sempre teve como característica a liderança conjunta no ranking de público. Foi assim com o Santa Cruz em 5 oportunidades e com o Sport em 2, a última agora em 2017, já marcada como a segunda edição mais esvaziada desde que a FPF passou a contabilizar a presença média de torcedores na competição, em 1990. Caiu pelo terceiro ano seguido, chegando a 2.402 pessoas. Em termos absolutos não teve jeito. Com 209 mil espectadores, entre pagantes e não pagantes, foi a pior edição.

Para se ter uma ideia, o índice leonino não chegou nem a 10 mil pessoas, sendo a primeira vez entre os dados levantados pelo blog, a partir de 2005 (gráfico abaixo). Até porque jogou 6 vezes com formações reservas. Não por acaso, o seu maior público (e também do Pernambucano) foi bem modesto, com 22 mil torcedores no jogo de ida da final. E a grande decisão, no Sertão, acabou sendo a de público mais baixo que se tem notícia no futebol local: 5.544 torcedores. Além da capacidade reduzida do Cornélio, pesou, bastante, a desorganização do torneio, com seguidas mudanças de data.

Naturalmente, a arrecadação seguiu a mesma curva descendente. E o dado geral assusta. Em 87 jogos com borderô, pois 8 partidas sequer puderam ter público devido à falta de laudos técnicos, a bilheteria foi de R$ 2,4 milhões, com queda de 43% em relação a 2016, com R$ 4,7 mi ao todo. Com direito a 8% de todas rendas, a FPF ficou com R$ 213 mil.

Os números de público e renda do Campeonato Pernambucano de 2017…

Os 5 maiores públicos
22.757 – Sport 1 x 1 Salgueiro (Ilha do Retiro, 06/05)
22.056 – Santa Cruz 1 x 0 Salgueiro (Arruda, 15/04)
19.541 – Náutico 1 x 1 Sport (Arena, 23/04)
15.082 – Sport 3 x 2 Náutico (Ilha do Retiro,16/04)
12.408 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (Arruda, 18/02)

1º) Sport (7 jogos como mandante, na Ilha do Retiro)
Público: 62.428 torcedores
Média de 8.918 
Renda: R$ 1.102.285
Média de R$ 157.469 

2º) Santa Cruz (7 jogos como mandante, no Arruda)
Público: 53.299 torcedores
Média de 7.614
Renda: R$ 466.550
Média de R$ 66.650 

3º) Náutico (7 jogos como mandante, na Arena Pernambuco)
Público: 37.420 torcedores
Média de 5.345 
Renda: R$ 525.390
Média de R$ 75.055 

4º) Salgueiro (10 jogos como mandante, no Cornélio de Barros)
Público: 29.697 torcedores
Média de 2.969 
Renda: R$ 295.980 
Média de R$ 29.598 

5º) Central (8 jogos como mandante; 3 no Antônio Inácio, 2 no Lacerdão, 1 na Arena, 1 no Carneirão e 1 no Arruda)
Público: 8.573 torcedores
Média de 1.071  
Renda: R$ 116.750  
Média de R$ 14.593  

6º) Belo Jardim (8 jogos como mandante; 5 no Antônio Inácio, 2 no Arruda e 1 na Arena)
Público: 3.572 torcedores
Média de 446 
Renda: R$ 26.522 
Média de R$ 3.315 

Geral – 87* jogos (1ª fase, hexagonais e mata-mata)
Público total: 209.059 
Média: 2.402 pessoas
Arrecadação: R$ 2.673.367 
Média: R$ 30.728 
* Mais 8 jogos ocorreram de portões fechados 

Fase principal – 38 jogos (hexagonal do título e mata-mata)
Público total: 182.724 
Média: 4.808 pessoas
Arrecadação total: R$ 2.444.211 
Média: R$ 64.321 

O ranking de pontos do Campeonato Pernambucano, de 1915 a 2017

O Campeonato Pernambucano de 2017 teve 95 partidas, com doze clubes envolvidos na disputa. Esses dados alimentaram o ranking histórico de pontos, num levantamento a partir da pesquisa de Carlos Celso Cordeiro. O seu legado se mantém e aqui o blog atualiza a tabela (abaixo), com o Sport na liderança absoluta, com 196 pontos a mais que o rival Santa. Em relação à edição de 2017, o destaque fica com o Salgueiro, apesar do vice. O carcará foi, disparado, o clube que mais pontuou no torneio, pois liderou tanto o hexagonal do título quanto a primeira fase, que não contou com os grandes clubes da capital. Ao todo, jogou 20 vezes, com 13 vitórias, 4 empates e apenas 3 derrotas. Pulou do 14º para o 12º lugar. Está a 28 pontos do top ten.

Sobre o ranking de títulos do futebol local, clique aqui.

O blog tomou a liberdade de padronizar a pontuação e estabelecer algumas ressalvas entre os 64 clubes que já disputaram ao menos um certame local – o Afogados foi estreante nesta temporada, já aparecendo em 53º na lista.

1) Três pontos por vitória. Oficialmente, o critério só foi introduzido no Estadual de 1995. Porém, para um levantamento geral, isso acabava resultando numa distorção (para baixo) nos clubes com triunfos obtidos antes desse período.

2) Um ponto por empate. O critério pode até parecer lógico – já era assim na pioneira competição de 1915 -, porém, em alguns anos, como 1998, o empate com gols valeu dois pontos e o empate sem gols, um.

3) Clubes que mudaram de nome/escudo/uniforme, mas, oficialmente, mantiveram o registro de fundação, são considerados pela FPF como a mesma agremiação. Idem na lista. No ranking, valeu o último nome utilizado (no fim, como curiosidade, as campanhas de cada denominação).

Ferroviário do Recife: Great Western e Ferroviário (R)
Atlético Caruaru: Esporte Caruaru e Atlético Caruaru
Manchete: Santo Amaro, Casa Caiada, Recife e Manchete 

4) No caso de clubes de um mesmo município com características bem semelhantes (padrão, nome e/ou escudo), mas que foram inscritos (legalmente) como agremiações distintas, valeram as campanhas separadas.

Do Cabo de Santo Agostinho:
Destilaria (1992-1995)
Cabense (1996-2011) 

De Vitória de Santo Antão:
Desportiva Pitu (1974)
Desportiva Vitória (1991-2006)
Acadêmica Vitória (2009-2016).

5) Em 1915, a Colligação SR jogaria 5 vezes, mas só foi a campo 2, levando o W.O. em três oportunidades. Em ação, perdeu de Santa (1 x 0) e Flamengo do Recife (3 x 0). Por isso, tem menos gols sofridos (4) que derrotas (5)!

6) As fase preliminares e hexagonais da permanência foram contabilizados com o mesmo peso das fases principais. 

O ranking de pontos do Campeonato Pernambucano, de 1915 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A avaliação da CBF sobre o árbitro de vídeo no Cornélio de Barros: protocolar

O trabalho do Árbitro de Vídeo no Cornélio de Barros. Foto: CBF/youtube

O título pernambucano de 2017 foi decidido em um golaço de Everton Felipe, mas o lance marcante da final foi o gol anulado do Salgueiro, aos 24 minutos do segundo tempo, pouco antes do tento do Sport. Após a cobrança de escanteio, o auxiliar marcou a saída de bola, com a curva ultrapassando a linha de fundo. A bronca é que a jogada prosseguiu e o carcará balançou as redes, com Álvaro. Então, o árbitro Wilton Sampaio acionou o árbitro de vídeo, que teve acesso às mesmas imagens das 15 câmeras da Globo Nordeste, transmitidas para 976 mil telespectadores, ao vivo. E a decisão original foi mantida, com o tiro de meta (oficialmente, sequer foi “gol anulado”). A polêmica foi além da conta – e o blog entende que a bola não saiu.

Aqui, a avaliação oficial da CBF, uma vez que o jogo foi o segundo teste no país com o recurso tecnológico. O primeiro foi justamente no jogo de ida.

“Na cabine do Árbitro de Vídeo, Péricles Bassols (CBF) começou a conferir os replays. Uma imagem ampliada com o zoom eletrônico da microcâmera dentro do gol dava a impressão de bola fora, mas ele concluiu que o lance era duvidoso. Seguindo o protocolo aprovado pelo International Football Association Board (Ifab), Bassols recomendou que Wilton revisse as imagens no monitor colocado ao lado do campo. Sampaio checou e avaliou que a marcação inicial deveria ser mantida”

A seguir, as aspas dos principais responsáveis pelo recurso no sertão.

“Manoel Serapião (autor do projeto do árbitro de vídeo)
“Avalio de forma muito positiva, sobretudo porque houve uma atuação eficaz. Houve uma revisão que inferiu e proporcionou uma decisão correta da arbitragem num lance absolutamente ajustado, que só o árbitro de vídeo poderia concluir”

Alício Pena Júnior (vice-presidente da comissão nacional de arbitragem)
“Tudo cumprido dentro do protocolo estabelecido pela Fifa para a utilização do árbitro de vídeo, a também pela Ifab. Mesmo com essas dificuldades de posicionamento de câmera e da cabine de tamanho um pouco reduzido cumpriu-se o protocolo e as exigências que nos foram determinadas. Entendo que é mais um grande passo na estabilização e utilização desse processo”

Péricles Bassols (árbitro consultor na cabine)
“Tem um lance que suscita dúvida, um lance fino, de bola dentro ou fora, e em seguida nós temos um gol que se a bola é fora, teria sido irregular. Como foi muito justo, a gente tem que sugerir a revisão. Revisão sugerida, o árbitro vai até a tela, revê o lance e lá ele constata o que viu no campo e mantém a sua decisão de que a bola saiu, porque ele constata a mesma coisa que ele viu in loco, sem câmera. E aí as visões se complementam e chega à decisão final”

Confira a avaliação sobre o árbitro de vídeo no jogo ida clicando aqui.

Os bastidores do título do Sport no Sertão

Vinte anos depois, o Sport voltou a comemorar um título no interior do estado. Entretanto, em vez de uma conquista antecipada, como aconteceu no Antônio Inácio, em Caruaru, o leão teve que encerar uma decisão no estádio Cornélio de Barros, em Salgueiro. A TV Sport registrou toda a viagem, num traslado feito de ônibus, com imagens do jogo e a festa com a taça no campo e no vestiário. O vídeo de bastidores, produzido pelo clube, tem nove minutos e também traz depoimentos dos campeões pernambucanos de 2017. Assista.

Na final, o Sport venceu o Salgueiro por 1 x 0. Leia a análise aqui.

Definidos os 12 clubes da fase de grupos e os 8 da preliminar do Nordestão de 2018

A divisão dos 20 classificados à Copa do Nordeste de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Com bastante atraso, a Copa do Nordeste de 2018 vai ganhando forma. Só agora, no fim de junho, a divisão dos 20 clubes inscritos foi definida, após o desfecho do campeonato maranhense, o último da região a acabar. Um imbróglio jurídico fez com que a competição conseguisse superar em um dia o torneio pernambucano. O Sampaio ficou com o título e garantiu a vaga na fase de grupos do regional, mandando o Cordino à recém-criada fase preliminar.

Esse “Pré-Nordestão” foi a solução encontrada pela liga para enxugar a fase principal, que agora passa a ter 16 clubes, dos quais 12 já estão assegurados – os nove campeões estaduais e os vices de BA, CE e PE. Portanto, os oito restantes disputam quatro vagas. Neste buruçu encontra-se o Santa, devido à terceira colocação local. O sorteio dos mata-matas será em 3 de julho, na sede da confederação brasileira, no Rio. Pelo regulamento, o Ranking da CBF determina os potes do sorteio, nas fases preliminar e principal.

Na preliminar, o tricolor é o melhor rankeado, 43 posições acima do Treze, o segundo melhor. Assim, a cobra coral poderá enfrentar Parnahyba, Itabaiana (adversário nas quartas da edição de 2017), Flu de Feira de Santana ou Cordino, este sem pontos no ranking nacional. Os jogos devem acontecer no segundo semestre, com o sorteio da fase principal em outubro, em São Luís. Neste, só o pote 1 já está definido. Caso se classifique, o Santa ficaria no 2.

Veja a situação de cada clube na próxima Lampions League…

Fase preliminar (8 clubes, passando 4):

Pote 1
Santa Cruz (3º em PE) – 26º no Ranking da CBF

Treze (vice na PB) – 69º
Globo (vice no RN) – 77º
CSA (vice em AL) – 90º 

Pote 2
Panahyba (vice no PI) – 100º

Itabaiana (vice em SE) – 117º
Fluminense de Feria (3º na BA) – 131º
Cordino (vice no MA) – sem ranking

Fase de grupos (16 clubes, com 4 grupos de 4):

Pote 1
Sport (campeão em PE) – 17º

Vitória (campeão na BA) – 20º
Bahia (vice na BA) – 21º
Ceará (campeão no CE) – 23º 

Demais potes a definir*
ABC (campeão no RN) – 31º
Sampaio Corrêa (campeão no MA) – 36º

CRB (campeão em AL) – 37º
Botafogo (campeão na PB) – 46º
Salgueiro (vice em PE) – 49º
Confiança (campeão em SE) – 56º
Altos (campeão no PI) – 136º
Ferroviário (vice no CE) – sem ranking
* Após a classificação dos 4 clubes na fase Pré